Edições anteriores

  • Fundarte 50 anos: sonhando e criando juntos
    v. 54 n. 54 (2023)

    Edição Especial em comemoração aos 50 anos da Fundação Municipal de Artes de Montenegro - FUNDARTE. Artigos  de autores com alguma relação direta com a FUNDARTE, marcando com saberes esta tragetória tão significativa para as ARTES no Brasil.

    Grande parte dos Artigos foram republicados mas mantém o cabeçalho e formatação de origem da Revista onde foi publicado inicialmente. É uma maneira de homenagem a FUNDARTE com o leque de conhecimentos de seus docentes.

  • ARTE, EDUCAÇÃO E PERFORMANCE
    v. 52 n. 52 (2022)

    É com imensa alegria que apresentamos a Edição nº 52 da Revista da Fundarte. Esta que, com o intuito de ressaltar conteúdos que valorizam a produção em artes, reunindo e viabilizando trabalhos de qualidade acadêmica de maneira acessível, periodicamente ajuda a fomentar e enriquecer a pesquisa nesta área. Conforme Laville e Dionne (2008), “[...] a pesquisa só tem valor quando comunicada. É desse modo que ela contribui para o progresso dos conhecimentos de que dispomos”. Apresentamos então os 14 textos publicados, deixando aqui um convite especial à leitura!

     

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  • Nome da obra e da autoria: "Sem nome" a obra compõe a série fotográfica "Eu sei que esse aviso avisa alguma coisa a alguém. Mas eu não entendo o que está escrito." Ano: 2021 - Zagreb, Croácia / 2022 - Berlin, Alemanha Artista: Gustiele Fistaról Técnica: Registro com aparelho móvel / fotografia

    Escrita Performativa Acadêmica
    v. 51 n. 51 (22)

    Este trabalho é resultado das Oficinas de Escritas Performativas Acadêmicas que consistiram em  Atividades de Extensão propostas pela Fundação Municipal de Artes de Montenegro (FUNDARTE), através do Grupo de Pesquisa da FUNDARTE (FUNDARTE/CNPq), em parceria com o Coletivo Escrita Performativa, vinculado à Universidade Estadual de Santa Catarina (UDESC). Teve como objetivo geral a produção de Escritas Performativas Acadêmicas, enquanto uma ação teórico-prática, destinada à composição desta Edição Especial da Revista da FUNDARTE nº51.  A ação se justificou diante da importância da difusão de diferentes modos de escritas acadêmicas, as quais se consolidam diante do seu rigor teórico-metodológico, tendo como público-alvo pesquisadores acadêmicos atuantes em diferentes linguagens artísticas, interessados em conhecer e experienciar a proposta textual.

  • Dados Técnicos da Capa  Da série “sobre os 200 dias letivos”, 2022.  Fotografia.  Autor: Lucas Pacheco Brum  “A imagem da capa desta edição da revista faz parte da minha série “sobre os 200 dias letivos”, que registro a partir das minhas práticas e vivências escolares o ordinário da escola. A escola, as salas de aulas, os corredores, as paredes, as janelas, as mesas, as lixeiras e as socializações que acontecem neste espaço durante os 200 dias letivos, são potências para pensar a educação, a pesquisa, a criação e o conhecimento escolar a partir das visualidades”.

    Trajetórias em Arte: Possibilidades para Performar e Educar na Contemporaneidade
    v. 50 n. 50 (22)

    Esta é a 50ª edição da Revista da FUNDARTE, o que significa uma grande força de resistência em prol da Arte e da Educação em Arte. Convidamos os leitores a comemorarem conosco esta importante conquista!!!!!!!!

     

     

     

  • ARTE, EDUCAÇÃO E PERFORMANCE
    v. 49 n. 49 (22)

    A REVISTA da FUNDARTE número 49, cujas temáticas apresentadas em seus onze artigos e dois ensaios engrandecem a necessidade do ensino e da presença ressonante das artes na vida de todas as pessoas. Seja através da dança contemporânea e o seu papel como arma social; nas artes visuais, no teatro e na música por meio das histórias de vida e como são afetadas pelo fazer artístico; no teatro contemporâneo através da multiplicidade de estéticas e das vozes que ecoam no momento de fala e escuta; da música eletroacústica e do seu recurso composicional como meio de ensino e aprendizagem; no desafio do ensino inclusivo das artes no período pandêmico em especial nos espaços escolares; dentre tantos outros assuntos e transbordamentos teóricos apresentados.

     

  • ARTE, EDUCAÇÃO E PERFORMANCE
    v. 48 n. 48 (22)

    A Revista da FUNDARTE nº 48 é composta por sete Artigos, um Relato de Experiência, um Texto sobre a Pandemia e uma Resenha. Formatos variados para se falar de Arte, Educação e Performance, que é o tema central deste periódico.

    Uma boa leitura a todos, que os saberes contidos nesta edição possam colaborar para o crescimento pessoal de cada leitor!!!!!!

  • ARTE, EDUCAÇÃO E PERFORMANCE
    v. 46 n. 46 (2021)

    Revista sobre Artes com narrativas de pesquisas e performance.
  • ARTE, EDUCAÇÃO E PERFORMANCE: textos e contextos
    v. 45 n. 45 (2021)

    Revista sobre Arte, Educação e Performance
  • Poéticas do Isolamento: experiências em arte e educação em tempos de pandemia
    v. 44 n. 44 (2021)

    A REVISTA da FUNDARTE, intitulada “Poéticas do Isolamento: experiências em arte e educação em tempos de pandemia” reune trabalhos resultantes de estudos teóricos, pesquisas e reflexões sobre práticas atualizadas na área das artes. Os textos em português e língua estrangeira/espanh/inglês devem ser inéditos, de autores (as) brasileiros (as) ou estrangeiros (as), conforme padrão da REVISTA da FUNDARTE. Para os textos ou ensaios em língua estrangeira serão respeitadas as formatações do país de origem.

  • Arte, Educação e Performance
    v. 43 n. 43 (2020)

    Revista que aborda temas de várias áreas da Arte , Educação e performance
  • Narrativas de/para crianças: imagens, memórias, histórias
    v. 42 n. 42 (2020)

    Editoras convidadas:

    Luciana Hartmann (Universidade de Brasília) Hanna Araújo (Universidade Federal do Acre)

     

    Este dossiê tem o propósito de estabelecer o diálogo entre pesquisas que têm como objeto a produção poética para/de crianças, em sua diversidade de imagens, memórias e histórias. Longe de estabelecer um consenso sobre a noção de infância, queremos, ao contrário, problematizar como essa noção vem sendo utilizada para demarcar o que passou a se constituir como um subcampo específico da produção cultural: Literatura, Música, Poesia, Cinema, Teatro destinados às crianças.
  • Arte, Educação e Performance
    v. 41 n. 41 (2020)

    Artigos das várias áreas das artes discutindo temas atuais.
  • Música: apreciar, fazer e conhecer
    v. 40 n. 40 (2020)

    Esta edição especial pretende abordar tema relacionados com a produção musical bem como com a área pedagógica do ensino de música.

     

  • Diversidade na Arte
    v. 38 n. 38 (19)

    Diversidade na Arte

    A Revista nº 38  visita as várias áreas das artes com lentes focadas tanto na performance como na educação em geral, buscando sintonizar o fazer com o ensinar, nunca isolando a apreciação e a literatura sobre os saberes em arte. O professor pesquisador, o artista pesquisador, o professor-artista são os personagens que encontramos nestas falas.

  • Professores/Artistas Suzana Schoelkopf e Patrick Moraes e Foto de Estevão Dornelles

    Dança: ensinar e aprender
    v. 37 n. 37 (19)

    A REVISTA da FUNDARTE, intitulada Dança: ensinar e aprender publica artigos resultantes de estudos teóricos, pesquisas e reflexões sobre práticas atualizadas na área da dança. 

    Esta edição especial pretende homenagear Philippine Bausch, mais conhecida como Pina Bausch, falecida em 2009, completando em 2019, portanto, dez anos de seu falecimento. Cabe neste momento lembrar os feitos dessa grande artista, que deixou um legado inestimável para as novas gerações, uma vez que dedicou a sua vida na valorização às manifestações em dança, nos mais variados formatos e tendências. Suaas coreografias eram baseadas nas experiências de vida dos bailarinos e feitas conjuntamente. Entre os seus temas recorrentes estavam as interações entre masculino e feminino.

  • Capa do convite da exposição RUAS DE ESTAR, de Michele Martines

    Arte e transversalidade
    v. 36 n. 36 (18)

    A Revista da Fundarte, n.º 36, convida o leitor para uma caminhada por temas que envolvam arte e educação. Com a leitura destes onze artigos – publicados nesta edição –, aquele que lê passeará por salas de aula, palcos, exposições e apresentações artísticas; além de conhecer experiências descritas pelos próprios autores. Todos os estudos lhe convidam a uma experiência única de sentido e debate sobre os temas centrais.

  • Revista da FUNDARTE, Qualis B1 em Artes. Produção da Editora da FUNDARTE.

    ARTE E EDUCAÇÃO & Diversidade; Identidade; Experimentações.
    v. 35 n. 35 (18)

    Nesta 35ª edição da Revista FUNDARTE, oferecemos aos nossos leitores onze artigos centrados nas áreas das artes visuais, dança, música e teatro que apresentam as preocupações dos autores sobre aspectos teóricos, educativos, artísticos, políticos e da memória histórica do campo das artes. São enfoques que contemplam diferentes pontos de vista, ancorados no eixo Arte e Educação & diversidade; identidade; experimentações, com reflexões que poderão enriquecer as discussões atuais em torno desta temática.

  • Arte e Educação: Poéticas, Pesquisa e Docência
    n. 32 (16)

    Nesta 32ªedição da Revista da FUNDARTE,oferecemos aos nossos leitores oito artigos centrados nas áreas das artes visuais, música, teatro, educação criadora e cinema. Eles estão perpassados por enfoques educativos, teóricos e artísticos e ancorados no tema “Arte e Educação: poética, pesquisa e docência”. As abordagens dos autores contemplam diferentes pontos de vista, ora apresentando processos artísticos e performances, ora refletindo sobre a pedagogia e a ação docente. É um panorama diversificado,com propostas que enriquecem as discussões em torno do tema.

     

     

  • Pesquisa, Arte e Pedagogia
    n. 29 (15)

    Editorial

    É uma grande alegria apresentar a edição de número 29 da Revista da FUNDARTE, a qual nos traz uma grande diversidade de temas para serem saboreados.

    O texto que abre a revista denominado Naturalismo e simbolismo-arestas e depressões no teatro moderno, de Marcelo Adams, fala de dois dos mais importantes movimentos artísticos surgidos na passagem do século 19 para o século 20. O artigo contextualiza o período em questão, privilegiando um possível hibridismo entre os dois movimentos na encenação de algumas peças de Tchékhov dirigidas por Stanislavski.

    Lucas Pacheco Brum apresenta parte do resultado de sua pesquisa poética no artigo Da reconfiguração do espaço expositivo para um caminho poético, o qual teve como objetivo a reconfiguração do espaço arquitetônico da Galeria de Arte Loide Schwambach da FUNDARTE, passando por questões de arquitetura e tridimensionalidade.

    O trabalho denominado Observações, planejamentos e práticas musicais de um grupo de bolsistas PIBID-Música: entre reflexões e ações na Escola, dos autores Bruno André Antunes, Cristina Cabral Fernandez, Eliana Haas, Felipe Pereira Claudio, José Luiz Gularte, Sinval Junior e Maria Cecília Rodrigues Torres é uma síntese de observações, planejamentos e práticas musicais de um grupo de bolsistas do Subprojeto Música, PIBID/CAPES/IPA.

    Tatiana Cardoso da Silva e Carlos Roberto Mödinger, autores do artigo  O Jardim das cerejeiras: uma experiência artístico-pedagógica, descrevem o processo criativo da montagem O jardim das cerejeiras de Anton Tchékhov, no curso Graduação em Teatro: Licenciatura, da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul. O artigo relata e reflete sobre as opções realizadas durante o processo, tendo como referências autores como Stanislavski, Grotowski e Meyerhold.

    O texto intitulado A arte inclusiva e a inclusão da Arte: alguns apontamentos, de João Guilherme Barreto Prandini Ricieri e Mateus Mioto dos Santos trata de um tema também muito relevante, voltado a compreensão dos aspectos relacionados ao ensino da arte e a implementação de práticas e políticas voltadas à inclusão em escolas públicas regulares.

    Em A Prática Profissional e o Desempenho Docente, André Luis Wagner defende a ideia de que a docência deve estar pautada em alguns pilares, tais como: na busca de capacitação, na reflexão sobre as concepções de educação e de seu papel na sociedade e, aos saberes científicos, pedagógicos e político-sociais.

    O texto denominado O projeto pedagógico do curso de Licenciatura em Música da UERGS: analisando-o a partir da legislação vigente e discutindo a proposta de formação inicial de professores de música, de Ranielly Boff Scheffer e Cristina Rolim Wolffenbüttel, trata da formação oferecida em nível superior, no curso de Graduação em Música: licenciatura da UERGS e sua proposta de formação do artista/professor.

    Literatura, Música, Geografia e Educação: Simbolismo Cultural, de Marquessuel Dantas de Souza, é um estudo preliminar que busca discutir a relação que envolve Literatura, Música e Geografia no âmbito educacional, ao mesmo tempo que reforça a importância da temática para a discussão referente ao espaço geográfico como o espaço de vivência e de experiências do homem, articuladas às perspectivas fenomenológico-existenciais.

    O próximo texto, cujo título é Redes colaborativas de criação em dança: a composição coreográfica na contemporaneidade, de Letícia Gabriela Lupinacci e Josiane Franken Corrêa tem como objetivos discutir a criatividade e analisar a cooperação nos processos colaborativos a partir da análise histórica de mudanças suscitadas por artistas pós-modernos na dança.

    No texto Docência Performática: a condição pedagógica como espaço de criação, Márcia Pessoa Dal Bello discute a docência performática em teatro, defendendo a tese de que os professores  priorizam em suas aulas o desenvolvimento do processo criativo, performatizando o seu corpo como instrumento para a criação.

    Sílvio Ferraz, no ensaio denominado Composição musical como campo de diálogo: para além das disciplinas, propõe um debate conceitual buscando pensar a composição musical dentro de um jogo que articula a filosofia, a biologia, a física, a literatura, a linguística, as tecnologias eletrônicas e digitais e a técnica composicional, de modo que a interação com as distintas disciplinas aconteça de fato, sem anular a força própria do domínio da criação.

    E finalmente, Mariana Silva da Silva, no ensaio que se intitula Elaborar um trabalho de conclusão de curso em Artes Visuais: modo de usar em algumas notas, propõe um pequeno manual, que apresenta uma série de notas para auxiliar na elaboração de um trabalho de final de curso em artes visuais – poéticas visuais.

    Para finalizar, ressalto a importância desta publicação da Revista da FUNDARTE estar sendo Lançada no VIII Encontro de Pesquisa em Arte, trazendo tantas possibilidades para se pensar a Arte, a Pesquisa e a Educação, cujos temas também foram objeto de estudo do referido Encontro.

    Uma excelente leitura a todos.

     

    Márcia Pessoa Dal Bello

  • Arte, Escola e Sociedade
    n. 28 (14)

    Editorial

    O número 28 da REVISTA DA FUNDARTE se diferencia um pouco das demais por apresentar textos de alguns professores ministrantes de Oficinas no 24º Seminário Nacional de Arte e Educação (FUNDARTE, Montenegro/RS). Assim, os artigos de um a oito discutem temas debatidos no seminário e falam, principalmente, das questões que permeiam as três principais vertentes norteadoras do seminário: arte, pesquisa e educação. Buscando a possibilidade de atribuir a tais artigos personalidade diferenciada, alguns deles assumem, em caráter excepcional, formatos diversos daqueles comumente exigidos pela revista.

    No texto O Lugar da arte na escola, Manoela Afonso faz um exercício reflexivo para identificar o lugar da arte na escola na qual estudou, na década de 1980. A partir dessa reflexão, a autora comenta o trabalho artístico chamado Hidden Curriculum (Currículo Oculto), da artista alemã Annette Krauss, onde procura encontrar alguns apontamentos que indiquem outros possíveis lugares para a arte no espaço escolar num contexto contemporâneo.

