O APRENDIZADO INFORMAL DA DANÇA K-POP: JUVENTUDE, TRANSCULTURALIDADE E PERFORMANCES DE GÊNERO
DOI:
https://doi.org/10.19179/2319-0868.814Keywords:
danças midiáticas, K-pop, juventude, gêneroAbstract
O objetivo deste artigo, apoiado em pesquisa de campo de inspiração etnográfica, é investigar o perfil dos grupos de Covers de dança K-pop na cidade de Porto Alegre. Buscou-se compreender como os produtos da Indústria Cultural afetam os processos de aprendizagem e criação em dança. Os dispositivos metodológicos construídos foram observações participantes, acompanhando ensaios e eventos de grupos e coletivos culturais. O estudo tomou como base teórica autores como Martín-Barbero, Mafessoli e Butler, para discutir temas como cultura pop, juventude, identidade, neotribos e performances de gênero. Concluímos que os produtos da indústria K-pop potencializam processos informais de aprendizagem e a sociabilidade entre jovens em suas diferenças de gênero, à margem da cultura hegemônica de dança.
References
ADORNO, Theodor W.; HORKHEIMER, Max. A indústria cultural: o esclarecimento como mistificação das massas. In: ADORNO, T. Dialética do esclarecimento. Rio de Janeiro: Zahar, 1983, p. 99-138.
BENNET, Andy; & KAHN-HARRIS, Keith. After Subculture. Critical Studies in Contemporary Youth Culture, Hampshire, Palgrave Macmillan, 2004. pp. 1-18. DOI: https://doi.org/10.1007/978-0-230-21467-5_1
BERTO, Rachel G.; e ALMEIDA, Mariza C. Quem são os fãs de K-pop no Brasil? Revista Tecnologia e Cultura. Rio de Janeiro, n.25, ano 17, jan/jun, 2015. p.3-44.
BURKE, Peter. Cultura popular na Idade Moderna. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.
BUTLER, Judith. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Tradução de Renato Aguiar. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2017.15°ed.
CANCLINI, Nestor G. Culturas Híbridas: estratégias para entrar e sair da modernidade. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2013.
CARDIN, Valéria S. G.; CAVALHEIRO, Nathan P., Do direito fundamental à uma educação para além dos padrões binários de gênero. In: BAHIA, Alexandre G. M. F.; COSTA, Fabrício V.; GOMES, Magno F. (orgs.) - Gênero, sexualidade e direitos fundamentais para além do binarismo - Porto Alegre, RS: Editora Fi, 2019.
CASTELLS, M. O poder da identidade. 3º ed. v. 2. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra, 2002.
CLARKE, John, et al. Subcultures, cultures and class, In: HALL, S. e JEFFERSON, T. (orgs.), Resistance through Rituals: Youth Subcultures in Post-War Britain. Londres e Nova Iorque, Routledge, 2006, p.3-59. DOI: https://doi.org/10.4324/9780203357057_chapter_1
CHUA, B.H., and IWABUCHI, K. (eds.) Introduction: East Asian TV Dramas: Identifications, Sentiments and Effects. In: East Asian Pop Culture: Analysing the Korean Wave, Aberdeen: Hong Kong University Press, 2008. p.1-12. DOI: https://doi.org/10.5790/hongkong/9789622098923.003.0001
COELHO, Maria T. A. D.; SAMPAIO, Liliana L. P. As transexualidade na atualidade: aspectos conceituais e contexto. In: COELHO, Maria T. A. D.; SAMPAIO, Liliana L. P. (Org.). Transexualidades: um olhar multidisciplinar. Salvador: EDUFBA, 2014.
COOMBS, Philip H.; PROSSER, Roy; MANZOOR, Ahmed. New paths to learning for rural children and youth. New York: International Council for Education Development, 1973. 133 p.
CORDEIRO, Talita G. O fenômeno k-pop no Brasil: práticas de lazer a partir da web 2.0. Monografia (Bacharelado em Lazer e Turismo). Escola de Artes Ciências e humanidades da Escola de São Paulo. São Paulo, 2013.
