DISCOURSE ANALYSIS AS A METHODOLOGICAL TOOL FOR DECOLONIZATION IN ARCHAEOLOGY
DOI:
https://doi.org/10.19179/rdf.v66i66.1655Palavras-chave:
Critical Discourse Analysis, Archaeology, DecolonialResumo
Neste artigo, propomos um caminho comprometido com a Análise Crítica do Discurso, adaptada do modelo tridimensional de Norman Fairclough (2001) e aplicada como metodologia decolonial nos estudos arqueológicos. Considerando o significado expresso por Foucault (2009), entendemos que o discurso é uma representação culturalmente construída da realidade e não uma cópia exata dos eventos. Dessa forma, consideramos o potencial que os discursos arqueológicos possuem na construção, disseminação e enfrentamento de problemas sociais, reconhecendo que podem servir tanto para manter um status quo, baseado em uma narrativa dominante, quanto para mediar transformações na sociedade, reduzindo assimetrias. Assim, a Análise Crítica do Discurso nos permite levantar questões sobre como as interpretações arqueológicas estão sendo operacionalizadas para manter preconceitos, ao se apropriar de contextos pré-coloniais e históricos para legitimar estruturas de poder contemporâneas.
Downloads
Referências
ALBERTI, B. 1999. Los cuerpos en Prehistória: Más allá de la división entre sexo/género. Revista Do Museu De Arqueologia E Etnologia. Suplemento, (supl.3), 57-67.
ALTHUSSER, L. 1971.Lenin and Philosophy. Trans. Ben Brewster. New York and London, Monthly Review Press.
ARENDT, H. 2007. A condição humana. Tradução de Roberto Raposo e posfácio de Celso Lafer. 10.ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 353p.
BALLESTRIN, L. 2013. América Latina e o giro decolonial. Revista Brasileira de Ciência Política, Brasília, n. 11, p. 89-117.
BARROS, S. M. de. 2018.Bases Filosóficas da Análise do Discurso Crítica. In: MELO, I. F.; JUNIOR, J. R. L. B.; SATO, S. T. (Org.). Análise de Discurso Crítica para linguistas e não linguistas. 1ed.São Paulo: Parábola Editorial, v. 1, p. 20-35.
BOËDA, E. 2014. Deve-se recear as indústrias sobre seixo? análise comparativa entre as indústrias pleistocênicas da ásia oriental e da américa do sul. In: LOURDEAU, A.; VIANA, S.; RODET, M.J. Indústrias líticas na América do Sul: abordagens teóricas e metodológicas. Recife: UFPE, p.11-36.
CHOULIARAKI, L.; FAIRCLOUGH, N. Discourse in Late Modernity: Rethinking Critical Discourse Analysis. Edinburgh: University Press, 1999.
CURY, M. X. 2006. Para saber o que o público pensa sobre Arqueologia... . Revista de Arqueologia Pública, São Paulo, n°.1., p. 31-48.
DUSSEL, E. 1993. 1942: O encobrimento do outro: a origem do mito da modernidade. Conferências de Frankfurt/Enrique Dussel. Tradução: Jaime A. Clasen. Petropolis: Vozes.
FAIRCLOUGH, N. 1995. Language, ideology and power. In: FAIRCLOUGH, N. L. Critical discourse analysis: the critical study of language. Edinburg: Pearson,p.21-84.
FAIRCLOUGH, N. 2001.Discurso e mudança social. Izabel Magalhães, coordenadora da tradução, revisão técnica e prefácio.Brasília: Editora Universidade de Brasília. 319p.
FAIRCLOUGH, N. 2003. Analysing Discourse: textual analysis for social research. Discursos Contemporâneos Em Estudo, London, Routledge, p. 233–240.
FALAGAS. M. E.; PITSOUNI. E. I.; MALIETZIS. G. A.; and PAPPAS. G. 2008. Comparison of PubMed, Scopus, Web of Science, and Google Scholar: strengths and weaknesses. The FASEB Journal, v. 22. p. 338-342.
FOUCAULT, M. 2012. A arqueologia do saber. 8° ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária.
GNECCO, C. 1999. Archaeology and historical multivocality: a reflection from the Colombian multicultural context. In: POLITS, G.; ALBERTI, B. (Eds.) Archaeology in Latin America. London, Routledge, p.258-270.
GNECCO, C. 2009. Caminos de la Arqueología: De la violencia epistémica a la relacionalidad. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi Ciências Humanas, v. 4, n°1, p. 15–26.
GROSFOGUEL, 2008. Para descolonizar os estudos de economia política e os estudos pós-coloniais: transmodernidade, pensamento de fronteira e colonialidade global. Revista Crítica de Ciências Sociais, n° 80, p. 115-147.
GROSFOGUEL, 2012. Descolonizar as esquerdas ocidentalizadas: para além das esquerdas eurocêntricas rumo a uma esquerda transmoderna descolonial. Contemporânea – Revista de Sociologia da UFSCar. v. 2 n°. 2, p. 337-362.
GUÉRIN, C; FAURE, M. 2014. Paleontologia da região do Parque Nacional Serra da Capivara. In: PESSIS, A-M; MARTIN, G; GUIDON, N. (Org). Os biomas e as sociedades humanas na pré-história: região do Parque Nacional Serra da Capivara, Brasil. São Paulo: A&A, v.II-A, p140-183.