    Gabriela Greco, em Da sala ao patio: o teatro do acontecimento na escola, faz uma reflexão sobre a trajetória da educadora/artista que percebe sua prática como atriz distante de sua prática em sala de aula e busca aproximar essa relação entre a concepção de teatro vivenciada e a forma de construção de cena que propõe como educadora.

    Música para tubos voadores: Uma experiência com “Libertango” de Astor Piazzolla, Uirá Kuhlmann, descreve uma experiência com o uso de tubos coloridos denominados de “Boomwhackers”.

    O artigo Treinamento de potência para bailarinas iniciantes em Dança clássica: uma análise no movimento de sauté em 1ª posição, de Bruna Naiara Felício, se trata de uma pesquisa que teve como objetivo analisar o desempenho de bailarinas iniciantes na faixa etária de 11 e 12 anos quando expostas a um treinamento para membros inferiores, voltado à verticalização dos saltos na dança clássica, observando o movimento base das mesmas, o “sauté” em primeira posição.

    Em Curadoria Educativa como processo artístico, Nirvana Marinho discute aspectos da curadoria educativa como prática artística e defende a hipótese de que a educação e a prática artística tem relações transversais e programáticas, as quais podem ser observadas tanto com os educadores como com os artistas.

    Ana Maria Haddad Batista, no artigo Leitura e Literatura: uma breve provocação, busca provocar os educadores quanto aos dados referentes a leitura e a Literatura no Brasil, defendendo a ideia de que o papel das linguagens e da literatura é desconhecido pela maioria das pessoas.

    Colecionismo alternativo: repositório auxiliar de publicações artísticas ou especiais, Paulo Silveira apresenta o projeto de pesquisa Repositório Auxiliar de Publicações Artísticas ou Especiais, do Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, incluindo particularidades de uma proposição que inter-relaciona coleta, acervo e reflexão.

    No artigo Dança, Música, Artes Visuais e Teatro: reflexões sobre as práticas pedagógicas em sala de aula, Ana Denise Ulrich, Sandra Rhoden e Suzana Schoelkopf falam sobre a presença das quatro linguagens das artes na sala de aula. As autoras trazem reflexões de práticas pedagógicas no contexto do Ensino Fundamental, buscando fomentar o ato criativo, desafiando o ensino tradicional e, apontando para a valorização do professor propositor.

    Compartilhar e criar na vulnerabilidade e no risco: a experiência de uma aula de teatro com alunos surdos, Marcia Berselli e Sérgio Lulkin evidenciam e problematizam aspectos sobre a criação de aulas de teatro para alunos surdos, buscando refletir sobre os agenciamentos atualizados na elaboração e realização de propostas cênicas utilizando a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS).

    O artigo Interdisciplinaridade e a música: reflexões e possibilidades, Catarina Justus Fischer faz uma reflexão sobre a interdisciplinaridade e defende a possibilidade de utilização da música para facilitar o aprendizado e, ao mesmo tempo, integrar essa disciplina com as outras áreas do conhecimento.

    Arte, museus e mediação cultural: a experiência estética e a construção do conhecimento sensível, Marcelo Feldhaus estabelece reflexões sobre arte, museus e mediação cultural, como possiblidade de construção de conhecimento, trazendo um levantamento bibliográfico e, buscando aproximar os espaços museais e a educação em espaços não formais.

    Finalizando os artigos, Mariza Missako Sakamoto, em O estudo afro-brasileiro na formação do professor de arte, aborda o ensino da História e Cultura Afro-Brasileira na escola, previsto na lei 10.639/03, buscando provocar a discussão sobre os preconceitos e estereótipos raciais, com o objetivo de defender o respeito as diferenças a partir do conhecimento.

    No ensaio denominado ARTEFUNDARTE, o qual discorre sobre a imagem que compõe a capa da Revista, escrito a seis mãos, Julia Maria Hummes, Márcia Pessoa Dal Bello, Ana Denise Ulrich, Débora Brandt Alencastro, Gisele Flach e Patriciane Born expõem a razão pela qual escolheram o formato MANDALA (circular) para representar os processos de criação artísticas desenvolvidos na FUNDARTE. A opção pela imagem, segundo as autoras se deu por esse formato não ter um ponto de início nem de fim, um ponto prioritário ou focal, mas representa uma energia que articula todos os objetos com a mesma intensidade, assim como o trabalho desenvolvido pela FUNDARTE.

    Márcia Pessoa Dal Bello e
    Luiz Fernando Cardozo dos Santos
  • Docência, Experimentações e Pesquisa em Artes
    n. 27 (14)

    EDITORIAL

    É com grande prazer que oferecemos aos nossos leitores desta 27º edição da REVISTA DA FUNDARTE artigos que, apoiados na temática Docência, Experimentações e Pesquisa em Arte, apresentam concepções que, certamente, contribuirão para o debate e ampliação das nossas reflexões. A seguir, uma breve introdução aos artigos, sugerindo a você uma leitura atenta.

    O primeiro artigo, intitulado “Para uma educação do olhar”, de Márcia Fusaro, discute a construção da imagem da escritora Clarice Lispector, sugerindo interessantes abordagens sobre a maneira como ela própria aplicava sua maquiagem, delineando com mais ênfase o contorno e a expressão de seus olhos e lábios.         

    Em “Piano em grupo: arranjos elaborados a partir de alternativas pedagógico-musicais”, Gisele Flach trata da elaboração de arranjos musicais feitos para a prática de piano em grupo, evidenciando uma abordagem na qual o aprendizado dos alunos é o alicerce da criação de cada arranjo. 

    No artigo “Avali-Ação: o professor de dança como avaliador de quê?", os autores Bruno Parizoto, Aline da Silva Pinto e Sílvia da Silva Lopes discutem os aspectos que compõem a avaliação em arte, mais especificamente na área da dança, sustentando a concepção de que o caráter subjetivo da avaliação em arte não se encaixa no sistema avaliativo tradicional, ou seja, num sistema regido por notas e menções.

    Fernanda Anders relata as suas primeiras experiências com a docência em música no ensino escolar, no artigo intitulado “Minha trajetória como docente em música no ensino básico: desafios e conquistas”. A partir da narrativa em questão, a autora procura significar as transformações que foram acontecendo na escolha e realização das atividades diárias em sala de aula e suas repercussões quanto à valorização da música como área de conhecimento.

    Em seguida, Florinda Martins e Marcelo Saldanha, em “Michel Henry: critérios de avaliação de uma obra de arte”, apresentam a tese da obra de arte proposta pelo filósofo francês. Para Michel Henry, a obra de arte, como toda a cultura, mesmo nos seus aspectos mais técnicos e ou materiais, expressa uma dimensão invisível da vida, a qual não pode ser desconsiderada.

    No texto “A aplicação dos métodos de crítica literária de Imbert (1987) como ferramenta de análise musical: uma proposta de análise da Passacalha para Fred Schneiter de Edino Krieger”, Thiago Kreutz traz uma importante contribuição para a ampliação de possibilidades da análise musical, ao discutir a aplicação dos métodos de crítica literária de Enrique Imbert (1987) como forma de análise de uma obra musical.

    Samira Abdala, Eduardo Pacheco e Sílvia da Silva Lopes, em “Corpo de bueiro: estouros de bolhas da performanceAção”, à luz de pensamentos da filosofia da diferença e de seus conceitos de arte, fazem algumas problematizações a partir de ressonâncias resultantes de trabalhos práticos realizados no curso de Graduação em Dança: Licenciatura, da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul.

    No texto que tem como título “A inserção da música em escolas públicas municipais do Vale do Caí”, Daniele Ertel e Cristina Rolim Wolffenbüttel apresentam os resultados de uma pesquisa sobre a presença da música em escolas da região do Vale do Caí, na qual foram mapeadas as práticas, a inserção do ensino de música nos 19 municípios da região e os profissionais que atuam com educação musical em seus tempos e espaços.

    Simone Miranda, em “A profissão do músico diante da diversidade nas possibilidades de atuação”, discute a formação do músico para atuar em diversos campos. O texto se constitui no resultado parcial da dissertação de mestrado da autora, cujo foco principal é investigar a formação do pianista frente ao mercado de trabalho.

    No trabalho intitulado “Cartografia dos Quadrinhos Pelotenses”, Fabrício Gerald Lima e Eduarda Gonçalves revelam o processo de mapeamento de histórias em quadrinhos produzidas em Pelotas, no final do século passado e início deste. O levantamento tem como fio condutor a produção de fanzines e o encontro de outros autores do município que compartilharam o gosto pela modalidade quadrinista.

    “Identidades Musicais na Cultura Gospel”, de André Müller Reck, discute a relação cada vez mais recorrente entre música e cultura, apresentando algumas considerações sobre as identidades musicais presentes neste gênero musical e procurando entendê-las como algo contextual, variável de acordo com práticas e relações sociais específicas.

    E finalmente, o artigo “Outras Rotas: traçados de um mapa à deriva” de Francisco Gick, Gleniana Peixoto, Gustavo Dienstmann, Luana Silveira e Jezebel de Carli, aborda temáticas e conceitos fundamentais para o teatro, tais como a pedagogia do teatro, o treinamento do ator, o teatro na rua, a relação do artista com a cidade e a arte de performance.

    Não posso deixar de mencionar a bela capa que compõe a Revista, a qual é o resultado de uma exposição coletiva denominada Suíte n.1, realizada na Galeria Loide Schwambach, com obras dos formandos do curso de Artes Visuais (2013), da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS), com curadoria da professora Carmen Capra.

    A todos uma boa leitura, desejando que as problematizações suscitadas nos artigos os provoquem e os inquietem frente as suas práticas docentes.

    Márcia Pessoa Dal Bello
    Editora

  • Ensino e Pesquisa em Arte
    n. 26 (13)

    Editorial

    É com muita satisfação que apresento o 26º exemplar da REVISTA DA FUNDARTE, cujos textos abordam uma grande diversidade de temas relevantes, trazendo discussões sobre educação e arte.

    O primeiro texto intitulado Musicalidade na formação do ator: a produção de alguns pesquisadores brasileiros da última década, apresenta reflexões sobre a musicalidade presente no trabalho do ator, a partir dos resultados de investigações já realizadas por pesquisadores brasileiros ao longo da última década.

    Artes Visuais, docência e cultura, compreende aspectos referentes à docência em artes visuais, iniciando com indagações que refletem questões relativas as escolhas profissionais e o ofício de professor e professora. Aborda a arte como prática social, e o ensino da arte como um fator de fomento à construção da consciência cultural.

    Possibilidades para a música na escola: revisitando categorias de Allan Merriam, faz uma reflexão sobre a fundamentação teórica da dissertação de mestrado da autora (HUMMES, 2004), que trata das funções do ensino de música nas escolas de Ensino Fundamental e Médio. A relevância da pesquisa  é sustentada pela recente implantação da Lei 11.769 de 2008, que torna o ensino de música obrigatório em toda a Educação Básica.

    Imprevisibilidades e transgressões na improvisação em dança traz o tema  da improvisação, a partir pressuposto de que há  acordos temporários estabelecidos entre as informações já consolidadas no corpo e as que surgem em decorrência do momento em que ela acontece. A partir dessa ideia, o autor defende que o fazer em improvisação pode se configurar como um ato reflexivo sobre o papel do improvisador como aquele que tenta romper padrões através de uma reflexão sobre sua condição antecipatória.

    Em Reflexões de professoras supervisoras de estágios supervisionados de música no ambiente hospitalar: desafios e aprendizagens, as autoras apresentam um relato de experiência como professoras supervisoras de estágio com dois grupos de alunos de um Curso de Licenciatura em Música, durante os dois semestres de 2011. No percurso do trabalho, os grupos foram delineando seus perfis no planejamento das atividades.

    O texto As performances da Presença trata do “Estado de Presença”, como sendo uma das características responsáveis pela singularidade das práticas docentes de um grupo de dez professores de teatro, os quais parecem conduzir seu fazer pedagógico como uma performance. A presença foi um tema recorrente nas falas dos professores pesquisados, os quais consideram que a “presença artística” os acompanha na atividade docente, entretanto, revelam que não é a mesma presença que apresentam na cena, segundo eles, na docência ela é equalizada de outra forma.

    Acordeom na educação musical: perspectivas para uma formação inicial no ensino superior, investiga o desenvolvimento de habilidades pedagógicas e musicais na formação do educador musical no contexto do curso de Licenciatura em Música, que tem como instrumento específico o acordeom.

    O funk nos grupos de dança na cidade de Montenegro, investigou a presença do estilo de dança Funk nas escolas/grupos específicos de dança da cidade de Montenegro/RS e analisa a aceitação e utilização dessa modalidade pelos professores(as) de dança.

    O texto Musicalização em projetos sociais no Vale do Paranhana, no Rio Grande do Sul, procurou verificar os objetivos da educação musical no contexto de projetos sociais e como a musicalização vem sendo trabalhada no Vale do Paranhana.

    O artigo O mercado de trabalho e a Dança: um olhar sobre os relatos de professores/bailarinos homossexuais, teve como objetivo verificar a percepção dos professores de dança homossexuais sobre o mercado de trabalho da dança.

    E finalmente, Caminhos formativos de professores de acordeom: aportes teóricos a partir de narrativas, contém uma explanação teórica do trabalho realizado na monografia de conclusão de curso do autor, cuja pesquisa teve como objetivo estudar sobre a formação e atuação de professores de acordeom de uma cidade de porte médio do estado do Rio Grande do Sul.

    Márcia Pessoa Dal Bello

    Editora da Revista da FUNDARTE

  • Arte, Educação e Performance
    n. 25 (13)

    Editorial

    É um grande privilégio apresentar o número 25º da REVISTA DA FUNDARTE, cuja edição, a partir desta será feita em formato eletrônico.

    A presente edição constitui-se de dez artigos, com temáticas que se referem à Educação e Arte no mundo contemporâneo, fazendo um entrelaçamento entre discussões relativas à educação e as linguagens das artes visuais, dança, música e teatro, as vezes transversalizadas com áreas afins. Os textos tratam de assuntos emergentes na nossa sociedade, tais como interdisciplinaridade, inclusão e outros, provocando os leitores a refletirem sobre as temáticas que se impõe na Educação, Arte e Cultura.

    O primeiro texto Artista-Professor: da vida à obra, pesquisa e produção, a autora Úrsula Rosa da Silva trata da relevante questão que envolve o artista que se assume como pesquisador dentro de um contexto: o Ensino da Arte Pesquisa e Produção. A partir desse foco, busca analisar a atuação dos professores enquanto artistas-professores, as metodologias de ensino, legitimação e representatividade junto à comunidade.

    Cibele Sastre, em seu texto Um olhar poético sobre a diferença na dança contemporânea em Perspectivas: somos todos deficientes? discute o tema da inclusão dos alunos com necessidades especiais, buscando articular a experiência estética e artística com a instalação coreográfica Perspectivas e, os conceitos de ética, estética e cuidado de si.

    A tragédia grega em terras gaúchas é o tema do artigo de Marcelo Adams no qual analisa o texto dramático As núpcias de Teodora- 1874, do dramaturgo gaúcho Ivo Bender, em relação com a tragédia grega Ifigênia em Áulis, do grego Eurípides.  

    Os autores Cristina Rolim Wolffenbüttel, Lucas Pacheco Brum e Martha Wankler Hoppe falam de um tema desafiador para a educação, Interdisciplinaridade: ambiguidades e desafios para a formação Inicial de professores. O artigo objetiva tratar da terminologia, bem como discutir as ambiguidades e os desafios originados de sua prática.

    Carmen Lúcia Capra em Traços e Traçados da Experiência propõe-se a compreender o conceito de experiência mediante um aprofundamento histórico-filosófico do termo, a fim de identificar suas possíveis possiblidades, com o objetivo de contribuir para o ensino das artes. 

    Márcia Pessoa Dal Bello, em seu artigo intitulado A docência em Teatro: uma investigação a partir da prática dos professores traz uma reflexão sobre a singularidade das práticas docentes em teatro, a partir de uma discussão teórica entre os conceitos de moral e ética de Michel Foucault e as contribuições de  Stanislavski para a pedagogia do teatro.

    Com o texto Minha cidade tem um rio, a autora Mariana Silva da Silva propõe uma investigação a respeito das práticas urbanas, enfocando a apropriação crítica da paisagem, especialmente da invisibilidade do Rio Guaíba de Porto Alegre, RS, dentre outros rios e paisagens.