CORTEZ, Crystal; ALBUQUERQUE, Alfonso. Cultura pop e política na nova ordem global: lições do Extremo Oriente. In: SÁ, Simone Pereira; CARREIRO, Rodrigo; FERRARAZ, Rogerio (Org.) Cultura Pop. Salvador/Brasília: Edufba/Compós, 2015. 296 p.
CRUZ, Caio A. E precisa falar coreano? Uma análise cultural do K-Pop no Brasil. 104 f. il. 2016. Monografia - Faculdade de Comunicação, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2016.
GADOTTI, Moacir. A questão da educação formal/não-formal. Droit à l’education: solution à tous les problèmes sans solution? Institut International des droits de l’enfant, Sion, 2005.
GREEN, Lucy. Poderão os professores aprender com os músicos populares? Revista Música, Psicologia e Educação, Porto, n. 2, p. 65-80, 2000.
GUARATO, Rafael. Dança e os meios de comunicação de massa. Urdimento, v.2, n.27, Dezembro, 2016. p. 05-20. DOI: https://doi.org/10.5965/1414573102272016005
GUEVARRA, Alona U. Creating a Safe Space for Queer Teens?: Some Initial Findings on Queer Teens in K-pop Cover Groups and Fan Community. The AIKS Corean Studies Conference Proceedings, vol.1, 2014.
HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. Tradução: Tomaz Tadeu da Silva, Guacira Lopes Louro, 11º ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2011.
HUAT, Chua Beng. Korean Pop Culture. Malaysian Journal Of Media Studies, Malasia, v. 12, n. 1, p.15-24, 2010.
JESUS, Jaqueline Gomes de. Orientações sobre identidade de gênero: conceitos e termos. 2. ed. Brasília, 2012.
JIN, Dal Young. Hallyu 2.0: The New Korean Wave in the Creative Industry. International Institute Journal, v. 2, n. 01, 2012.
JUNG, Sun. “K-pop, Indonesian Fandom, and Social Media.” In: REID, Robin Anne & GATSON, Sarah (org.) Race and Ethnicity in Fandom, Transformative Works and Cultures, no. 8, 2011. DOI: https://doi.org/10.3983/twc.2011.0289
KANG, Dredge Byung’chu. Idols of Development: Transnational Transgender Performance in Thai K-Pop Cover Dance. Transgender Studies, vol.1, n.4, 2014. p.559-571. DOI: https://doi.org/10.1215/23289252-2815246
KATZ, Helena. A diferença entre arte e cultura. Jornal Urbano, São Paulo, 22 abr. 2009, p. 3.
KIM, Yoon-mi. Between Hybridity and Hegemony in K-Pop’s Global Popularity: A Case of Girls’ Generation’s American Debut. International Journal of Communication. n.11, 2017.
KLEIN, Susane. Transmitir a Dança: legado e tradução das coreografias de Pina Bausch Rev. Bras. Estud. Presença, Porto Alegre, v. 8, n. 3, p. 393-420, jul./set. 2018. DOI: https://doi.org/10.1590/2237-266078975
KO, N. C.; No, S., Kim; J.-N.., & Simoes R. G. Landing of the wave: Hallyu in Peru and Brazil”. Development and Society, vol.43, n.2, 2014. p.297-350. DOI: https://doi.org/10.21588/dns.2014.43.2.008
LARANJEIRA Denise H.P.; IRIART, Mirella Figueiredo; LUEDY Eduardo. Arte como política de resistência: dispositivos cartográficos na apreensão de práticas culturais juvenis em uma cidade do Nordeste do Brasil. Etnográfica. Revista do Centro em Rede de Investigação em Antropologia, vol. 22, n.2, 2018. p. 427-452. DOI: https://doi.org/10.4000/etnografica.5614
LIBÂNEO, José Carlos. Pedagogia e pedagogos para quê? 12 ed. São Paulo, Cortez, 2010, 208 p.
LIGIÉRO, Zeca. Performance e Antropologia de Richard Schechner. Tradução: Augusto Rodrigues da Silva Junior. Rio de janeiro: Mauad X, 2012.
