RESISTÊNCIA CULTURAL E DINÂMICAS AFETIVAS NO CINEMA INDÍGENA

UMA ANÁLISE DO FILME GUARDIÕES DA FLORESTA DO POVO MEBÊNGÔKRE-KAYAPÓ

Autores

DOI:

https://doi.org/10.19179/rdf.v64i64.1617

Palavras-chave:

Cinema indígena, Cinema Kayapó, Afeto

Resumo

Nos últimos anos, o cinema Mebêngôkre-Kayapó tem se consolidado como um instrumento de registro cultural e político. Essa prática tem se estabelecido como uma importante ferramenta de luta, resistência e denúncia, ampliando a visibilidade de suas lutas. Este artigo tem como objetivo analisar o filme Guardiões da Floresta (2022), produzido pelo Coletivo Beture Cineastas Mebêngôkre, visando evidenciar o uso do audiovisual como mobilizador de afetos para determinados fins estratégicos. A investigação revela como o povo Mebêngôkre tem se articulado afetivamente, criando uma união entre cineastas e comunidades, que encontram no audiovisual um espaço de expressão e resistência coletiva, compartilhando suas narrativas, lutas e denúncias.

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Biografia do Autor

Brener Neves Silva, Universidade Federal Fluminense -UFF, Nitrói, RJ, Brasil

Doutorando em Cinema e Audiovisual pela Universidade Federal Fluminense (PPGCINE/UFF), Mestre em Cinema e Audiovisual pela mesma instituição, Especialista em Cinema e Linguagem Audiovisual pela Universidade Estácio de Sá (UNESA) e graduado em Produção Audiovisual pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA). É organizador do livro Outras Narrativas em Cena: Caminhos Artísticos do Audiovisual na América do Sul (CLAEC e-Books, 2024) e é editor de Cinema Ameríndio no Observatório de Cinema e Audiovisual (OCA) da UFF. Desenvolve pesquisas em torno de cinemas não-hegemônicos, cinema indígena e pensamento decolonial. Possui experiência no ensino à distância como professor conteudista e tutor. Atualmente atua como tutor virtual no curso de Artes Visuais com ênfase em Digitais da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE).

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Publicado

12.06.2025

Como Citar

Neves Silva, B. (2025). RESISTÊNCIA CULTURAL E DINÂMICAS AFETIVAS NO CINEMA INDÍGENA: UMA ANÁLISE DO FILME GUARDIÕES DA FLORESTA DO POVO MEBÊNGÔKRE-KAYAPÓ. Revista Da FUNDARTE, 64(64), e1617. https://doi.org/10.19179/rdf.v64i64.1617