    Experiências de mediações- grupo patafísica é o tema do artigo dos autores Carolina Corrêa Rochefort, Priscila Costa Oliveira e André Martins Ziegler, no qual apresentam as atividades de mediação artística desenvolvidas pelo grupo Patafísica: mediadores do imaginário, que atua na galeria de arte A SALA do Centro de Artes da Universidade Federal de Pelotas.

    O nono artigo, A vida secreta de Laura: um processo de encenação dos contos “A Vida íntima de Laura” e “O ovo e a galinha” de Clarice Lispector, de Milena Ferreira Mariz Beltrão apresenta os pontos teóricos e relatos de experiências mais importantes do processo de encenação do espetáculo, que tem o nome deste artigo, enfatizando os princípios de criação a partir do projeto de autoria de Clarice Lispector.

    E finalmente, o texto intitulado A música como conteúdo obrigatório na Educação Básica: da lei à realidade escolar [de Uberlândia-MG], de Silvana de Oliveira Gasques, analisa criticamente as dificuldades e possibilidades de implementação da Lei 11.769/2008 que institui o ensino obrigatório da música na educação básica, com foco no estudo das representações de professores da rede pública municipal de ensino de Uberlândia e da Universidade Federal de Uberlândia, MG.

    Nesta edição, também consta um ensaio dedicado à artista que dá o nome a Galeria de Arte Loide Schwambach da FUNDARTE. Júlia Hummes relata um pouco sobre a trajetória de Loide e a concepção de seu trabalho.

    Agradeço a todos os autores e pareceristas que colaboraram com esta edição, contribuindo com seus saberes e provocando reflexões sobre os relevantes temas abordados. Desejamos a todos uma excelente leitura e uma prazerosa desacomodação. 

     

    Márcia Pessoa Dal Bello

    Editora da Revista da FUNDARTE

  • Perspectivas de Ensino em Artes
    n. 24 (12)

    Editorial


    NEsta 24ª edição da Revista da FUNDARTE, oferecemos aos nossos leitores nove artigos, centrados nas áreas das artes visuais, dança, música e mídia televisiva. Eles estão perpassados por enfoques educativos, teóricos e artísticos e são ancorados no tema "Perspectivas de ensino em artes". As abordagens dos autores contemplam diferentes pontos de vista, ora apresentando processos artísticos, ora refletindo sobre a sala de aula e a docência. É um panorama diversificado, com propostas que enriquecem as discussões e instigam a reflexão.

    O primeiro artigo, denominado "Arte, ensino, iniciação científica: uma relação possível e exitosa", relata pesquisa realizada pelas professoras Rosangela Duarte e Elena Campo Fioretti, da Universidade Federal de Roraima, com o objetivo de produzir um CD-Rom sobre os principais artistas plásticos de Boa Vista/RR. O projeto mereceu destaque pelo tema, pelo desempenho dos alunos e pelos resultados obtidos. Barbosa, Delors, Langer e Pillar, entre outros, contribuem para as reflexões das autoras.

    As preocupações de Daniela Linck Diefenthäler em relação à educação infantil estão expressas no artigo "Para pensar o Ensino de Arte das infâncias contemporâneas: algumas provocações". Daniela apoia-se em autores como Barbosa, Hernández, Larossa, Loponte, para instigar-nos a refletir sobre livros didáticos, revistas pedagógicas, práticas docentes e imagens estereotipadas que são utilizadas no espaço escolar.

    Centrado nas artes visuais, o trabalho realizado com adolescentes entre 10 e 13 anos, em uma oficina pedagógica, é relatado no texto "Singularização de identidades e construção de subjetividades através de proposições em artes visuais". As autoras, Mariana Binato de Souza e Viviane Diehl, abordam conceitos de singularidade e cultura visual e buscam, principalmente, em Hernández, os aportes teóricos da pesquisa.

    O objeto de investigação de Fernanda Taddel é o ensino de arte contemporânea (ou a sua ausência) na educação, nos níveis fundamental e médio. O artigo "Arte contemporânea na escola: relato de um estudo de caso" apresenta conceitos, reporta-se aos PCN's e discorre sobre dados coletados à luz de teóricos como Archet, Millet e Barbosa.

    Resultados de uma pesquisa qualitativa de cunho descritivo na área da dança são relatados por Vanessa Sandres Curi Pérez, Aline Nogueira Haas, Ângela Cristina Bugs Gonçalves e Isadora de Souza Maia Lima no artigo "Formação de professoras de dança do ventre". As autoras abordam conceitos e práticas de ensino de dança e formação profissional e apoiam suas reflexões em vários estudiosos do tema, como Marques, Ostetto e Strazzacappa.

    "Educação musical, paradigmas de pesquisa e possibilidades de investigações" é a temática apresentada por Cristina Rolim Wolffenbüttel. O texto traz ao debte características que fundamentam pesquisas qualitativas e quantitativas e também exemplifica investigações que recorrem à combinação das duas abordagens. A autora se vale de extensa bibliografia para elaborar suas análises, o que contribui para expandir a reflexão dos leitores.

    Helena Dóris Sala e Ana Lúcia Louro relatam experiência vivenciada na área da música no âmbito universitário. O artigo "Recitais didáticos: das memórias musicais e sonoridades midiáticas à ampliação da escuta musical" explicita práticas centradas na teoria do cotidiano, narrativas de si, resgate de memórias musicais e rearranjo para questionar metodologias, construir a autonomia do aluno, ao mesmo tempo em que promove a formação de plateia. Penna, Torres e Souza embasam o projeto.

    Dar acesso às diferentes linguagens artísticas através de um programa de televisão é o objetivo do projeto Por Dentro da Arte, criado em 2008 pela FUNDARTE e executado pela TV Cultura de Montenegro, com a parceria da Pró-Reitoria de Extensão da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul - UERGS. Cristina Bertoni dos Santos, Júlia Maria Hummes e Priscila Mathias Rosa, relatam esta experiência no artigo "Práticas pedagógicas na mídia televisiva: Por Dentro da Arte" e refletem sobre a importância da TV na formação de identidade regional e de senso crítico.

    O último artigo, "Professoras artistas: reflexões sobre o fazer artístico e a prática docente" de Patriciane Theresina Born, expõe um recorte de pesquisa realizada em sua dissertação de mestrado, recentemente concluído. A autora recorre à docência no Curso de Graduação em Artes Visuais: Licenciatura, do convênio UERGS/FUNDARTE, às integrantes do Ponto de Fuga - Coletivo em Arte e aos conceitos de docência, professora artista, genialidade artística e práticas coletivas para construir suas reflexões. Estudiosos como Almeida, Corazza, Deleuze, Loponte e Strazzacappa subsidiam a composição da trama teórica e das argumentações da jovem mestra.

    Agradeço imensamente aos que enviaram seus artigos para esta 24ª Revista da FUNDARTE. A partir do número 25, acompanhando a atual tendência editorial, a Revista será editada apenas por meio eletrônico, mantendo a mesma periodicidade e esforço para se consolidar como publicação de referência nas Artes, como foi enquanto circulou em papel. A etapa que agora se encerra - o periódico foi impresso por 12 anos - representou um grande esforço de uma instituição pequena como a FUNDARTE, que não faz parte do sistema universitário, embora dialogue com a academia. Nesse período, tivemos a satisfação de alcançar o nível B na avaliação Qualis/Capes.

    Durante esses anos, tentamos contribuir para as áreas de arte e educação, oportunizando espaço para expor ideias, fomentar a leitura e a escrita, divulgar pesquisas e produções de diferentes matizes e contextos. O espaço continua, a partir de agora em outro formato.

    Os editais e chamadas de artigos serão divulgados normalmente na página da FUNDARTE: www.fundarte.rs.gov.br, a partir de janeiro de 2013.

    Na condição de editora da Revista, quero ainda agradecer de uma forma muito especial à Comissão Editorial, ao Conselho Consultivo e aos pareceristas, pela generosa colaboração que duram durante os anos em que os números publicados estiveram sob minha responsabilidade. Esse agradecimento se estende à competente equipe que trabalhou para manter a Revista impressa até este momento.

    Após 31 anos de atuação na FUNDARTE, me aposentarei e deixarei a coordenação da Revista. É hora, portanto, de dizer obrigada a todos, mais uma vez, e de desejar sucesso para quem abraçar esta função.


    Maria Isabel Petry Kehrwald
    Coordenadora da Revista

  • Abordagens Docentes e Investigações em Artes
    n. 23 (12)

    Editorial

    Nesta 23ª edição da Revista da FUNDARTE apresentamos nove artigos cujas temáticas abarcam investigações nas áreas de educação, artes visuais, dança, música e artes cênicas. Ancorados no tema “Abordagens docentes e investigações em artes”, temos, a partir de diferentes pontos de vista, enfoques centrados em aspectos do fazer artístico, docência, constituição de identidades e subjetividades e discussões de gênero, frutos tanto de estudos individuais, quanto de pesquisas coletivas. É um panorama diversificado do que move e preocupa educadores nos dias que correm.

    No primeiro texto, “Cartografias e sobrejustaposições para pensar a produção crítica da arte enquanto etnografia”, Cristian Poletti Mossi e Marilda Oliveira de Oliveira buscam refletir, conceitualmente, sobre as palavras que compõem o título. É também o título que dá o direcionamento da reflexão dos autores, apoiada em teóricos como Rolnik, Deleuze & Gattari e Canclini entre outros.

    “Obra aberta: espaço urbano em ruínas x galeria” apresenta o trabalho de Fernanda Manéa sobre questões relativas à impermanência e efemeridade em suas práticas de intervenção, focadas na restauração da subjetividade, da percepção e dos sentidos para com os lugares e objetos cotidianos. Bourdieu, Umberto Eco, Benjamin, Argan e Guattari são alguns dos teóricos que ajudam a autora a pensar a obra aberta, a interrelação entre espaço urbano, vazios, paisagens, ruínas e fluxo humano em suas infinitas possibilidades.

    Os conceitos de análise de obras de arte do crítico Yve-Alain Bois, que entende o objeto artístico como um “modelo em si mesmo”, são os enfoques de Clediane Lourenço no artigo “Segundo plano: A cidade nas obras de Leonor Botteri”. Para alcançar seu propósito de leitura e aproximação com a obra de Botteri, a autora também evoca Deleuze e os conceitos de repetição e diferença.

    No artigo “O Ensino de perspectiva aliado às atividades de criação, no Curso de Artes Visuais” de Ana Paula Batista Araújo, Estela Maris Reinhardt Piedras e Ursula Rosa da Silva, apresentam o relato de uma experimentação metodológica realizada no Curso de Artes Visuais, modalidade Licenciatura, da UFPel – Universidade Federal de Pelotas/RS. A base teórica busca referências para aproximar o ensino técnico dos processos de criação em arte e Panofsky, Ormezzano e Santos contribuem para as reflexões e o alcance de resultados satisfatórios.

    “Objeto de pesquisa, objeto de desejo: um caso de amor com a palavra e a imagem” é um artigo que nos instiga a pensar sobre o conceito de representação em artes visuais e as relações possíveis entre imagem e palavra. Para alcançar seus propósitos, a autora Betina Frichmann traz referenciais de Foucault e Barthes e a obra “Isto não é um cachimbo”, do pintor René Magritte.
    “Arte, infância e imaginação em Fanny e Alexander”, é um exercício de reflexão sobre a arte teatral, a infância e a imaginação a partir do filme Fanny e Alexander, de Ingmar Bergman, conforme explicita o coletivo de autores Adriana Ganzer, Amalhene Baesso Reddig, Ana Maria Cambruzzi, Aurélia Regina de Souza Honorato, Rodrigo Ribeiro Souza, Rosilene de Fátima Koscianski da Silveira e Silemar Maria de Medeiros da Silva. A arte teatral é o fio que conduz esta trama, costurada com um número representativo de estudiosos do tema, entre os quais Bachelard, Benjamin, Calvino e Duarte Jr.

    Refletir sobre “Masculinos e femininos – pensando as abordagens acerca do gênero no âmbito escolar” é o que propõe Juzelia de Moraes Silveira, quando analisa os discursos sobre as imagens que remetem à sexualidade, consumidas pelos jovens. A problematização frente aos preconceitos, a constituição de identidades/subjetividades sexuais são alguns dos focos prioritários do texto que se apóia em teóricos como Chauí, Louro, Foucault e Hernández.

    Sandra Rhoden apresenta resultados da sua dissertação de mestrado no artigo “Notação musical: inquietações da prática docente” e discorre sobre investigações do processo subjetivo da notação musical de um grupo de nove crianças entre 4 a 6 anos, alunos do Curso Básico de Música da Fundação Municipal de Artes de Montenegro - FUNDARTE. Referenciais de Gonzáles Rey, Maffioletti, Sinclair, Souza e principalmente Silvia Helena Cruz contribuem para o alcance dos objetivos da pesquisa.

    O último artigo, “O Santo e a Porca na escola: um processo de desmontagem do espetáculo” aborda uma pesquisa que trata das dificuldades do ensino de teatro. A autora, Kamila Rodrigues Debortoli, inspira-se nos Ensaios de Desmontagem do Espetáculo, proposto pelo projeto Formação de Público, realizado em São Paulo, e experimenta com alunos de 5º e 6º ano as etapas sugeridas que facilitam o entendimento da atuação de um professor-artista.

    Agradeço imensamente aos que enviaram seus artigos para compor esta Revista, bem como aos pareceristas pela colaboração generosa. Desejo a todos e a todas que tenham uma boa leitura, provocada pelas ideias e reflexões dos autores.

    Maria Isabel Petry Kehrwald
    Coordenadora da Revista

     

  • Docência, Experimentações e Pesquisa em Artes
    n. 22 (11)

    Editorial

    Temos o prazer de oferecer aos nossos leitores desta 22ª edição da Revista da FUNDARTE, nove artigos que apoiados na temática Docência, experimentações e pesquisa em arte, apresentam ideias que contribuem substancialmente para o debate e ampliação das nossas reflexões. A seguir uma pequena introdução aos artigos, sugerindo a você uma leitura atenta.

    O primeiro artigo é de Federico Gariglio, Director titular del Ensamble Hilarión (Buenos Aires – Argentina) a quem enviamos uma especial saudação. Federico nos brinda com o artigo El primer unísono no qual propõe uma série de leituras e releituras sobre aspectos marcantes da música de Giacinto Scelsi, compositor italiano contemporâneo que resultam de uma abordagem múltipla e instigante baseada em três eixos: a análise estrutural, os escritos sobre Scelsi e a interação entre estes pontos.

    Aline Nunes da Rosa relata suas preocupações docentes na área da formação de professores de artes visuais imbricadas com sua pesquisa de mestrado realizado na Universidade Federal de Santa Maria. O artigo Notas sobre um professor bricoleur: inventando possíveis para pensar a formação inicial em artes visuais, faz referências a bricolagem e ao processo de constitui-se como professor, valendo-se do filme Albergue Espanhol e de teóricos como Deleuze, Guatarri, Kincheloe e Rolnik.

    O artigo Respeitando as especificidades infantis a partir de práticas pedagógicas que valorizem o ser criança, o brincar, o musicalizar, enfatiza a necessidade de pautar a educação infantil em propostas pedagógicas intencionais e sistemáticas, distantes do espontaneísmo. As autoras Ana Claudia Paula do Carmo e Rosangela Duarte da Universidade Federal de Roraima, defendem, apoiadas em vários teóricos, entre os quais Piaget, Vigotski e Beyer, a importância das atividades lúdicas, especialmente do cantar.

    O processo experimentado no campo da cerâmica por professor e alunos do CEART da Universidade do Estado de Santa Catarina é o tema do artigo Cerâmica, corpo e convivência, reconstruindo a paisagem de autoria de Betânia Silveira e Daisy Mary da Silva Proença, que relatam trabalho vivenciado e as relações construídas entre corpo, barro e espaço. Augé, Greiner e Merleau-Ponty entre outros, oferecem aportes teóricos para a reflexão desta poética de arte relacional.

    O artigo de Carine Betker, professora da Rede Municipal de Porto Alegre/RS analisa propostas de ensino da arte sob o título Arte contemporânea: pesquisando seu ensino. A autora busca em publicações recentes dos anais da ANPAP e ANPED, dos anos de 2009 e 2010, como esta temática tem sido abordada em sala de aula, apontando possíveis diferenças e/ou relações entre o ensino da arte na contemporaneidade e o ensino da arte contemporânea, trazendo concepções e estudos de Archer, Barbosa e Pillar entre outros.