LOURO, Guacira Lopes. Pedagogias da sexualidade. In: LOURO, Guacira Lopes (org.), O corpo educado. Pedagogias da sexualidade. 3º ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2013.
LOVE, B. Encyclopedia of unusual sex practices. Fort Lee, NJ: Barricade, 1992.
MAFFESOLI, Michel. O tempo das tribos: o declínio do individualismo nas sociedades de massa. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1987.
MAGNANI, José Guilherme C. Os circuitos dos jovens urbanos, Tempo Social: Revista de Sociologia da USP, vol.17, p.2, 2005. p. 173-205. DOI: https://doi.org/10.1590/S0103-20702005000200008
MARCELINO, André F. & BEINEKE, Viviane. Aprendizagens musicais informais em uma comunidade de prática: um estudo no grupo de maracatu Arrasta Ilha. Musica em Perspectiva, v.7, n.1, p.7-29, junho, 2014. DOI: https://doi.org/10.5380/mp.v7i1.38130
MARQUES, Isabel A. Ensino de dança hoje: textos e contextos. 6. ed. São Paulo: Cortez, 2011.
MARQUES, Isabel A. Linguagem da dança: arte e ensino. São Paulo: Digitexto, 2010.
MARTÍN-BARBERO, Jesús. Dos meios às mediações: comunicação, cultura e hegemonia. 2. ed. Rio de Janeiro: UFRJ, 2003.
MARTÍN-BARBERO, Jesús. A mudança na percepção da juventude: sociabilidades, tecnicidades e subjetividades entre jovens. In: BORELLI, S.; FREIRE FILHO, J. (Org.). Culturas Juvenis no século XXI. São Paulo: EDUC, 2008. cap. 1, 9-32.
MARTINS, Guilherme Henrique B.; GRECA Juliana M. Potências híbridas: uma análise da cultura pop sul coreana como arte em campo ampliado na Indústria Cultural. O Mosaico - Revista de Pesquisa em Artes, Curitiba, n. 16, p. 1-240, jan./jun., 2018.
NECULA, Alexandra E. Restored behavior in K-pop performances: liminal experience, fantasy, the American influence, and how to overcome cultural barriers. Thesis (Doctor degree). Sogang University Department of Mass Communications, Seoul, South Korea, 2017.
OROZCO GÓMEZ, Guillermo. “O telespectador frente à televisão: uma exploração do processo de recepção televisiva”. Communicare. São Paulo, v. 5, n. 1, 2005, p. 27-42.
SANTANA, Aline Gomes. Juventude e identidades híbridas: reconversões culturais de jovens da cidade do Recife na cultura hallyu. Recife, 2018. 105 f. Dissertação (Mestrado em Consumo, Cotidiano e Desenvolvimento Social) - Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, 2018.
SANTOS, Thiago Haruo. Idols em imagens e sons, fãs em re-ação: uma etnografia da prática musical do K-pop em São Paulo. Dissertação Mestrado, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da faculdade de São Paulo, Departamento de Antropologia, São Paulo, 2016.
SCHECHNER, R. Pontos de contato entre o pensamento antropológico e o teatral. Cadernos de Campo, n. 20, p. 213-236, 2011. DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2316-9133.v20i20p213-236
SHIM, Doobo. Waxing the Korean Wave. Ari Working Paper, Singapura, n. 158, jun. 2011. Http://www.nus.ari.edu.sg/pub/wps.htm.
TOMAZZONI, Airton. Lições de dança no baile da pós-modernidade: corpos (des) governados na mídia. Tese (Doutorado) , Faculdade de Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2009.
YOON, Kyong. Cultural Translation of K-Pop among Asian Canadian Fans. International Journal of Communication, n.11, 201
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
Ao submeter um artigo à REVISTA da FUNDARTE e tê-lo aprovado, os autores mantem os direitos de autoria e concordam em ceder, sem remuneração, os seguintes direitos autorais à REVISTA da FUNDARTE : os direitos de primeira publicação e permissão para que esta revista redistribua esse artigo e seus dados aos serviços de indexação e referências que seus editores julguem usados.
Este trabalho está licenciado sob uma Licença Creative Commons Não Comercial 4.0 Internacional.