AS SAÍDAS MORAM NAS PALAVRAS? AS SAÍDAS PODEM MORAR NAS PALAVRAS?

ESCRITA ENQUANTO ENCONTRO COM MULHERES PRIVADAS DE LIBERDADE

Autores

  • Caroline Vetori de Souza Universidade do Estado de Santa Catarina

DOI:

https://doi.org/10.19179/rdf.v49i49.1081

Palavras-chave:

Teatro com mulheres privadas de liberdade. Literatura. Leitura. Escrita.

Resumo

Neste ensaio irei me debruçar na interlocução da proposta de um caderno de exercícios de escrita criativa, intitulado Das saídas que moram nas palavras, destinado às mulheres que cumprem pena no Presídio Feminino de Florianópolis, com escritos que tratam da literatura (ANDRUETTO, 2012; CANDIDO, 2011) e da escrita como ato de “tornar-se” (KILOMBA, 2020). A proposição objetiva o diálogo artístico e poético com as mulheres que estão privadas de liberdade, tendo como hipótese principal a geração de procedimentos de escuta, nos quais as suas vozes possam ecoar. Ainda, ansiamos que as palavras gerem encontros (delas consigo mesmas, com suas companheiras, com o mundo). No momento como ainda não temos acesso as produções instigadas a partir do caderno, julgo pertinente a análise da proposta, seus atravessamentos teóricos, visando o compartilhamento de seu processo de feitura que pode, inclusive, inspirar outras proposições e projetos, ainda como metodologia  Muitas são as perguntas, as dúvidas e iniciar com uma, como convoca justamente a força das palavras na abertura de mundos – questão que está no horizonte deste ensaio.

Referências

ANDRUETTO, María Teresa. Por uma literatura sem adjetivos. São Paulo: Pulo do Gato, 2012.

BORGES, Juliana. Prisões: espelhos de nós. São Paulo: Todavia, 2020.

BUENO, Winnie de Campos. Processos de resistência e construção de subjetividades no pensamento feminista negro: uma possibilidade de leitura da obra Black Feminist Thought: Knowledge, Consciousness, and the Politics of Empowerment (2009) a partir do conceito de imagens de controle. Dissertação (Mestrado em Direito) – Universidade do Vale do Rio dos Sinos. São Leopoldo, p. 169, 2019.

CANDIDO, Antonio. O direito à literatura. In: Vários Escritos. 5 ed. Rio de Janeiro: Ouro sobre Azul/ São Paulo: Duas Cidades, 2011. Disponível em: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/3327587/mod_resource/content/1/Candido% 20O%20Direito%20à%20Literatura.pdf. Acesso em: 01 de julho de 2021.

CONCILIO, Vicente. Teatro e prisão: dilemas da liberdade artística. São Paulo, Hucitec, 2008.

DAVIS, Angela. Estarão as prisões obsoletas?. Rio de Janeiro: Difel, 2018.

DESGRANGES, Flávio. A inversão da olhadela: alterações no ato do espectador teatral. São Paulo: Hucitec, 2012.

FILHO, João Freire. Mídia, esteriótipo e representação das minorias. Revista ECO-Pós, v.7, n.2, p.1-27, 2009.

HEUSER, Ester Maria Dreher. Fábula da existência seguida de Notas sobre Fabulação. In: Fantasias de escritura: filosofia, educação, literatura - Sandra Mara Corazza (org). Porto Alegre: Sulina, 2010.

KILOMBA, Grada. Memórias da Plantação: Episódios de racismo cotidiano. Rio de Janeiro: Cobogó, 2019.

LARROSA, Jorge; RECHIA Karen. P de Professor. São Carlos: Pedro João Editores, 2018.

LARROSA, Jorge. Tremores: escritos sobre experiência. Belo Horizonte: Autêntica, 2016.

VIDOR, Heloise. Sobre alguma rede a tramar...entre teatro, escolas e universidade. In. Pedagogias do Desterro – Práticas de pesquisa em Artes Cênicas. São Paulo: Hucitec / FAPESC, 2020.

Downloads

Publicado

03.06.2022

Como Citar

Vetori de Souza, C. . (2022). AS SAÍDAS MORAM NAS PALAVRAS? AS SAÍDAS PODEM MORAR NAS PALAVRAS? ESCRITA ENQUANTO ENCONTRO COM MULHERES PRIVADAS DE LIBERDADE. Revista Da FUNDARTE, 49(49). https://doi.org/10.19179/rdf.v49i49.1081

Artigos Semelhantes

<< < 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)