    Maria Cecília de Araujo Rodrigues Torres, Coordenadora do Curso de Licenciatura em Música do IPA/RS em seu artigo Contribuição dos cursos de Licenciatura em Música para a formação de pesquisadores: algumas idéias, discorre sobre tópicos de pesquisa em Cursos de Licenciatura em Música, propostas com a Extensão, disciplinas que proporcionam a implementação de projetos de Pesquisa e a articulação destes comProgramas de Pós-Graduação da área. Seus estudos estão apoiados em ampla base teórica.

    As práticas de estágio são o objeto de investigação de Maristani Polidori Zamperetti e Mirela Ribeiro Meira, ambas professoras da Universidade Federal de Pelotas, que nos apresentam no artigo Tempos de movimento: relatos de alunos da licenciatura em Artes Visuais sobre a experiência docente em estágio, as reflexões tecidas a partir do olhar dos alunos e alunas sobre a complexidade das experiências vividas. Arroyo, Assmann e Hernández, são alguns teóricos que auxiliam as autoras a refletir sobre os desafios e dicotomias da teoria e prática.

    O artigo A afetividade nas relações escolares: o reconhecimento do aluno e do professor como seres sociais, procura mostrar a importância da afetividade no contexto escolar. A autora Patrícia Gusmão Maciel professora da Rede de Ensino em Alvorada/RS, parte de questionamentos sobre o tema e busca em conceitos de luta por reconhecimento de Honneth e discussões teóricas de Meira e Pillotto sobre o desenvolvimento da sensibilidade intersubjetiva e artística, os subsídios para sustentar seus argumentos.

    O artigo que fecha esta Revista, A dança e a reabilitação neurológica de autoria de Silvia Susana Wolff da UFPel, Julia Ziviani Vitiello da UNICAMP, Aline Nogueira Hass e Clézio José dos Santos Gonçalves ambos da URFGS, apresenta resultados de uma pesquisa sobre a utilização da dança como método de reabilitação complementar para pacientes de AVC. Com base no pensamento somático, são apontadas estratégias e atividades na área da dança que possibilitam a inclusão de pessoas com necessidades especiais, otimizando aprendizados.

    Agradeço imensamente aos autores dos artigos aqui apresentados e envio uma saudação muito especial àqueles que passam a colaborar com a Revista da FUNDARTE, qualificando nossa rede de apoio. Tenho o prazer de receber em nossa revista:

    - para fazer parte da Comissão Editorial:

    Profª Dra. Ana Mae Barbosa decana do ensino da arte no Brasil e conhecida internacionalmente;
    Prof. Federico Gariglio, titular do Ensamble Hilarión (Buenos Aires – Argentina).
    Profª Dra. Sayonara Sousa Pereira, bailarina e coreógrafa, professora do Departamento de Artes Cênicas da Universidade de São Paulo - ECA/USP, com Pós-doutorado na UNICAMP e Alemanha na área da dança.
    - para fazer parte do Conselho Consultivo:
    Profª Dra. Andrea Hoftaetter, artista plástica e professora do Departamento de Artes Visuais do Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul/RS;
    Profª. Dra. Eduarda Duda Gonçalves, artista plástica e professora do Centro de Artes da Universidade Federal de Pelotas/RS – UFPel;
    Profª Dra. Marila Annibelli Vellozo, coreógrafa e bailarina, professora do Departamento de Dança da Faculdade de Artes do Paraná;

    A Revista se completa com um breve resumo das atividades da Orquestra de Câmara FUNDARTE que em 2011 festejou 15 anos e com um texto do autor da capa desta 22ª Edição, Fabiano Gummo.

    Desejo uma boa leitura e que as provocações oferecidas pelos autores, nos deixem pedagogicamente inquietos e com desejo de saber mais.

    Maria Isabel Petry Kehrwald
    Coordenadora da Revista

  • A Formação do Professor Pesquisador e a Mediação Pedagógica
    n. 21 (11)

    Editorial

    Temos o prazer de oferecer aos nossos leitores desta 21ª edição da nossa Revista, artigos dos professores convidados ao 6º Encontro de Pesquisa em Arte, promovido pela FUNDARTE, de 15 a 17 de junho de 2011.

    A temática do Encontro A formação do professor pesquisador e a mediação pedagógica provocou diferentes abordagens sobre docência, pesquisa e fazer artístico que contribuem substancialmente para qualificar nossa reflexão e nossas práticas. A seguir uma pequena introdução aos artigos, sugerindo a você uma leitura atenta.

    O primeiro artigo desta edição é de nossa convidada para o painel de abertura do 6º Encontro de Pesquisa em Arte intitulado “A formação do professor pesquisador e a mediação pedagógica”, Sandra Ramalho e Oliveira da Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC, a quem saudamos de um modo muito especial e carinhoso. Sandra apresenta experiências que buscam desenvolver um conceito de Ação Educativa em Espaços Culturais realizadas na disciplina Ensino de Artes Visuais - Estágio III, estabelecendo co-relações com a investigação científica de um professor/pesquisador. Na Ação Educativa apóia-se nas concepções da semiótica, concebidas por Greimas e Landowski.

    Sandra Mara Corazza, participante também do painel de abertura do evento, a quem damos as boas-vindas (ou bom retorno, pois em Montenegro viveu grande parte de sua vida), nos brinda com um texto instigante que inicia pedindo licença (dada de imediato, é claro) para fazer modificações no título do painel. Assim, Sandra discorre sobre “A formação do professor-pesquisador e a criação pedagógica” desde a ótica do Pensamento da Diferença seu foco de reflexão apoiado em Deleuze e apaga qualquer separação entre o professor e o pesquisador. Persegue a concepção de “uma docência que procura; logo que cria” e conclui que o desafio urgente é uma artistagem de criação para que a educação produza inovações.

    Ursula Rosa da Silva, Curadora Pedagógica deste 6º Encontro, fato que sela tanto uma cumplicidade de idéias quanto uma parceria institucional com a Universidade Federal de Pelotas/RS na realização do evento, apresenta o texto “Ensinar, pesquisar e criar: a curiosidade e a importância da pergunta no ensino”. A autora enfatiza a necessidade de mudanças na compreensão do conceito de ensinar, a importância da pergunta, da curiosidade e de processos investigativos na formação de professores. Paulo Freire, Dewey e Merleau-Ponty são alguns teóricos que dão suporte às reflexões de Ursula na sua busca pelos elos entre ensino e pesquisa e contribuições da arte para “uma abertura para o mundo”.

    O artigo de Flávia Pilla do Valle e Aline Nogueira Haas “Formação em Dança no Rio Grande do Sul e sua interface com a pesquisa”, faz uma retomada da formação em dança no Rio Grande do Sul e discute as funções do ensino de dança em cursos livres e universitários. A pesquisa a partir de uma problematização, é ressaltada pelas autoras como fator necessário para instigar os alunos a um ‘pensar de outro modo’ levando em conta a perspectiva de Foucault sobre o tema.

    “Educação Musical: refletindo sobre o campo de estudo e os espaços de atuação profissional” é a temática de Cristina Rolim Wolffenbuttel que traz à cena, pesquisadores da área e seus posicionamentos a respeito da autonomia da educação musical, bem como um panorama sobre alguns estudos já realizados. Ressalta a importância do incremento à investigação para subsidiar as propostas de ensino da música e especifica resultados que evidenciam a ampliação das concepções em torno da educação musical.

    O artigo de Eduarda Azevedo Gonçalves, “Paisagens cotidianas: deslocamentos e observâncias do sujeito da experiência” aborda o ensino da arte contemporâneo, refletindo sobre “as similitudes e diferenças entre o sujeito da informação, o sujeito da experiência e o sujeito da arte”. Como pano de fundo para suas reflexões, Duda resgata uma proposta artística de grande repercussão, chamada Água da Sanga, realizada quando foi professora do Curso de Graduação em Artes Visuais, da UERGS/FUNDARTE, na qual faz conexões entre arte e vida. Larrosa, Fervenza e Buoro estão entre os teóricos que contribuem para qualificar seu texto.

    Mirela Ribeiro Meira relata em “Metamorfoses Estéticas: O Sensível-em-Pedagogia na Formação Docente” pesquisa realizada junto ao Curso de Pedagogia da FaE/UFPel, em Pelotas, RS na qual investiga “a presença, relações e reverberações que uma Educação Estética e artística pode proporcionar” para a melhor instrumentalização de futuros docentes. Teóricos como Maffesoli, Maturana, Hernández e Duarte Jr. entre outros, ajudam Mirela a justificar suas escolhas metodológicas. As análises feitas até agora pela autora, permitem inferir sobre a importância da alfabetização estética na formação de professores.

    O ensino de instrumento musical é o objeto de estudo de Regina Antunes Teixeira dos Santos no artigo “Investigação colaborativa: ferramenta potencial para o desenvolvimento profissional do professor de instrumento”, no qual se refere ao professor-pesquisador como o elemento essencial para alcançar “uma prática de ensino mais efetiva”. Apresenta cinco interessantes concepções de Hallam sobre os processos de ensino e aprendizagem instrumental e ao discorrer sobre o engajamento que todo professor deve ter, reforça a investigação colaborativa como catalizadora para que os professores se tornem produtores de conhecimento.

    Agradeço imensamente aos que participam do nosso 6º Encontro de Pesquisa em Arte e aos que generosamente enviaram seus artigos para compor esta Revista. Desejo a todos e a todas que tenham uma boa leitura e que as provocações dos autores aqui explicitadas, os instiguem a constituir-se como professores-pesquisadores.

    Maria Isabel Petry Kehrwald
    Coordenadora da Revista

  • Arte, Docência e Identidades
    n. 20 (10)

    Editorial

    Escrevo este Editorial em homenagem ao Prof. Dr. Marco Antonio Gomes de Araújo, professor da FUNDARTE de 2003 a 2010, que atuou no convênio com a Universidade Estadual do Rio Grande do Sul – UERGS, no curso de Graduação em Artes Visuais – Licenciatura, e que nos deixou no final de 2010. Marco foi em busca do seu objetivo profissional na Universidade de Brasília – UnB, onde recém assumira como docente, quando teve sua vida interrompida por um desses acasos perversos e incompreensíveis: foi atropelado em uma rua do campus universitário e não resistiu aos ferimentos. Para nós da FUNDARTE, seus colegas e ex-alunos, fica a lembrança do artista criativo e inquieto, do professor crítico, engajado e sempre presente em todos os momentos em que foi  necessário unir forças para dialogar, reivindicar e gritar pela permanência e qualificação dos cursos do convênio UERGS/FUNDARTE. Fica também o registro de sua inestimável contribuição à Galeria de Arte Loide Schwambach, ao Grupo de Pesquisa em Arte: criação, interdisciplinaridade e educação do qual foi coordenador e, principalmente, a sua contribuição a esta Revista, durante o período em que foi Editor (anima e cuore), de 2007 até sua saída em agosto de 2010. Sua coordenação iniciou com a Revista nº 11 e 12, jan/dez de 2006 até a 19ª de jan/jun de 2010. Suas marcas farão parte da memória da nossa instituição e serão lembradas sempre que nos referirmos aos Cursos de Graduação em Artes Visuais, em Dança, em Música e em Teatro, do convênio UERGS/FUNDARTE, ou às diversas outras atividades que aqui realizou. O Prof. Marco permanecerá, especialmente, como exemplo de profissional comprometido com seu tempo e contexto.

    Nesta 20ª edição da Revista da FUNDARTE apresentamos nove artigos cujas temáticas abarcam discussões nas áreas de artes visuais, dança, música, teatro e cultura. A partir de diferentes pontos de vista são abordados aspectos referentes ao fazer artístico e a docência, frutos tanto de estudos individuais, quanto pesquisas coletivas no campo das artes que oferecem um panorama do que move e preocupa educadores de todos os níveis de ensino.

    O primeiro texto “Repetição, utopia e fracasso” de Andrea Hofstaetter, problematiza a questão da repetição em arte e sugere pensá-la por um outro viés, que produza rupturas nesse processo e possa gerar a transgressão, a produção do novo, a quebra dos mecanismos de perpetuação, não só na arte, mas também na vida cotidiana. “Técnicas para uma (des)construção pós-dramática do texto”, de Paola Zordan e Patrícia Unyl é um ensaio, recorte de um estudo mais amplo, que se refere ao pós-dramático e outras manifestações das artes cênicas contemporâneas.

    As autoras trazem à cena Nietzsche, Deleuze, Guatarri e Derrida entre outros, para discutir conceitos da práxis teatral e abordar o processo de criação, o trágico, a concepção de planos e de corte, a desconstrução, os sentidos e o não sentidos do corpo e do texto.

    No artigo “Corpo-criança: um diálogo entre teatro e saúde mental na infância”, Fabíola Rahde Fernandes, Carlos Roberto Modinger e Cássio Lamas Pires nos apresentam a experiência realizada na Escola de Saúde Pública do Rio Grande do Sul, com crianças em situação de vulnerabilidade psíquica e social. São abordados os conceitos de jogo, teatro e saúde mental, apoiados em  Huizinga, Ferracini, Merhy, Ziegelmann e Courtney, entre outros teóricos.

    A trama de três elementos presentes no campo da Arte e suas relações é o tema de Carlos Faustino que desde Portugal nos brinda com o artigo “Para um médium do real do espelho, do vídeo, do virtual”. Faustino, a quem damos as boas vindas a nossa Revista, arrisca uma hipótese de conjugação entre o real (representado pelo espelho), o digital (representado pelo vídeo) e o virtual, e conta com teóricos como Kraus, Einsner, Costa, Sacks e Mateus para avançar em sua investigação.

    “A sistematização da dança nos preceitos artísticos de Platão” de Rousejeanny da Silva Ferreira, toma como ponto de partida as concepções de dança na antiguidade clássica e as idéias de Platão para abordar como se deu a construção da dança acadêmica ocidental. A autora refere-se a vários teóricos para compor seus texto e elucidar aspectos da influência dos ideais gregos no modo como entendemos o corpo e suas manifestações.

    Centrado em um projeto social de uma oficina de vídeodança, realizado com crianças em situação de vulnerabilidade, na cidade de Porto Alegre/RS, o artigo “Estéticas infantis: como operar com as crianças a mescla de dança e video?” de Susana França da Costa, relaciona os “blocos de sensações” descritos por Deleuze à ideia de processo criativo em arte. Investigar como operar com as crianças a mescla de vídeo e dança, relacionada “a um mecanismo de resistência” é o foco do estudo que se apóia teoricamente em Deleuze, Guattari e Fernandes.

    Daniel Granada da Silva Ferreira, no artigo “Fazer o bem, faz bem: notas sobre identidade e o aprendizado da capoeira na França”, aborda os temas identidade e etnicidade, discorrendo em seu artigo sobre a prática da capoeira realizada em Ivry sur Seine, no subúrbio de Paris. A pesquisa realizada por meio do método de observação participante e de entrevistas formais e informais, com praticantes de capoeira, mostra que as ideias de “fazer o bem” e de que a capoeira “faz bem” perpassa o “processo de construção da identidade dos praticantes”.

    O artigo “A formação do educador musical no mundo hodierno: pensamentos necessários perspectivados na realidade brasileira” traz as preocupações do autor Jonas Tarcísio Reis com relação à educação em sentido geral e, em sentido mais restrito, enfoca a formação do educador musical que atua no campo da educação básica. Contribui para sua reflexão os estudos de Le Boterf e Perrenoud que discutem a respeito da formação profissional além de Bellochio, Penna e Souza entre outros.

    Por fim, em seu texto “A ética da docência em Teatro” Márcia Pessoa Dal Bello traz contribuições importantes para pensar a formação do professor e sua prática docente e o quanto estas questões transbordam para seus alunos e os afetam. Os estudos de Foucault sobre ética e de Stanislawski sobre a pedagogia do teatro dão suporte às reflexões da autora.

    Ao assumir a coordenação da revista, desejo a todos e a todas que tenham uma boa leitura e que os artigos aqui oferecidos, possam provocar o desassossego necessário à busca de novas reflexões. Agradeço imensamente aos que enviaram seus textos, aos pareceristas desta edição e suas análises criteriosas, e à colaboração generosa de muitos que contribuem para a manutenção da revista. Espero que possamos continuar avançando na qualificação da Revista da FUNDARTE.

