SOY PERSÉFONE PÉREZ, LA ERRABUNDA MÁRTIR… ESTÉTICA DIASPÓRICA Y ADHERENCIA EN MAGALI ALABAU
Estética diaspórica y adherencia en Magali Alabau.
DOI:
https://doi.org/10.19179/rdf.v62i62.1491Palavras-chave:
estética diaspórica, radicante, adjetoResumo
Este trabalho analisa o livro de poesia Hemos llegado a Ilión da escritora cubana da diáspora Magali Alabau (1945). O poema tematiza uma viagem de volta a Cuba, depois de mais de vinte anos vivendo nos EU. As sobreposições espaciais, a pluralidade da enunciação e a ausência radical de linearidade dos acontecimentos recriados nos levam a pensar a obra a partir da perspectiva de uma poética errante em que predominam as dinâmicas intersticiais. Desvios, rupturas e ressignificações que conversam, simultaneamente, com a noção de estética diaspórica (Stuart Hall, 2003) e com a noção de radicante (Nicolás Bourriaud, 2009). A voz poética que Alabau projeta depois de fuçar nas páginas da história universal e da mitologia grega, se autodeclara Perséfone Pérez. Investida, então, de simples mortal, Perséfone deambula do espaço-ilha para o espaço-mundo em entradas e saídas abruptas nas que se vai aderindo plasticamente a símbolos, eventos, lembranças de si e dos outros. Essa aderência volátil, inscrita num tempo frenético e entrópico fala da instabilidade e descentramento dos sujeitos diaspóricos; o que estremece a categoria de sujeito e a noção de semionauta, proposta por Bourriaud (2009) para falar de colheita de signos em movimento. Nosso objetivo é pensar essa voz diaspórica como um ente que mais do que colher signos, se une temporariamente a tudo o vem ao encontro, além das suas memórias e subjetividades. Consequentemente, longe de ser um alguém sujeito ou um alguém que colhe, trata-se de um alguém solto que, como um adjeto, muda seu estar no mundo segundo a cor ou o aroma que o rodeia.
Referências
As configurações sincretizadas da identidade cultural caribenha requerem a noção derridiana de differance - uma diferença que não funciona através de binarismos, fronteiras veladas que não separam finalmente, mas são também places de passage, e significados que são posicionais e relacionais, sempre em deslize ao longo de um espectro sem começo nem fim. (HALL, 2003, p. 33).
Es una metáfora comparar a Cuba con Troya. Le da otra dimensión contar el viaje a través de la mitología. La comparación entre Cuba e Ilión engrandece la trama, establece similitudes complejas y dramáticas. Al escoger esta metáfora expresé lo que sentí al descubrir La Habana que ya no era. Vi ruinas (ALABAU, 2020, p. 8).
¿Quién soy? ¿De dónde vengo? Soy Ulises, Electra,
soy la luna, el triunvirato, soy Perséfone perdida,
seis meses allá en sangre viva,
seiscientos siglos acá ya sin certeza.
Soy Perséfone Pérez, la errabunda mártir, la destreza,
la víctima victimizada, soy la cereza, la fruta,
el semen de mujer entre las piernas.
El pavo real paseando las ciudades,
extinguida, distinguida visión de las paredes.
(ALABAU, 2017, p. 150)
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