"A BARRA É QUE NEM TATAME, TEM QUE TER RESPEITO”

CONDIÇÕES DE ENSINO DO POLE DANCE PARA AS CRIANÇAS

Autores

  • Mariana Ghignatti Fagundes Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS, Porto Alegre, RS/Brasil https://orcid.org/0000-0001-8189-5819
  • Ariane Corrêa Pacheco Universidade Federal de Santa Maria - UFSM, Santa Maria, RS/Brasil
  • André Luiz dos Santos Silva Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS, Porto Alegre, RS/Brasil https://orcid.org/0000-0002-9838-2558

DOI:

https://doi.org/10.19179/rdf.v62i62.1538

Palavras-chave:

Pole Dance, Pole Kids, Esportivização

Resumo

Este artigo analisa as condições que, a despeito do histórico associado às casas noturnas e às performances de Striptease, tornaram possíveis o ensino do Pole Dance para crianças. O material empírico foi produzido a partir de entrevistas semiestruturadas com instrutoras de pole kids e observações de campo em dois estúdios no sul do país. Em um contexto de recrudescimento do conservadorismo no Brasil, o Pole Dance para crianças se esportiviza. Empenhadas em produzir um outro sentido para a barra, as colaboradoras do estudo investem em pedagogias que incidem sobre a disciplinarização das condutas, a institucionalização de vestimentas e sobre a construção de um ambiente adequado para as crianças e suas famílias.

Biografia do Autor

Mariana Ghignatti Fagundes, Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS, Porto Alegre, RS/Brasil

Mestranda do Programa de Pós-Graduação Ciências do Movimento Humano - PPGCMH UFRGS. Licenciada em Educação Física e cursando bacharelado em Educação Física pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Integrante do Grupo de Estudos sobre Relações de Gênero, Educação e Violência (GERGEV/GRECCO), do Projeto Acolhe ESEFID (UFRGS) e do Coletivo Corpo Negra (UFRGS). Interessada em estudos de gênero, sexualidade e relações étnico-racias, com foco especial em prática de Pole Dance.

Ariane Corrêa Pacheco , Universidade Federal de Santa Maria - UFSM, Santa Maria, RS/Brasil

Docente do Magistério Superior (Departamento de Desportos Individuais), na UFSM. Doutora em Ciências do Movimento Humano pela UFRGS.

André Luiz dos Santos Silva, Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS, Porto Alegre, RS/Brasil

Mestre e doutor em Ciência do Movimento Humano pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e Pós-Doutorado em Educação, também pela UFRGS. Leciona nos cursos de graduação e pós-graduação em Educação Física e no Programa de Pós-Graduação em Ciências do Movimento Humano (PPGCMH) da UFRGS. É líder do Grupo de Pesquisa GRECCO (Grupo de Estudos Cultura e Corpo) do CNPq e do Grupo de Estudos Relações de Gênero, Educação e Violência (GERGEV). É Coordenador Adjunto dos Cursos de Licenciatura e Bacharelado em Educação Física da UFRGS, além de Editor de Área da Revista Movimento. É membro do comitê científico do Grupo de Trabalho Temático Memórias da Educação Física e do Esporte e do Grupo de Trabalho Temático de Gênero, ambos vinculados ao Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte. É membro do Comitê de Ética da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e membro do Conselho Universitário da mesma instituição.

 

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Publicado

02.12.2024

Como Citar

Fagundes, M. G., Pacheco , A. C., & Silva, A. L. dos S. (2024). "A BARRA É QUE NEM TATAME, TEM QUE TER RESPEITO”: CONDIÇÕES DE ENSINO DO POLE DANCE PARA AS CRIANÇAS. Revista Da FUNDARTE, 62(62), e1538. https://doi.org/10.19179/rdf.v62i62.1538