    Maria Isabel Petry Kehrwald
    Coordenadora da Revista

  • Arte e Tecnologia: Processos, Poéticas, Ensino
    n. 19 (10)

    Editorial

    O uso da tecnologia, como sabemos, está cada vez mais presente no mundo das artes, sobretudo no cenário contemporâneo. São também bastante diversificadas as formas como ela aparece em todas as áreas do campo artístico. Nos grandes eventos, como salões e exposições de artes, festivais, etc, podemos apreciar, contemplar e, em alguns casos, interagir com obras produzidas com as novas tecnologias. Em razão disso, atualmente, algumas universidades estão abrindo cursos ou ênfases de cursos vinculados, de um modo ou outro, a elas. Outras universidades procuram contemplar o tema com novas disciplinas em que essas tecnologias façam parte de seus conteúdos.

    Por outro lado, podemos perceber as relações da arte com o corpo humano desde os primeiros registros das atividades artísticas. Entretanto, essas relações variaram e se diversificaram muito ao longo da história a ponto de as possibilidades de participação do corpo nas artes terem se ampliado consideravelmente. O corpo humano, hoje em dia, pode relacionar-se também com as novas tecnologias na produção artística. O tema do corpo, portanto, suscita sempre relevantes questões para serem discutidas no contexto artístico.

    Não foi por acaso, pois, que, pelo último edital de chamada de artigos da Revista da FUNDARTE, esses dois assuntos, corpo humano e arte e tecnologia e arte, foram os que apareceram, espontaneamente, em um maior número de artigos. Por esse motivo, decidimos publicar duas edições temáticas, a anterior, de número 18, que tratou de relações entre arte e corpo, e a presente, de número 19, que trata de questões sobre arte e tecnologia.

    O primeiro artigo desta edição, de autoria de Luciana Azambuja Alcântara e Reinilda de Fátima B. Minuzzi, intitulado Um olhar sobre a arte e tecnologia: possibilidades artísticas em meio a realidades inventadas, aborda questões referentes às influências da tecnologia nas experimentações e no processo artístico desde o surgimento da fotografia, refletidas sobre outros meios e ambientes posteriores em que a tecnologia faz-se presente nas artes visuais.

    Questões referentes ao uso da fotografia nas artes visuais estão presentes também no artigo A estética pictorialista na Europa: uma outra visualidade para a fotografia, de Niura Legramante Ribeiro. O texto aborda, historicamente, o movimento pictorialista, bem como a estética decorrente dele, que aconteceu na fotografia entre a última década do século XIX e as primeiras do século XX.

    A fotografia está presente também no texto de Fabiane Sartoretto Pavin e Nara Cristina Santos, Hibridação entre a fotografia e a poética digital da artista Sandra Rey. Trata-se de um estudo sobre a hibridação da obra de arte a partir do trabalho de Sandra Rey, que resulta da manipulação, através da computação gráfica de imagens
    obtidas com a fotografia digital.

    Já Rogério T. Schraiber, no artigo As ações do público na arte digital, trata da participação e das ações do público na arte digital através da internet, enfocando a interatividade do espectador que contribui ao processo criativo da obra.

    João Carlos Machado – Chico Machado, em Modo de usar: a utilização dos materiais na arte cinética, aborda aspectos técnicos, práticos e estéticos do processo de construção da arte cinética, relacionando-os com algumas obras cinéticas realizadas por ele bem como de artistas como Abraham Palatnik, Jean Tinguely e Guto Lacaz.

    Passando para o campo musical, temos o artigo Música e tecnologia na UERGS, de Alexandre Birnfeld, que oferece uma breve visão sobre o uso do computador na área musical. Enfoca, principalmente, o uso desse equipamento como editor de partituras, ferramenta de composição de música eletroacústica e estúdio caseiro para gravação e edição de áudio com qualidade profissional.

    Ainda nessa mesma área, Luiz Fernando Cardozo dos Santos e Adriana Bozzetto, no texto Trilha sonora dos jogos eletrônicos: uma análise da série Final Fantasy, apresentam o resultado de uma pesquisa a respeito do universo musical dos jogos eletrônicos que analisa as trilhas sonoras dos dez primeiros jogos da série Final Fantasy. O artigo aborda, entre outras questões, a forma como a tecnologia afeta a música dessa categoria de jogos.

    No que concerne às relações entre arte e educação, o artigo de Geraldo Freire Loyola e Lucia Gouvêa Pimentel, Ensino de arte e internet: ambientes de participação e interação na web, aborda novas possibilidades que o uso do computador e da internet podem propiciar ao ensino da arte.

    Em vista do exposto, é com imensa satisfação que apresentamos mais esta edição da Revista da FUNDARTE, que, como se pode observar, apresenta vários aspectos e enfoques a respeito das relações entre as artes e as tecnologias. A todos, uma boa leitura.

    Marco de Araujo
    Editor

  • Corpo: Poéticas, Ensino
    n. 18 (9)

    Editorial

    É com satisfação que a Editora da FUNDARTE lança mais uma revista reunindo artigos de renomados professores e artistas do cenário nacional. Esta edição tem uma especificidade, ela reúne artigos que têm como tema central o CORPO. Esta compilação é o resultado do mapeamento de um grande número de artigos que foram apresentados no último edital, suscitando a ideia de fazermos revistas temáticas com os materiais que nos foram enviados. São sete artigos que falam de arte e de corpo, todos abordando questões relevantes que, embora diferentes, são complementares por trazerem uma temática tão próxima do ser humano.

    O professor doutor e artista Marco de Araujo analisa as transformações da representação da figura humana ao longo da história, sua eliminação e permanência, bem como outras relações entre o desenho e o corpo humano. A partir desta análise, propõe o estudo de algumas das mudanças e transformações da representação da figura humana e de outras relações entre corpo e desenho ao longo da história. O conceito de desenho trazido no texto abrange também a ideia de representação das formas e sua finalidade como um elemento estruturante e um meio auxiliar para outras artes.

    O artigo de Carla Borin Vieira, orientada pelo Prof. Dr. Christian Hamm, é parte de sua dissertação de mestrado em Artes Visuais do Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais, da Universidade Federal de Santa Maria, RS. A pesquisa apresenta reflexões sobre o corpo feminino como objeto na arte contemporânea, questionando as possíveis relações desse corpo como objeto na arte e na sociedade e analisa o contexto dentro da história da humanidade do qual a mulher fez parte desde a Antiguidade.

    Milene Tonellotto de Lima e Edemur Casanova têm por objetivo apresentar a pesquisa desenvolvida no Mestrado em Artes Visuais, da Universidade Federal de Santa Maria. Focada na poética pessoal da autora, a pesquisa parte da elaboração de pinturas, para compor a série “Corpos-Beijos”. Com essa série, buscou o estabelecimento de narrativas a partir da fotografia de modelos, bem como de apropriações de imagens de obras clássicas da história da arte e de expressões da língua italiana. As peças partem de um referencial fotográfico, em que se representam figuras humanas (corpos) que se beijam.

    A professora e bailarina Luciana Paludo dialoga com Henri Bergson, Maurice Merleau-Ponty, Michel Serres, José Gil e Walter Benjamin no intuito de refletir sobre um pensamento que se fez corpo, nas experiências de vida e de dança que foram se engendrando durante sua existência dedicada à dança. Ela problematiza os conceitos inerentes ao fazer da dança, como as questões de duração, da presença e da memória do corpo, compreendidas como o conjunto de referências do artista em formação.

    O artigo de Rosângela Fachel de Medeiros discute a situação contemporânea do corpo como identidade provisória, como uma construção pessoal realizada através das múltiplas possibilidades atuais de reformá-lo, transformá-lo e reestruturá-lo. Nessa perspectiva, nos provoca a refletir sobre a questão de como o cuidado do corpo está mais ligado à idéia de manter a aparência jovem do que de aumentar o tempo de vida. Problematiza a ideia da busca incessante por uma longevidade estética, por estar arraigada ao temor crescente ao processo de envelhecimento. A autora utiliza as performances dos artistas Orlan e Stelarc para demonstrar a importância desse potencial de transformação do corpo na contemporaneidade.

    A professora Vanessa Caldeira Leite apresenta algumas ideias discutidas na dissertação de mestrado em Educação, aspectos de sua investigação sobre arte, corpo e suas implicações no campo educacional. Traz autores como José Gil, João Francisco Duarte Jr., Lúcia Santaella e Sandra Richter, e as falas de três professoras de artes entrevistadas em sua coleta de dados, promovendo uma discussão sobre a arte e suas possibilidades de produção do conhecimento sensível com e no corpo.

    O bailarino e professor Giuliano Souza Andreoli faz uma breve revisão da relação histórica entre dança e Filosofia, dando especial atenção para a relação dança e pensamento. Através de Isadora Duncan discute aspectos da obra de Nietzsche, na dança. Também aponta algumas possibilidades de compreender a dança a partir do enfoque teórico pós-estruturalista de Michel Foucault. Finaliza o artigo abrindo algumas questões ao leitor sem a pretensão de respondê-las. “A dança é o pensamento do corpo?”

    Como podemos ver, a Revista da FUNDARTE 18 transita pela temática do CORPO sob várias óticas e autores. Esperamos que esta seja uma contribuição importante para a área de Artes uma vez que o corpo é objeto indispensável na sua produção. A todos uma boa leitura.

    Júlia Maria Hummes e Marcia Pessoa Dal Bello

  • Artes: Poéticas e Ensino
    n. 17 (9)

    Editorial

    A Revista da FUNDARTE recebeu, por conta de sua última chamada para submissão de artigos, uma quantidade de textos suficiente para editar três revistas como esta de número 17, cujo título é ARTES: POÉTICAS E ENSINO. A cada edital lançado, vem aumentando o número de artigos enviados por colaboradores de praticamente todo o Brasil, o que nos deixa orgulhosos e agradecidos pela repercussão que a Revista está tendo. Em vista disso, com o material recebido, decidimos editar mais dois números além deste. Aos nossos colaboradores, cujos textos foram aprovados e que não estão publicados aqui pedimos, portanto, que aguardem nossas próximas edições.

    O primeiro artigo da presente edição intitula-se “Projetos de extensão universitária em artes na UERGS”. É de autoria de Júlia Maria Hummes, Eduarda Duda Gonçalves, Andrea Hofstaetter e Maria Isabel Petry Kehrwald. Aborda, como o próprio título indica, os cursos de extensão nas áreas de artes visuais, dança, música e teatro, proporcionados pela Universidade Estadual do Rio Grande do Sul/UERGS em convênio com a Fundação Municipal de Artes de Montenegro/FUNDARTE, enfocando, principalmente, o projeto Rede de Mediadores, vinculado à Galeria de Arte Loide Schwambach da FUNDARTE.

    Continuando a edição, temos o artigo “Frutos da contestação: as novas categorias artísticas na modernidade”, de Lucia Bertazzo, que apresenta um pequeno histórico das várias formas de expressão artísticas existentes e surgidas no século XX. O artigo aborda desde as tradicionais categorias, como a pintura e a escultura, até as novas formas, como as da Arte Conceitual e dos novos meios tecnológicos.

    O próximo artigo intitula-se “Ensino de Artes Visuais para as infâncias contemporâneas: algumas problematizações”, de Daniela Linck Diefenthäler. A autora faz uma reflexão sobre as produções expressivas infantis, realizadas em aulas de Artes Visuais, e sobre o desenvolvimento do ensino dessa área para as infâncias contemporâneas.

    “Olhares de alunos de um curso de licenciatura em Música: entre métodos e manuais para ensino de instrumentos”, de Maria Cecilia de Araujo Rodrigues Torres, que vem a seguir, apresenta a análise de um conjunto de métodos e manuais para o ensino de instrumentos musicais, relacionados às práticas desenvolvidas em aulas e cursos de diferentes instrumentos.

    Passando para a área das artes cênicas, vem o texto “Entre vilões e mocinhas: em busca de uma pedagogia do teatro melodramático”, de Luciana Hartmann e Paula Fernanda Ludwig. O artigo resulta de reflexões realizadas com a pesquisa “Como se cria um vilão? Um estudo teórico-prático sobre a construção dos personagens-tipo do Melodrama”, iniciada em 2006, na Universidade Federal de Santa Maria.

    Na sequência, Gilberto Icle, Rossana Perdomini Della Costa e Sílvia da Silva Lopes, com o artigo “Jogo, ludicidade e presença na Pedagogia do Teatro e da Dança”, discutem as relações entre os três elementos mencionados no título e “as contribuições da Antropologia Teatral para pensar as relações com a presença”, tomando “exemplos de utilização de jogos e as formas como eles se desdobram em estados lúdicos do corpo no ensino de teatro e no ensino de dança”.

    Com o texto “A disciplina da técnica e a contraconduta da criação”, Flavia Pilla do Valle, por sua vez, trata a técnica de dança como uma construção cultural, diferente da técnica corporal, discutida desde Mauss, que pode ser vista como uma habilidade dos seres humanos.

    Encerrando a edição, temos o artigo “Balé e história: uma análise da construção historiográfica no Brasil”, de Rousejanny da Silva Ferreira, que, analisa a construção historiográfica do balé no Brasil e propõe repensar sua abordagem de modo que vá além de uma visão linear e cronológica.

    Por fim, agradecendo aos colaboradores desta edição e aos que enviaram seus artigos à Revista da FUNDARTE, desejo a todos boas leituras.

    Marco de Araujo
    Editor

  • Educação, Pesquisa e Artes
    n. 16 (8)

    Editorial

    A Revista da FUNDARTE número 16 homenageia a Dança, uma das áreas artísticas que fazem parte dos cursos da FUNDARTE, tanto dos cursos básicos quanto dos cursos de graduação, esses realizados em convênio com a UERGS. Por isso, a capa da revista consiste em uma colagem de imagens de exercícios de aulas e cenas de espetáculos de dança realizados na instituição. Além disso, os desenhos que ilustram as primeiras páginas dos artigos, Bailarina ou O Deus da Dança e Figuras Geométricas, são do bailarino russo Vaslav Nijinsky, nos quais, mesmo sendo um deles abstrato, o movimento é bastante presente.

    Também, pelo fato de a Revista homenagear a área da Dança, os três primeiros artigos referem-se a ela. “Dança e educação: poéticas que se encontram em suas relações com a sociedade”, de Alba Pedreira Vieira e Maristela Moura Silva Lima, é o artigo que abre a edição. A proposta das autoras é discutir e fomentar reflexões a respeito das poéticas da dança na educação em suas relações com a sociedade, a partir de algumas problematizações tratadas no texto.

    A partir de perspectivas de estudos da pós-modernidade, Airton Tomazzoni, com o artigo “Na dança da pósmodernidade: perspectivas para começar a compreender o desafio da escola hoje”, propõe também reflexões a respeito de relações entre as transformações da sociedade contemporânea, a dança e a educação.

    Em terceiro lugar, temos o trabalho “Entre Nietzsche e Laban: acessando o mundo Intermediário”, de Cibele Sastre. Nele, a autora procura estabelecer uma relação entre os conceitos Vontade e Aparência, em Friedrich Nietzsche e Harmonia Espacial e Esforço/Forma, em Rudolf Laban, coreógrafo, arquiteto e pesquisador do movimento humano que formulou o Sistema Laban de Análise de Movimento.

    Passando para a área do Teatro, temos dois artigos. O primeiro, “Identidade e corpo subjetivo no trabalho do ator”, de Tatiana Cardoso, estabelece uma relação entre as experiências de Jerzy Grotowski e Eugenio Barba e as teorias contemporâneas sobre o corpo. Aborda o treinamento do ator como um processo de investigação sensível dele consigo mesmo.

    “Dramaturgia: o texto e a cena em Sonho de uma noite de verão”, de Carlos Roberto Mödinger, é o outro artigo sobre teatro. Trata da transição do texto dramático para a cena teatral, enfocando a peça de William Shakespeare mencionada no título, em duas diferentes encenações, uma de 1971 e outra de 2006.

    São dois, também, os artigos que tratam de poéticas visuais. Michele Martins Nunes, em “Vestindo as Fantasias do Cotidiano: Apropriação e Manipulação na Pintura Contemporânea”, a partir da análise e reflexão sobre sua série de pinturas Fantasias do Cotidiano, aborda possibilidades de apropriação e manipulação de imagens preexistentes na pintura, além de questões referentes à inserção da palavra na obra de arte.

