BLACKAMOOR

DECOLONIZANDO A REPRESENTAÇÃO DO NEGRO PARA SEMPRE SUBSERVIENTE

Autores

DOI:

https://doi.org/10.19179/rdf.v58i58.1198

Palavras-chave:

blackamoor; representação, negro; subserviente; iconografia da escravidão;

Resumo

Este artigo busca compreender a utilização da imagem do negro, mas especificamente de mouros imigrantes da Itália representados como objetos de decoração tidos como exóticos e chamados blackamoors. Essa representação tipicamente masculina, em sua diversidade iconográfica apresenta apenas a cabeça, ou cabeça e ombros, de frente para o espectador em uma pose simétrica. Embora, na escultura decorativa, o corpo inteiro é representado, para segurar bandejas como servidores visuais ou arandelas de bronze para segurar velas ou luminárias, retratados em pares. Eles podem ser incorporados em pequenos estandes, mesas ou andirons.  Existem blackamoors que estão em posições acrobáticas que seriam impossíveis de manter por um período prolongado de tempo para uma pessoa real. Como metodologia busca-se também analisar seis exemplares a partir da iconografia, analise proposta por Panofsky. A iconografia trata-se do estudo e interpretação da forma de uma arte para o entendimento do contexto e estética das diferentes obras em estudo, dos modos de vida e a inserção no contexto social.

Biografia do Autor

Claudio Rafael Almeida de Souza, Universidade Federal da Bahia - UFBA, Salvador, BA/Brasil

Com formação interdisciplinar, é museólogo baiano formado pela Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal da Bahia FFCH/UFBA com habilitação em Museus de História e Museus de Arte. É mestre em Artes Visuais pelo Programa de Pós-graduação em Artes Visuais da Universidade Federal da Bahia com concentração em História, Teoria e Processos na linha de pesquisa História e Teoria da Arte. É pós-graduando em Arte-Educação pelo Centro Universitário Senac e em Educação, Cultura e Diversidade pelo Centro Universitário Uniasselvi. Consultor de elaboração e criador de currículo lattes para profissionais das áreas de artes e cultura. Interessa-se nas áreas de artes visuais (fotografia poética e de acervo, fototipia, fitotipia, antotipia, pintura, colagem e desenho), história e teoria da arte, artes decorativas, conservação e restauro, peritagem de obra de arte, curadoria, museologia, museografia, arte-educação e ação cultural e educativa. É pesquisador e curador independente de móveis, objetos e obras de arte, com especialidade em mobiliário, arte sacra, popular e decorativa. E-mail: claudiorafael.almeidadesouza@gmail.com

Referências

CHEVALIER, Jean; GHEERBRANT, Alain. Dicionário de Símbolos: mitos, sonhos, costumes, gestos, formas, figuras, cores, números. 17 ed. Rio de Janeiro: J. Olimpyo, 2002. 996 p.

DUSSEL, Enrique. El encubrimiento del otro. Hacia el origen del mito de la modernidad. Quito: AbyaYala,1994.

HELLER, Eva. A psicologia das cores: como as cores afetam a emoção e a razão [tradução Maria Lúcia Lopes da Silva]. 1. Ed. São Paulo: Gustavo Gili, 2013.

LANDER, Edgardo (org.). La colonialidad del saber: eurocentrismo y ciencias sociales. Perspectivas latinoamericanas. Buenos Aires: CLACSO, 2000.

LE BRETON, David. Antropologia do corpo e da modernidade. Editora Vozes, Petrópolis, RJ, 2012.

MALDONADO-TORRES, Nelson. “Sobre la colonialidad del ser: contribuciones al desarrollo de un concepto”. In: Santiago CASTRO -GÓMEZ; Ramón GROSFOGUEL (orgs.). El giro Decolonial. Reflexiones para una diversidad epistémica más allá del capitalismo global. Bogotá: Pontificia Universidad Javeriana–Siglo del Hombre, 2007, pp.127-67

MATESCO, Viviane. Corpo, ação e imagem: consolidação da performance como questão. In: Revista Póiesis. v. 13, n. 20. Nitéroi: Rio de Janeiro, 2012.

MOUTINHO, Stella; PRADO, Rubia Bueno; LONDRES, Ruth. Dicionário de Artes Decorativas e Decoração de Interiores. 9 ed. Rio de Janeiro: Lexikon, 2011.

RAJCHMAN, John. O pensamento na arte contemporânea. In: Revista Novos Estudos. CEBRAPE, n.91, Nov., São Paulo, 2011. DOI: https://doi.org/10.1590/S0101-33002011000300005

SHOHAT, Ella. The Specter of the Blackamoor: Figuring Africa and the Orient. In: Re-Significations: European Blackamoors, Africana Reading, Awam Amkpa, ed., Rome: Postcart SRL, 2016, p. 95-115.

Downloads

Publicado

25.03.2024

Como Citar

Almeida de Souza, C. R. (2024). BLACKAMOOR: DECOLONIZANDO A REPRESENTAÇÃO DO NEGRO PARA SEMPRE SUBSERVIENTE. Revista Da FUNDARTE, 58(58), e1198. https://doi.org/10.19179/rdf.v58i58.1198

Artigos Semelhantes

1 2 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.