PERSPECTIVAS ETNOGRÁFICAS E INFÂNCIAS INDÍGENAS: MODOS DE SER DAS CRIANÇAS ASURINÍ E BANIWA

Autores/as

  • Amanda Rodrigues Marqui Consultora da UNESCO no Ministério da Educação-MEC para desenvolvimento de estudos técnicos sobre a formação de professores indígenas
  • Xanda de Biase Miranda Ministério da Educação - MEC

DOI:

https://doi.org/10.19179/2319-0868.789

Palabras clave:

Crianças indígenas, Asuriní, Baniwa

Resumen

Este artigo trata da experiência de pesquisa com crianças em dois contextos socioculturais distintos (MIRANDA, 2014; MARQUI, 2017), onde a observação etnográfica de questões semelhantes contribui para debates teóricos específicos.  Diferentes modos de ser criança indígena, ser criança Asuriní ou Baniwa em suas formas particulares de “brincar-experimentar-trabalhar-descobrir-aprender” (LOPES DA SILVA, 2002) são observadas em espaços fisicamente similares, o rio e os pátios, mas ontológica e socialmente singulares. Partindo da ótica da chamada “antropologia da criança”, que reitera o questionamento da naturalização da infância e reconhece a agência infantil na produção da cultura (COHN, 2005), as experiências dialogam com a noção de Pessoa (VIVEIROS DE CASTRO, DAMATTA; SEEGER, 1979), “arqui-categoria” que deixou sua marca na antropologia sul americana nas últimas décadas, e com questões colocadas pelo parentesco e organização social.    

Biografía del autor/a

Amanda Rodrigues Marqui, Consultora da UNESCO no Ministério da Educação-MEC para desenvolvimento de estudos técnicos sobre a formação de professores indígenas

Doutora em Antropologia Social pela Universidade Federal de São Carlos. Realizou pesquisas etnográficas com as crianças Guarani Mbya no Pará sobre as perspectivas infantis a respeito dos aprendizados escolares e com o povo Baniwa na Terra Indígena Alto Rio Negro, Amazonas, sobre as relações entre infância, escola e religião. Foi pesquisadora do projeto   “Observatório da Educação Escolar Indígena – territórios Médio Xingu e Rio Negro” da CAPES/UFSCar. Atualmente é consultora da UNESCO no Ministério da Educação-MEC para desenvolvimento de estudos técnicos sobre a formação de professores indígenas. 

Xanda de Biase Miranda, Ministério da Educação - MEC

Mestre em Antropologia Social pela Universidade Federal de São Carlos. Realizou pesquisas etnográficas com as crianças Asuriní na Terra Indígena Koatinemo, Altamira. Foi pesquisadora do projeto “Observatório da Educação Escolar Indígena – território Médio Xingu e Rio Negro” (CAPES/UFSCar). É técnica em assuntos educacionais no Ministério da Educação- MEC.  

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Publicado

30/09/2020

Cómo citar

Marqui, A. R., & Miranda, X. de B. (2020). PERSPECTIVAS ETNOGRÁFICAS E INFÂNCIAS INDÍGENAS: MODOS DE SER DAS CRIANÇAS ASURINÍ E BANIWA. Revista Da FUNDARTE, 42(42), 01–28. https://doi.org/10.19179/2319-0868.789

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