    Elke Pereira Coelho Santana, no texto “Das relações com o espaço: Os Livros”, a partir da prática e da reflexão sobre a instalação de sua autoria, Os Livros, aborda questões a respeito do espaço onde a obra se insere, principalmente quando esta é realizada pensando-se em um lugar específico.

    Encerrando a edição, temos o trabalho de Rosana Soares, “A sustentabilidade da infância”. A autora propõe uma discussão a respeito do papel da arte e do seu ensino relacionados à preservação da infância, refletindo sobre o significado e a complexidade desta no mundo contemporâneo.

    Por fim, cabe agradecer a todos que enviaram seus artigos, sobretudo aos colaboradores desta edição, e desejar a todos uma boa leitura.

    Marco de Araujo
    Editor

  • Fundarte 35 Anos
    n. 15 (8)

    Editorial

    A Fundarte, neste ano de 2008, está completando 35 anos de existência. E, como não poderia deixar de ser, a edição número 15 de sua revista, a primeira do ano, é comemorativa desse aniversário. É, pois, com satisfação e alegria redobradas que faço esta apresentação.

    A capa da revista, como se pode observar, é composta por 36 quadros: um, com a marca dos 35 anos, e os outros com fotos correspondentes a algum acontecimento de cada ano de vida da instituição. Procurou-se, desse modo, contar, de forma visual, um pouquinho da história da fundação ao longo deste período.

    O artigo que abre o número trata do ensino da língua portuguesa nos cursos de graduação em artes do convênio UERGS/FUNDARTE. É de Eluza Silveira e intitula-se “A contribuição do ensino de Língua Portuguesa nos cursos de graduação em artes da FUNDARTE/UERGS: o dizer dos alunos concluintes/2007”.

    O segundo artigo, “’Desenho de De Kooning Apagado’ ou ‘Wo Es war, soll Ich werden’”, é de Andrea Hofstaetter. A partir da obra de Robert Rauschenberg, mencionada no título, a autora estabelece relações entre o fazer artístico e algumas idéias da teoria psicanalítica e do pensamento utópico. Utiliza, como principais referenciais, Freud, Lacan e Ernst Bloch.

    O terceiro texto, de autoria de Daniela Linck Diefenthäler, é fruto da pesquisa de mestrado da autora, na qual procura investigar a construção dos imaginários infantis mediados pela cultura visual. O título do artigo é “Provocando o imaginário infantil: produzindo e criando imagens a partir da cultura visual”.

    Tendo, também, como ponto de partida a cultura visual, Roberto Heiden e Ursula Rosa da Silva, em “Arte e memória: Interfaces a partir da cultura visual” propõem uma reflexão sobre o ensino de arte na escola, enfocando a obra “A Primeira Missa no Brasil”, pintura de Victor Meirelles.

    Na seqüência, “Educação artística na redução de São Miguel Arcanjo” é o artigo de Graciela Ormezzano. Relata a investigação da autora a respeito dos processos educativos artísticos não formais introduzidos pelos jesuítas na redução missioneira mencionada no título.

    Passando para a área da educação musical, temos o texto de Cristina Rolim Wolffenbüttel, que se intitula “A presença da música nos projetos político-pedagógicos das escolas e a importância das interlocuções entre as atividades musicais e a gestão escolar”. Trata, além de outras questões, da trajetória do ensino de música no Brasil e traz as principais concepções acerca desta temática.

    Cristiane Duarte Sacramento, por sua vez, nos apresenta o artigo “Educação musical no ensino fundamental:
    uma visão compartilhada”, cujo campo de estudo é a educação musical no ensino fundamental, desenvolvida
    nas escolas da Rede Municipal de Educação da Prefeitura Municipal de Pelotas.

    A edição encerra-se com o texto de Marcelo de Andrade Pereira, “Usos e sentidos da palavra na prática educativa: arte, linguagem e pensamento”, em que o autor discute as relações entre estas três áreas já especificadas no próprio título, com base em Heidegger, Nietzsche e Benjamin.

    Agradecendo aos que enviaram seus textos à revista, principalmente aos colaboradores da presente edição, desejo a todos uma boa leitura.

    Marco de Araujo
    Editor

  • Poéticas, Pesquisa e Docência
    n. 13-14 (7)

    Editorial

    É com imensa satisfação que apresentamos mais esta edição da Revista da FUNDARTE, que reúne os números 13 e 14.

    Os artigos publicados contemplam várias áreas artísticas. Além das que fazem parte dos cursos de graduação do convênio UERGS/FUNDARTE, que são Artes Visuais, Dança, Música e Teatro, a revista publica um artigo sobre Cinema e outro que aborda questões a respeito do ensino da Literatura.

    Como a presente edição homenageia a área do Teatro, o artigo que a abre é “O ator e a imanência”, de Tatiana Cardoso. O texto trata de questões relacionadas à manifestação do corpo do ator contemporâneo, “em estado de presentificação em direção a uma auto-referencialidade acionada através do trabalho sobre si”.

    No segundo artigo, “A pesquisa em dança não deve afastar o pesquisador da experiência da dança: reflexões sobre escolhas metodológicas no âmbito da pesquisa em dança”, Mônica Dantas propõe uma discussão a respeito das escolhas metodológicas que orientaram uma pesquisa de doutorado nessa área.

    Em seguida, tendo como referência artística a obra Anastácia, do artista Peciar Basiaco, Laudete Vani Balestreri e Marilda Oliveira de Oliveira, no texto “Anastácia: o eu jamais acabado”, propõem reflexões sobre questões a respeito do discurso construído em torno do sujeito.

    Alexandre Silva dos Santos Filho, no artigo seguinte, intitulado “O significado estético do verdadeiro brinquedo”, faz uma reflexão sobre a dimensão estética do brinquedo, relacionando-a, entre outras questões, com a produção material e social humana.

    “Cinematógrafo, cinema, cine: uma palavra, seus significados”, artigo de Fernando Fábio Fiorese Furtado, analisa alguns significados do termo cinema, desde o sonho da máquina até sua existência, tratando também de vários aspectos de seus usos e da arquitetura da sala de exibição.

    Marly Ribeiro Meira propõe, através do artigo “O afeto e a criação”, uma reflexão a respeito de questões afetivas no ensino das artes, discutindo vários conceitos que relacionam arte, vida e aprendizagem.

    Cibele Sastre e Juliana Vicari, em “A utilização da Motif Writing como processo de criação em dança”, apresentam esta forma simplificada de notação de movimento, como elemento gerador de tarefas para possibilidades coreográficas expressivas.

    Adriane Hernandez, em seu texto “Experiência e narrativa: uma mobilização dos sentidos no encontro com a arte”, propõe uma volta à narrativa para compartilhar as experiências no campo cultural artístico em lugar da teorização abstrata dos discursos.

    “No limiar das cores: fronteiras entre palavra e imagem em Fita Verde no Cabelo”, artigo de Geruza Zelnys de Almeida, aborda questões como as relações entre palavra e imagem e o ensino da literatura ligado ao aprendizado de linguagens multimídias.

    Já Claudia Zimmer, no texto “Sobre uma frase e dois trabalhos: algumas aproximações”, faz algumas considerações a respeito de dois trabalhos seus: Sem título – panfletos, que consiste em uma intervenção realizada no centro de Florianópolis, em 2004, quando foram distribuídos panfletos escritos em braile, e Sem título – publicação exposição Membrana.

    Em “A construção do fazer musical do professor de educação infantil”, Rosangela Duarte e Esther Beyer tratam de questões a respeito da presença da música na prática pedagógica do professor de Educação Infantil de Boa Vista, capital do estado de Roraima.

    O artigo “Invenções musicais em grupo: uma questão de liberdade de criação, desafio coletivo e cooperação”, de Patrícia Fernanda Carmem Kebach, aborda a importância das atividades de criação musical nos processos de musicalização e a real construção de conhecimento a  partir de trabalhos realizados em grupo com adultos.

    Cristina Carvalho, com o texto “O professor na visita a espaços museais: ‘tem hora que só atrapalha’”, propõe uma reflexão a respeito da relação entre monitores e professores que, com seus alunos, visitam tais espaços.

    As formas de representação da infância na História da Arte é o tema da reflexão de Aline da Silveira Becker, no artigo “Narrativas imagéticas da infância histórica: quando a arte desenha os outros infantis”, que encerra a edição.

    Por fim, algumas palavras a respeito da capa desta Revista. Trata-se de uma montagem a partir de fotografias de espetáculos teatrais e trabalhos de conclusão de curso na área de teatro apresentados na FUNDARTE. O motivo da escolha foi o de homenagear, como já foi mencionado no início, esta área artística, assim como a capa de revista anterior homenageou a música, apresentando os grupos musicais da FUNDARTE.

    A todos, uma boa leitura.
    Marco de Araujo
    Editor

  • Arte, Ensino e Cultura
    n. 11-12 (6)

    A Revista da FUNDARTE recebeu, para a presente edição - cuja temática é ARTE, ENSINO E CULTURA - muitos artigos para publicação. A quantidade de textos enviados ultrapassou a capacidade de uma revista de seu porte, mesmo em se tratando de uma edição que contempla dois números, o 11 e o 12.

    É com imensa alegria e satisfação que anunciamos, pois, junto com a publicação desta edição, o sucesso que teve nosso edital de chamada de artigos. Ao mesmo tempo, pedimos desculpas a todos nossos colaboradores que enviaram seus textos e que não foram publicados na presente edição.

    O critério adotado por nós foi selecionar os primeiros 14 artigos que, depois de aprovados pelos pareceristas e recebidas as revisões necessárias, estivessem aptos para a publicação.

    Aos colaboradores, cujos artigos foram aprovados, mas que não tiveram participação nesta edição, pedimos, desde já, permissão para que possamos publicar seus trabalhos na próxima revista.

    O primeiro texto publicado nesta edição é "O Ensino da Dança na Pré-escola: uma discussão metodológica", de Sílvia da Silva Lopes, que apresenta uma reflexão sobre o ensino da dança para crianças em idade pré-escolar, apontando alguns aspectos referentes a esse trabalho, quanto à metodologia e aos conteúdos a serem utilizados.

    Em segundo lugar, temos o artigo "Teatro na Escola: formas de abordagem e condições de emergência", de Vera Lúcia Bertoni dos Santos, que traz "uma síntese das principais formas de abordagem do teatro presentes na educação escolar, identificando as suas condições de emergência e problematizando o sentido das diferentes práticas e concepções de teatro e de educação que essas formas envolvem".

    A seguir, no artigo, "O Tempo Mítico em A Maldição do Vale Negro", Carlos Roberto Mödinger analisa como o tempo é apresentado na obra A Maldição do Vale Negro, texto dramático de Caio Fernando Abreu e Luiz Arthur Nunes, baseando suas reflexões nos conceitos de tempo profano e tempo sagrado, de Mircea Eliade.

    "A Tempestade e Os Mistérios da Ilha - um apaixonamento entre pedagogia e direção", artigo de Jezebel De Carli, apresenta uma reflexão referente a aspectos da aprendizagem e da pedagogia relacionados com considerações a respeito de direção, concepção e montagem de espetáculos, na visão de alguns autores contemporâneos.

    O artigo de Chico Machado, cujo título é "Colinas Ardentes: um exercício de aula para a concepção de figurinos cênicos", trata da construção de significados na criação de indumentária cênica, a partir de teorias referentes à linguagem visual e de conceitos da dramaturgia e da semiologia teatral.

    Eduarda Azevedo Gonçalves, no artigo intitulado "Cartogravistas': a poética do céu e os platôs da criação", discorre a respeito de como o movimento da criação artística "partilha as coisas do artista e da arte no instante de colocar a obra no mundo", utilizando conceitos de Deleuze e Guattari e fazendo uma reflexão sobre sua produção mais recente.

    O texto "Utopia Entre Atos: Inscrições no Corpo", de Ana Lúcia Mandelli de Marsillac, analisa algumas questões a respeito da constituição e apresentação do corpo a partir da obra de Gina Paine e Letícia Parente, inter-relacionando, para essa abordagem, Arte e Psicanálise.

    Marilice Corona, no artigo intitulado "Algumas considerações sobre a metodologia da pesquisa em arte a partir de uma experiência particular em pintura", traz algumas questões a respeito da metodologia da pesquisa em arte a partir de reflexões sobre seu próprio processo de criação no campo da pintura.

    No artigo, "Das Delicadas Tramas: 'Coisas de Iracema'", Elke Pereira Coelho Santana, através de uma análise da série de desenhos de sua autoria, Sem título (Coisas de Iracema), realizada em 2003, procura "investigar as possibilidades de confluência entre as ações desenvovidas no plano gráfico e suas relações metafóricas com experiências do sujeito".

    O texto de Daniel Castro Oltramari, "Professores de Arte: o investimento do Estado de Santa Catarina na formação continuada de 1995 a 2005", refere-se a uma pesquisa sobre o investimento do Estado de Santa Catarina na formação continuada do professor de arte no período indicado no título, com dados levantados na região da Grande Florianópolis.

    Já Maria Cecília de Araujo Torres, no artigo "Entre Temas e Caminhos de Pesquisa: escolhas de alunos de um curso de graduação em música", apresenta algumas questões referentes às escolhas dos temas, das abordagens metodológicas e dos caminhos de pesquisas de um grupo de alunos do Curso de Graduação em Música: Licenciatura, da FUNDARTE/UERGS, pra a realização de suas monografias de conclusão de curso.

    Em "A Música na Educação Básica: reflexões a partir da legislação vigente e as possibilidades de trabalhos nas escolas", Cristina Rolim Wolffenbüttel faz uma reflexão a respeito da presença da música na Educação Básica. Entre outras questões, discute aspectos da legislação brasileira atual na educação, em contraste com a lei anterior de diretrizes e bases, relacionando o trabalho com a música nas escolas.

    Graciela Hopstein, no artigo "Movimentos Culturais e Políticas Públicas: um pacto possível?", com ênfase no Programa Cultura Viva, implementado pelo MINC em 2004, procura "apresentar as dinâmicas sociais instaladas pelos movimentos culturais no Brasil com a finalidade de analisar as possibilidades efetivas de articulação 'movimentos - Estado' para a construção de políticas públicas de caráter democrático e universal."

    Por fim, o artigo de Eluza Silveira, "A narrativa como instrumento pedagógico e metodológico: uma reflexão sobre a escrita de si", consiste em uma "reflexão sobre a narrativa como instrumento no que se refere à escrita de si como processo de formação e como método de pesquisa" e em uma análise sobre a "potencialidade da narrativa como estratégia teórico-metodológica na pesquisa e no ensino".

    Desejo a todos e a todas uma boa leitura e que a revista lhes proporcione tantos novos conhecimentos e novos aprendizados quanto proporcionou para mim, ao coordenar, pela primeira vez, a edição de uma revista.

     

    Marco de Araújo
    Editor

  • Docência e Arte
    n. 10 (5)

    Editorial


    É com muita satisfação que oferecemos aos interessados em arte e educação esta 10ª Revista da FUNDARTE, cujas abordagens estão centradas em questões referentes à docência e arte, a partir de diferentes pontos de vista, frutos tanto de destudos individuais sobre o tema, quanto pesquisas coletivas. Constituem-se em instigantes reflexões que expressam o que move e preocupa professores e professoras de todos os níveis de ensino.

    O primeiro texto, "No fio da navalha: da experiência: sentidos e possibilidades do educar, de Marcelo de Andrade Pereira, evoca o conceito de experiência do filósofo alemão Walter Benjamin e estabelece relações com a educação e a formação docente.

    No artigo "A formação do Músico: uma reflexão sobre a docência" Márcia Pessoa Dal Bello nos apresenta resultados de pesquisa realizada durante o mestrado em educação, cuja investigação centrou-se "nos saberes pedagógicos que sustentam as práticas pedagógicas" dos professores de instrumento musical da FUNDARTE.

    O estudo de caso de cunho etnográfico, que aborda a educação estética visual em programa de execução de medidas sócioeducativas para adolescentes, é descrito pelas professoras Graciela Ormezzano e Viviane Diehl e pela bolsista Franciele Gallina, evidenciando contribuições da experiência artística na construção da subjetividade e "possíveis mudanças de atitude dos participantes".

    O texto "Possibilidades da pintura contemporânea: uma reflexão sobre o ensino da pintura num curso superior de artes visuais no início do século XXI", de Marco de Araujo, desenha a trajetória das transformações da pintura ao longo do século XX, apresenta as práticas pictóricas atuais e busca suas implicações em um curso de ensino superior de artes visuais.

    Um estudo sobre a função da dança na construção de identidades de jovens alunos de uma escola estadual de Porto Alegre/RS, trazendo à cena conceitos de educação, antropologia e dança, é a proposta das professoras Gabriela Nobre Bins e Flavia Pilla do Valle, através do texto "Quem não dança segura a criança: uma análise do papel da dança nas construções de identidades", no qual questões de gênero, etnia, religião e redes sociais também são abordadas.

    O sexto artigo trata da avaliação - território sempre em aberto no campo da arte - e que Rosane Cardoso de Araújo nos traz a partir de pesquisa realizada com alunos de licenciatura em música, na qual "foi possível coletar dados acerca dos significados da avaliação" bem como compreender aspectos envolvidos no seu processo.

    Em "Formação docente em teatro: uma ética da tradição", Gilberto Icle e Celina Nunes de Alcântara refletem sobre a formação do professor de teatro, "compreendendo os saberes pedagógicos como inerentes aos saberes teatrais", buscando como apoio, suporte teórico em Cruciani, Stanislavski, Copeau e Larrosa, entre outros.

    No oitavo e último artigo dessa revista, as autoras Dionísia Nanni e Maristela Moura silvia Lima traçam considerações sobre a dança e suas modificações sócioculturais ao longo do tempo, sob o título "A arte do século XX: ideais e movimentos na dança moderna e contemporânea com ênfase na teoria de Rudolf Laban" e apontam para possibilidades do ensino da dança no século XXI.

    Agradecemos aos que colaboraram com esta edição, brindamos pelo 10° número da nossa Revista e esperamos que ela contribua para instigar discussões e motivar investigaçoes referentes à educação e arte. Vai também um agradecimento muito especial à professora Maria Cecilia Torres que coordenou as últimas edições da revista.

    A todos e todas uma boa leitura.

    Isabel Petry Kehrwald
    Diretora Executiva da FUNDARTE

  • Arte e Antropologia
    n. 09 (5)

    Editorial

    É com muita alegria que introduzo este número da Revista da Fundarte dedicado a refletir sobre as interconexões entre Antropologia e Arte, áreas do conhecimento que vêm se relacionando há praticamente um século e que recentemente têm se aproximado ainda mais seguindo a tendência pós-moderna de rompimento de barreiras e dicotomias entre os campos do saber.

    Nas Artes, nos últimos anos temos assistido a um deslocamento do foco de investigação de seus componentes objetivos, isto é, suas tecnicalidades, especificidades de linguagem, etc, para questões mais amplas como recepção, condições espaciais de feitura e fruição, funções sociais, significados subjetivos, repercussões políticas, educativas e históricas. De um lado, a Antropologia tem uma importância premente neste movimento porque vem ensinando o método etnográfico aos artistas-pesquisadores proporcionando experiências de reflexividade que não seriam passíveis de realização a partir de outros paradigmas de pesquisa. De outro, as Artes, com suas especificidades metodológicas, têm contribuído à revisão dos modelos da etnografia "clássica" propondo outras possibilidades ao trabalho de campo, em sintonia com o momento contemporâneo, complexo, globalizado e híbrido. Quais são as fronteiras espaciais e temporais da pesquisa de campo contemporânea? Segundo George Marcus, "a própria pesquisa de campo (...) em vez do texto etnográfico e sua forma, é atualmente o objeto de experimentação na pedagogia e prática antropológicas, principalmente para etnógrafos estudantes em formação, na medida em que desenvolvem novos tópicos em circunstâncias completamente diferentes das de seus professores e antepassados". Seguindo com o autor: do lado da antropologia, "que valor pode ter o exemplo das apropriações de sua prática central pelo mundo da arte? (...) Que repercussão as apropriações experimentais das modalidades tradicionais de pesquisa de campo em antropologia feitas pelo mundo da arte, para seus propósitos complexos, podem ter para uma antropologia que, por necessidade, está passando da mise-en-scène malinowskiana para a reinvenção dela?".

    Podemos pensar sobre isso já a partir do primeiro texto, em que a bailarina e pesquisadora Helô Gravina traz um resumo de sua dissertação de mestrado, ela se utilizou da performance artística como parte de sua metodologia de pesquisa, propondo "colapsar as dicotomias", "aprofundando os pontos de tensão" entre ciência e arte, colocando esses campos do conhecimento numa relação de "reflexividade mútua".

    O segundo artigo, assinado por mim, busca informar educadores musicais e estudantes de música sobre pesquisas acerca de processos de transmissão do conhecimento musical das áreas da Etnomusicologia e da Educação Musical que têm se utilizado da etnografia, método criado e desenvolvido pela Antropologia, como paradigma epistemológico na condução de suas reflexões.

    Escrito a quatro mãos pelos professores Jorge Zamonner, na UNOESC, e Graciela Ormezzano, da UPF, "Uma escola de samba por dentro" traz um relato etnográfico sobre os processos educativos experienciados por homens e mulheres na escola de samba Vale Samba, de Joaçaba, Santa Catarina.

    Dois artigos sobre arte indígena constituem importante contribuição aos interessados. Em "A Pintura corporal dos Puris, Coroados e Saruçus na região Norte-Noroeste Fluminense", a prof.ª Vera Pletitsch, da UENF, traz dados muito interessantes sobre as manifestações de artes visuais dos povos indígenas já desaparecidos da região próxima ao município de Campos de Goytacazes (RJ). A partir de material bibliográfico e iconográfico dos séculos XVIII e XIX, seu trabalho se insere na discussão sobre patrimônio material e imaterial que têm participado intensamente das reflexões atuais nas Ciências Humanas.

    Já a prof.ª Marilda Oliveira de Oliveira, da UFSM (RS) traz um relato sobre a cultura das populações guaranis que residiam nas missões jesuíticas do Paraguai, nos séc. XVII e XVIII incorporando, no momento atual de sua pesquisa, dados contemporâneos sobre essas populações.

    O sexto artigo de nossa Revista discute as relações entre arte, corpo e subjetividade na perspectiva da formação do sujeito contemporâneo. Contribuição da prof.ª Cynthia Farina, do CEFET de Pelotas (RS), esse artigo enfatiza a reflexão sobre as práticas estéticas atuais em suas relações com o que autora chamou de pedagogia das afecções que "buscaria favorecer práticas de problematização e resistência à homogeneização nos modos de vida, capazes de fazer ver e conduzir o paradoxal, o irregular, o heterogêneo que compõesm a realidade do sujeito".

    E por falar em estética, a música brega também tem seus espaço preservado nas discussões contemporâneas. Paulo Murilo Guerreiro do Amaral traz um relato de sua pesquisa de doutorado em andamento sobre o tecnobrega de Belém do Pará. Entre Mozart, Beethoven, Banda Calypso e Gaby Amarantos, pesquisador e pesquisados mixam-s na narrativa bem aos moldes da etnografia reflexiva contemporânea, fazendo fervilhar a discussão sobre gosto musical e levantando "Tapas e Beijos" na construção de seu objeto de pesquisa.

    Por fim, a prof.ª Cristina Rolim Wolffenbüttel (FUNDARTE/UERGS) discute as interlocuções entre folclore e educação, temática a qual dedica-se há muitos anos, seguindo os passos da estimada professora e folclorista Rose Marie Reis Garcia, falecida precocemente em 2004, de quem foi seguidora, colaboradora e amiga. Fica, através do texto, sensível da Cristina, nossa homenagem à prof.ª Rose.

    Nosso desejo é que este número da Revista da Fundarte contribua para motivar ainda mais futuros pesquisadores, artistas, antropólogos e afins, em direção a discussões e colaborações mútuas cada vez mais estimulantes. Boa leitura!

    Luciana Prass





  • Artes Cênicas: Historiografia e Performance
    n. 08 (4)

    Editorial

    O número 8 da REVISTA DA FUNDARTE abre com uma colaboração muito especial: Stanislavskij e o "teatro laboratório". Esse trabalho foi especialmente escrito pelo professor Franco Ruffini, da Universidade de Roma III, para iniciar a discussão dos dois conjuntos de textos sobre artes cênicas que apresentamos aos nossos leitores. O trabalho do professor Ruffini, traduzido por mim, é inédito e só posteriormente será publicado em italiano na Revista Teatro & Storia, de Roma. Esse artigo aborda o conceito de teatro laboratório, tanto em sua origem no trabalho de Stanislavski, quanto em alguns de seus desdobramentos, sucedidos durante o século XX.

    O segundo texto que apresentamos neste número é Aproximando conceitos e contextos: a pré-expressividade e a energia no Sistema Laban/Bartenieff e suas aplicações na formação corporal intercultural, das professoras Ciane Fernandes e Gabriela Pérez Cubas. Nesse trabalho, elas discutem a compreensão da aprendizagem e a transformação intercultural do Bharatanatyam, a partir de conceitos fundamentais da Antropologia Teatral e do sistema Laban/Bartenieff.

    No rumo da historiografia teatral, seguem-se dois outros trabalhos. Temas e encenações da resistência democrática: na ribalta a participação de Fernando Peixoto, da professora Rosangela Patriota, no qual são apresentados aspectos da trajetória teatral de Fernando Peixoto durante a ditadura militar. E A Falecida, de Nelson Rodrigues: uma guinada do mito para o real, do professor Luiz Arthur Nunes, que analisa a peça A Falecida, levantando os aspectos naturalistas do texto, na perspectiva da ruptura com a fase mítica anterior do dramaturgo.

    O quinto trabalho deste número é Rituais de iniciação, da professora Maria Lúcia de Souza Barros Pupo. Nele, Malu Pupo levanta aspectos relevantes da formação teatral do pesquisador, em nível de graduação, circunscrevendo a prática teatral como terreno de pesquisa.

    A seguir, apresentamos três trabalhos de nossos professores. O artigo da professora Celina Nunes de Alcântara, Sob o signo do real: uma relexão sobre o trabalho do ator na contemporaneidade, aborda conceitos como realidade, verdade, ficção, fantasia, na perspectiva do campo midiático como cenário para discursos específicos sobre o ator. O cotidiano na criação em dança: explicitações ainda necessárias, do professor Airton Tomazzoni, reflete sobre o cotidiano na dança, e propõe o termo neo-cotidiano, como instrumento para pensar a prática em dança. E, por fim, a professora Flavia Pilla do Valle, encerra nossa edição, com seu texto Respiração na dança, investigando a dinâmica repiratório, na perspectiva da Labanálise e sua relação com a arte do movimento.

    Como se vê, o número 8 transita por aspectos historiográficos das artes cênicas (artigos 1, 3 e 4); pela análise da performance do ator/bailarino, em estudos adjacentes e complementares (artigos 2 e 5); além de, como é de praxe, dar lugar à colaboração dos professores da casa (artigos 6, 7 e 8).

    Esperamos que este número sobre Artes Cênicas possa colaborar com os colegas da área, bem como aguçar a curiosidade dos demais. Boa leitura.

    Gilberto Icle
    Editor

  • As Fronteiras e os Territórios das Artes
    n. 07 (4)

    Editorial

    Apresentamos este número da REVISTA DA FUNDARTE com dois conjuntos de artigos de nossos colaboradores. O primeiro é proveniente das comunicações de professores convidados no II ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM ARTE que, em junho de 2004, tratou do problema das fronteiras e dos territórios das linguagens artísticas, batizando a temática deste número. Assim, o primeiro texto desta edição chama-se justamente As fronteiras e os territórios das linguagens artísticas, do professor Armindo Bião. Nesse trabalho, o autor transita pela definição das linguagens a partir da discussão sobre a pesquisa na universidade brasileira. Analisa, ainda, o vocabulário das artes cênicas ao distinguir dois grandes grupos artísticos: o das artes visuais e o das artes cênicas. Resume sua própria trajetória de pesquisa e narra acontecimentos que vão da ópera barroca à arte na Bahia.

    Fernando Passos colabora neste número com três textos provenientes de suas três participações no Encontro referido. No primeiro, Corpos em trânsito X tráfico de danças: coreografando (nas) fronteiras, o autor analisa os modelos coreográficos centrados em uma suposta "identidade" brasileira reduzida às imagens do carnaval, do candomblé e da capoeira. Borderculture, La frontera e a cultura dos muros: ethnoscapes da globalização em dança é o segundo texto do autor, no qual ele analisa, a partir dos conceitos de ethnoscape e transnacionalidade, coreografias em Salvador e em Nova York. Por fim, Passos nos contempla com Fronteiras do gênero e gêneros de fronteira: negociando performatividades da dança na arena das artes, no qual discute a representação do feminino.

    Da mesma forma, José Luiz Martinez apresenta três outros textos. O primeiro é Sangita: música, dança, teatro e poesia na Índia clássica. Nesse, Martinez enfatiza como as diferentes linguagens artísticas constituem-se numa unidade multimidiática chamada sangita, na arte hindu. Em A rede interdisciplinar de meiótica da música: pesquisa e criação, o autor apresenta as propostas de um projeto de pesquisa que estuda as formas de intersemiose entre a música e outras artes. No último trabalho, Música, semiótica e multimidialidade, a partir de Peirce e Buckminster, em exemplos da Sagração da primavera, é apresentada argumentação para uma teoria da intersemiose musical.

    O segundo grupo de textos apresenta-se com características distintas: trata-se de textos provenientes de colaboradoras da área da educação e do folclore.

    O primeiro é Mídia e artes da existência: para pensar imaginários em excesso, da professora Rosa Maria Bueno Fischer, no qual ela apresenta a discussão sobre as possibilidades da ultrapassagem que temos do instituído, transitando nas relações entre mídia, experiência e arte.

    Depois, temos o prazer de apresentar o texto da professora Rosa Maria Hessel Silveira: Leitura e pós-modernidade - algumas reflexões. Nesse trabalho, ela aborda conceitos como leitura, pós-modernidade, múltiplas identidades, explora suas dimensões pedagógicas e problematizando questões contemporâneas decorrentes dessa aproximação.

    E, por fim, o texto Um estudo sobre vivências folclórico-musicais de alunos do Ensino Fundamental é o representante da casa. Neste trabalho nossa colega Cristina Rolim Wolffenbüttel discute alguns dados levantados em sua pesquisa de mestrado. Trata-se de uma análise dos aspectos musicais e do folclore da vida de alunos do Ensino Fundamental.

    Mais uma vez, podemos nos deliciar com o sabor da riqueza e da diversidade de olhares e formas de pensar as artes e inferir idéias correlatas ou adjacentes. Esperamos que tenham uma boa leitura.

    Professor Gilberto Icle
    Editor

  • Artes Visuais: Poéticas Pesquisa Ensino
    n. 06 (3)

    Editorial

    Devido à grande quantidade de artigos recolhidos referentes às Artes Visuais, a edição número 6 da REVISTA DA FUNDARTE é didicada exclusivamente a esta área artística, da mesma forma que a edição anterior foi dedicada à área da Música. Entretanto, apesar de contemplar apenas uma área artística, trata-se de uma revista com temas bastante variados e diversificados. Os artigos publicados abordam diferentes aspectos das Artes Visuais, tais como, as relações entre literatura e artes visuais e a interpretação da obra, processos de instauração da obra artística, questões a respeito de materiais e técnicas, a prática artística e a pesquisa em artes, o ensino das artes, as operações em poéticas visuais na universidade, diretrizes curriculares, estudo do espaço na pintura e reflexões a respeito da fotografia.

    Abrindo esta edição, temos o artigo de Marco Giannotti intitulado Ut pictura pólesis? que trata das relações entre as Artes Visuais e a Literatura, enfocando aspectos da crítica e da interpretação da obra de arte.

    Andrea Hofstaetter, em seu artigo Objetos estranhamente familiares, propõe um olhar sobre os processos de instauração da obra de arte relacionados com as intenções no estabelecimento de uma relação de transferência com o espectador, a partir da análise da obra de Felix Breesan. Andrea utiliza, para tanto, referenciais da psicanálise.

    Polímeros sintéticos na arte: origem, conceitos e algumas aplicações é o texto de Lucimar Ines Predebon que faz uma análise do polímeros sintéticos desde suas origens e história até sua vasta aplicação no campo das Artes Visuais.

    No texto chamado Da prática artística e da pesquisa teórica do professor às operações em Poéticas Visuais na Universidade, a partir da minha experiência pessoal, proponho uma reflexão de como a prática artística do professor artista e suas atividades de pesquisa e produção teórica podem auxiliar no ensino da arte e nas operações em poéticas visuais na universidade.

    Abordando tema semelhante, José Luiz de Pellegrin, no artigo Pesquisa em Arte na Universidade: algumas questões sobre a experiência na orientação, relata o surgimento, desenvolvimento e os resultados na orientação dos alunos da pesquisa em arte no Curso de Artes Visuais do Instituto de Letras e Artes da Universidade Federal de Pelotas, onde é professor e pesquisador.

    O artigo Diretrizes curriculares: ressignificando o conceito de controle, de Umbelina Maria Duarte Barreto, trata das transformações da matriz curricular dos cursos de formação em Artes Visuais a partir da mudança de paradigma do conhecimento.

    A pintura como experiência: do corpo operante do pintor ao corpo operante do espectador trata-se de uma reflexão de Marilice Corona, elaborada a partir de sua prática pictórica sobre a convencionalidade dos sistemas de representação e a sensação de espaço na pintura.

    Por último, o texto A memória em esquecimento: sobre o ocaso da fotografia e suas imersões na arte recente, de Francisca Ferreira Michelon, que se trata de uma reflexão a respeito da diminuição na utilização do processo fotográfico de natureza fotoquímica diante da emergência do processo digital.

    A presente edição, portanto, aborda diferentes conceitos, diferentes concepções teóricas e diversos aspectos da área de Artes Visuais, fazendo com que a Revista, embora dedicada a uma área artística, contemple um amplo e diversificado debate.

    Desejo a todos que a leitura lhes seja tão grata quanto foi, para mim, elaborar este editorial.

    Marco de Araujo
    Pela comissão editorial

  • Políticas de Ação e Pesquisa em Educação Musical
    n. 05 (3)

    Editorial

    É com grande satisfação que apresentamos o quinto número da Revista da FUNDARTE, Políticas de ação e pesquisa em Educação Musical, uma coletânea de textos e resumos que abordam e discutem temáticas da Educação Musical como práticas sociais e propostas curriculares.

    Esta edição da Revista é aberta com um artigo escrito a várias mãos, intitulado Entre congadeiros e sambistas: etnopedagogias musicais em contextos populares de tradição afro-brasileira, em que as autoras Marília Stein, Maria Elizabeth Lucas, Luciana Prass e Margarete Arroyo apresentam alguns resultados de três estudos etnográficos realizados em cenários distintos, como uma escola de samba, uma oficina de música e um terno de congo. As pesquisas focalizam as etnopedagogias e desencadeiam reflexões acerca das relações entre educação musical e cultura. 

    Discutir algumas dificuldades e desafios relacionados à elaboração de um projeto de reformulação curricular, numa perspectiva democrática e participativa, é a proposição de Luciana Del Ben em seu texto Situação dos Cursos Superiores de Música no Rio Grande do Sul: relato de uma experiência. Ela enfatiza seu desejo de compartilhar com os leitores suas preocupações como coordenadora de um curso de graduação em música.

    Jusamara Souza, Teresa Mateiro, Cláudia Bellochio e Magali Kleber são as autoras de Políticas de ação da ABEM para a Região Sul. O artigo aborda as políticas institucionais e aponta algumas metas e proposições para o fortalecimento da educação nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.

    Analisar a compreensão das crianças no que se refere à estruturação rítmica musical é um estudo fundamentado na epistemologia genética de Piaget e utiliza o método clínico. Patrícia Fernanda Carmem Kebach trabalha no decorrer de seu texto, A estrutura rítmica musical, com os conceitos piagetianos de integração, abstração empírica e diferenciação.

    O quinto trabalho desta revista é de Regina Antunes Teixeira dos Santos e intitula-se Aspectos da prática reflexiva de solfejo na proposta de Davidson e Scripp, no qual a autora fundamenta suas análises na visão dos princípios práticos-reflexivos propostos por Donal Schön.

    Com o título Grupos de Rap: seus ensaios e apresentações, o texto de Vania Malagutti Fialho descreve e analisa um conjunto de dados trazidos por vinte grupos das periferias de Alvorada, Guaíba e Porto Alegre. A autora revela que é durante os ensaios e apresentações desses grupos que os músicos passam a ser reconhecidos, fortalecendo assim as trocas sociomusicais.

    A opinião dos licenciandos em música sobre sua formação é um recorte da pesquisa realizada por Cristina Mie Ito Cereser, fundamentada nas perspectivas de formação de professores, organizadas por Pérez Gómes. O trabalho utilizou um survey de pequeno porte e englobou licenciandos de três universidades federais do RS.

    Reflexões sobre formação, concepções e atuação de docentes constituem Pensar e realizar em Educação Musical: desafios do professor dos anos iniciais do Ensino Fundamental, um trabalho de pesquisa desenvolvido por Cláudia Ribeiro Bellochio, Caroline Silveira Spanavello, Eliane da Costa Cunha e Helena Marques Pimenta.

    Para encerrar esta edição temos o artigo de Regiana Blanc Wille, que tem como foco Adolescentes e música: uma investigação a partir de suas experiências formais, não-formais e informais. A autora baseia suas reflexões em autores como José Carlos Libâneo e Jusamara Souza, dentre outros, numa abordagem metodológica de estudos multicasos.

    A novidade deste número é que temos um espaço destinado aos resumos de relatos de experiências e comunicações de pesquisas em andamento, que foram apresentados durante o VI Encontro da ABEM Sul e I Encontro dos Cursos Superiores de Música do Rio Grande do Sul.

    Boa leitura!

    Profa. Maria Cecilia Torres
    Pela comissão editorial

  • Música Educação Semiótica Literatura Artes Visuais Artes Cênicas
    n. 04 (2)

    Editorial

    Este quarto número da REVISTA DA FUNDARTE chega com algumas novidades. A mais evidente é que dobramos o espaço disponível para os artigos, o qual, aliado ao novo leiaute propicia a inclusão de trabalhos mais extensos e aprofundados.

    A inclusão de resumos na abertura dos artigos visa a revestir nossa publicação de aspectos tnto práticos quanto acadêmicos. Os resumos podem agilizar a busca do leitor pelos seus temas de maior interesse.

    O artigo de abertura chama-se A máscara como ferramenta xamanística no treinamento teatral de Jacques Copeau e configura-se como mais uma novidade: a tradução de textos de outras línguas de importantes colaboradores. O texto assinado por Thomas Leabhart foi traduzido especialmente para a REVISTA DA FUNDARTE por Lisa Becker e traz a contribuição do artista-professor americano que foi aluno e assistente de Etienne Decroux. Nesse trabalho, Leabhart discute as idéias de possessão xamânica, a partir de sua experiência com Decroux, traçando paralelos com as idéias e práticas de Jacques Copeau, com quem Decroux estudou e de quem herdou as bases de seu trabalho.

    Mostrar a condição relacional entre corpo e sentido, este último como condição emergente do primeiro é o objetivo de Sandra Meyer Nunes em O sentido da ação e a ação do sentido: exercícios para um corpo que dança. A partir de conceitos de Deleuze, a autora traça uma reflexão sobre o sentido na dança produzido no corpo num continum do movimento.

    Arte, utopia e o espaço intermediário é de autoria de Roberto Fajardo, professor na Universidade do Panamá. O termo utopia é conceituado a partir de referenciais, como Thomas More, e discutido dentro de abordagens e idéias da psicanálise, da história e da arte. Por fim, Fajardo mostra o espaço da utopia como um espaço de formas simbólicas, caracterizando o da eu-topia como o espaço intermediário.

    A discussão sobre a visualidade é contemplada no artigo de Paola Basso Menna Barreto Gomes: A formação de visualidade, imaginário e estereótipos. A autora fundamenta suas reflexões em diversos autores, indo da Escola de Frankfurt aos Estudos Culturais, passando por nomes do pensamento artístico brasileiro. Nesse panorama traça relações entre arte, mídica e educação, evidenciando o "esvaziamento simbólico" produzido pela estereotipia das imagens que são dadas a ver no nosso cotidiano.

    Numa perspectiva semelhante, Leda Maffioletti critica, em Produção musical: o outro lado da diversidade, a indústria musical brasileira, problematizando o conceito de cultura e assinalando espaços de educação informal. Com um toque de bom humor fala sobre o gosto musical e discute as relações entre o popular e a "americanização".

    Isabel Petry Kehrwald apresenta a idéia de processo criativo e suas implicações para o ensino da arte. O texto intitulado Processo criativo e sua função social assinala a importância de atitudes divergentes. Essas atitudes, ao contemplarem a fluência, a flexibilidade e a originalidade, sugerem perspectivas contemporâneas para se elaborarem propostas educativas.

    Este número encerra com o texto de Eduarda Gonçalves, no qual ela reflete sobre seu fazer artístico em sala de aula e no atelier. Artista-professor: uma operação poética trabalha com o desdobramento da prática à teoria e articula idéias para a pesquisa em poéticas visuais. Baseada em pensadores, como Marilena Chauí, a autora revela a importância de determinados dispositivos de pesquisa como procedimentos pedagógicos.

    Esta coletânea reúne, portanto, diferentes áreas, idéias, perspectivas e concepções teóricas, oferecendo um espectro de diversidade e discussão. A REVISTA DA FUNDARTE espera, assim, poder oferecer alguns recortes sobre a pesquisa e o ensino da arte no amplo panorama em que ela se desenvolve na contemporaneidade.

    Boa Leitura!

    Prof. Gilberto Icle
    Coordenador da Edição

  • Edição Especial - Aulas Inaugurais Curso de Pedagogia da Arte Convênio FUNDARTE/UERGS
    n. 02-03 (1)

    Editorial

    É com grande orgulho que a FUNDARTE apresenta esta edição especial da REVISTA DA FUNDARTE, reunindo os números 2 e 3.

    Os textos contidos aqui apresentam basicamente as aulas inaugurais do Curso de Pedagogia da Arte que consistiram em palestras proferidas por professores convidados pela FUNDARTE, cada um representando uma das quatro áreas das qualificações do curso: música, teatro, dança e artes visuais.

    Participação, verdade, função social, paixão, poder são alguns conveitos que aprecem nos textos apresentados como aulas inaugurais.

    Esta edição especial abre com o texto A Universidade dos Gaúchos, do professor Jose Clovis de Azevedo, Reitor da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul, onde apresenta as bases e pressupostas da construção da Universidade. O magnífico Reitor discorre sobre a tarefa de produzir conhecimento e o envolvimento social a que a UERGS se propõe.

    A palavra da FUNDARTE está apresentada em texto assinado por mim, que registra minha fala na aula inaugural do dia 09 de abril. Conhecimento e beleza está redigido sobre a égide da imagem de Shiva-Nataraja, deus da cultura hindu, metáfora do trabalho artístico. Com ele defendo a importância da arte e sua inserção no meio acadêmico.

    A primeira aula inaugural é da área de teatro. Verdade ou Mentira? foi proferida pela professora Dra. Maria Lúcia de Souza Barros Pupo. Neste trabalho, a professora Malu Pupo trata a questão do fenômeno teatral a partir da idéia de materialidade e ficção e defende o jogo como inserção entre a verdade e a mentira do universo ficcional criado pelo teatro.

    A aula de dança foi proferida pela professora Dra. Isabel Marques e se chama Do peso de Viver à leveza de criar: função social do ensino de dança hoje. A partir da idéia de leveza em Calvino, ela discorre sobre o cotidiano da dança e as possibilidades de enfrentamento com as questões sociais.

    A professora Dra. Analice Dutra Pillar proferiu a aula inaugural da área de Artes Visuais. Em A Universidade, a Arte e as Paixões, Analice trata das questões da leitura da obra de arte, discorrendo sobre a História da Arte na Universidade e as contribuições contemporâneas da Semiótica Visual, para pensar a Arte na formação humana.

    Por fim, a aula de música: Música e Universidade, do compositor Flávio Oliveira, onde se pode ler sobre a formação do músico, mercado de trabalho e o compromisso social a partir de três experimentos de apreciação.

    Os textos aqui reunidos representam o primeiro de um longo trajeto de construção de conhecimento em arte na Universidade. Que a qualidade apresentada aqui possa germinar e dar conta a alunos e professores do difícil caminho a ser trilhado na formação de nossos artistas0-professores. Boa leitura.

    Gilberto Icle
    Coordenador da edição

  • Revista da Fundarte
    n. 01 (1)

    Editorial

    O intento de divulgar de forma qualificada a produção científica dos conhecimentos produzidos por pesquisadores e professores, das áres de artes, semiótica, educação e outros campos afins, foi sempre um objetivo da FUNDARTE. Esta Revista chega com a perspectiva de perpetuar de forma sistemática esse difícil objetivo: o de manter atualizados os saberes em arte e educação, desde as mais recentes pesquisa na área, até informações simples e rápidas. Publicar no Brasil ainda é tarefa penosa e pouco respeitada, e é por isso que a FUNDARTE sente-se orgulhosa de poder oferecer um veículo, ainda modesto, mas pleno de convicção de ser um instrumento poderoso, não só para uma descomprometida "atualização", mas também como fonte de constante reflexão e embate de idéias e conceitos.

    Foram Revista que primeiro anunciaram as idéias novas de movimentos de revolução nas artes, como o Movimento Modernista de 22, no Brasil, ou os Movimentos de Vanguarda na Europa. Foi através de periódicos de fácil acesso, pela sua agilidade e fácil manuseio, que experiências importantes, como as de Grotowski, vieram a público.

    Longe de pretender ser um periódico revolucionário no campo das artes, a REVISTA DA FUNDARTE pretende colaborar com os profissionais das áreas que dão suporte à educação e a arte, para com eles dialogar numa dialética constante entre o conhecido e  a novidade.

    Neste primeiro número a Revista abre com um conjunto de seis artigos que expressam idéias em diferentes áreas do conhecimento. O primeiro deles é o texto de Ana Claudia Mei de Oliveira sobre Semiótica Visual. Neste trabalho, a autora lança os conceitos básicos que constituem o título do artigo: Lisibilidade da imagem. Desvendando conceitos importantes para a Semiótica Visual como os pares enunciação/enunciado ou expressão/conteúdo, ela constrói o caminho de edificação das significações visuais.

    O segundo trabalho apresentado é o de Ingrid Dormien Koudela, chamado Um Protocolo dos protocols, onde a autora discorre sobre a transposição simbólica da experiência física do jogo teatral no protocolo escrito, como instrumento estético mais que mero registro.

    Sergio Coelho Borges Farias apresenta o terceiro texto deste número. O teatro e a formação da cidadania na sociedade contomporânea divide-se em três partes. A primeira traz à tona as questões relativa aos direitos sociais e às práticas sócio-educativas alternativas. Na segunda parte o autor esclarece sobre algumas competências necessárias à formação da cidadania, exemplificando os casos particulares dos trabalhos em teatro-educação. Por fim, Farias conclui integrando as idéias sobre a formação da cidadania no quadro geral das práticas teatrais e suas possibilidades como agente formativo do sujeito individual e coletivo.

    Ao apresentar Apontamentos para uma epistemologia teatral, integro o quarto texto deste número com artigo de minha autoria, onde discuto as possibilidades de problematização das categorias que denomino sujeito cotidiano e sujeito extra-cotidiano, como instrumento de análise do trabalho do ator.

    Jusamara Souza nos brinda com o quinto trabalho desta primeira coletânea, chamado Currículos de música e cultura brasileira: mas, que concepções de cultura brasileira? Neste texto analisa "falas" de três personagens de uma reportagem de jornal, caracterizando os diferentes sentidos de cultura e suas repercussões para a Educação Musical.

    O texto Por um repertório musical tão plural quanto seus intérpretes, de Adriana Bozzetto, também na área de Educação Musical, é uma reflexão sobre a intervenção do professor de piano no processo de aprendizagem de um aluno que precisa ser contemplado em sua diversidade, em seus interesses, a partir de sua experiência.

    O rigor dos textos que apresentamos, aliado às idéias sempre renováveis e instigantes, faz-me acreditar que este primeiro número da REVISTA DA FUNDARTE é apenas o início de um longo trajeto que será construído com muita reflexão e pensar sobre a pesquisa em arte e educação. Obrigado aos nossos colaboradores e a você, que faz parte de nossos primeiros leitores. Esperamos que aproveitem com o mesmo entusiasmo que nós.

    Gilberto Icle
    Coordenador da Edição