GUIDON, N. 2007. Parque Nacional Serra da Capivara: sítios rupestres e problemática. FUMDHAMentos, v. 5, p. 77-108.
HARAWAY, D. 1995. Saberes Localizados: a questão da ciência para o feminismo e o privilégio da perspectiva parcial. Cadernos Pagu, v.5, p.7-41.
IRINEU, L. M.; PEREIRA, A. S.; SILVA, A. P. N.; SANTANA, A. L. S.; LIMA, F. H .R.; SANTOS, S. F. (org.) Análise de Discurso Crítica: conceitos-chave. Campinas: Pontes Editores, 2020.
KOCH. I.G. V.2011. Argumentação e Linguagem. 13ª ed. Cortez Editora. São Paulo. 240p.
LUGONES, M. 2008. Colonialidade e gênero. Tabula Rasa. Bogotá, nº 9, p. 73-101.
LUGONES. M. 2014. Rumo a um feminismo descolonial. Revista Estudos Feministas. v. 22 nº 3, p. 935-952.
MALDONADO-TORRES, N. 2007. On the coloniality of being: contributions to the development of a concept". Cultural Studies, v. 21, n. 2-3, p. 240-270.
MARTIN. G. 2008 . Pré-História do Nordeste do Brasil. 5ª. ed. Recife: Universitária da UFPE.
MELO, I. F. 2012.Introdução aos estudos críticos do discurso: teoria e prática. 1. ed. Campinas: Pontes. v. 1.
MELO, I. F. 2018. Histórico da Análise de Discurso Crítica. In: MELO, I. F.; JUNIOR, J. R. L. B.; SATO, D. T. (Org.). Análise de Discurso Crítica para linguistas e não linguistas. 1ed.São Paulo: Parábola Editorial, v. 1, p. 20-35.
MIGNOLO, W. 2005. On subalterns and other agencies. Postcolonial Studies, v. 8, n. 4, p. 381-407.
MIGNOLO, W. 2010. Desobediencia epistémica. Retórica de la modernidad, lógica de la colonialidad y gramática de la descolonialidad. Buenos Aires: Ediciones del Signo.
MUKHERJEE, B. 2009. Do open-access journals in library and information science have any scholarly impact? A bibliometric study of selected open-access journals using Google Scholar. Journal of the American Society for Information Science and Technology, v. 60, n.3, p. 581-594.
NAVARRETE, R. 2010. Excavando mujeres en y desde el sur: aproximaciones a la arqueología feminista en Latinoamérica. Revista Venezolana de Estudios de la Mujer, v. 15, n°34, p. 75- 104.
NORUZI, A. 2005. Google Scholar: The new generation of citation indexes. LIBRI, v.55, n°.4, p. 170–180.
OLIVEIRA E LUCAS. L. 2020.Tecnologia lítica e dinâmicas de ocupação do Brasil central do pleistoceno final ao holoceno médio: contribuição da sequência arqueológica da Serra da Capivara - Piauí. Tese de doutorado em Arqueologia. Programa de Pós-Graduação em Arqueologia da Universidade Federal de Sergipe, Laranjeiras, Sergipe.
OLIVEIRA, A. S. N. ; BUCO, C. A. ; IGNACIO, E. 2009. No Rastro da Maniçoba. Trilha Interpretativa da Fazenda Jurubeba. FUMDHAMentos , v. VIII, p. 125-132.
OLIVEIRA, I. de N., 2022. As representações sociais de gênero nos discursos científicos sobre os registros rupestres do Parque Nacional Serra da Capivara: Análise do Discurso Crítica, Feminismo Decolonial e Teoria Queer. Dissertação de mestrado em Arqueologia. Programa de Pós-Graduação em Arqueologia da Universidade Federal do Vale do São Francisco, São Raimundo Nonato, Piauí.
OTAVIANO, M. Z. 2019. Não tem certo, não tem errado : estratigrafia das vozes, significados e apropriações da cultura material na comunidade da Aldeia da Mina Grande – T.I Kapinawá (PE). Dissertação de mestrado em Arqueologia. Programa de Pós-Graduação em Arqueologia da Universidade Federal de Pernambuco, Recife, Pernambuco.
PÊCHEUX, M. 1990. O discurso: estrutura ou acontecimento. Tradução Eni Pulcinelli Orlandi. Campinas: Pontes, 68p.
PESSIS, A. ; CISNEIROS, D ; MUTZENBERG, D. 2018. Identidades Gráficas nos Registros Rupestres do Parque Nacional Serra da Capivara, Piauí, Brasil. FUMDHAMentos , v. XV, p. 26-48.
PESSIS, A. ; GUIDON, N. Dating rock art paintings in Serra de Capivara National Park. Adoranten , v. I, p. 49-59, 2009.
QUIJANO, A. 2000. “Colonialidad del poder, eurocentrismo y América Latina”. In: LANDER, E. (Org.). La colonialidad del saber: eurocentrismo y ciencias sociales. Perspectivas latinoamericanas. Buenos Aires: CLACSO. 2000, pp. 203-241.
QUIJANO, A. 2005, Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina. In: QUIJANO, A (Org.). A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais, perspectivas latino-americanas. Buenos Aires: CLACSO. p. 117-142.
QUIJANO, A. 2007, Coloniality and modernity/rationality. Cultural Studies, v. 21, p. 22-32.
RAMALHO, V., RESENDE, V. 2011. Análise de discurso (para a) crítica: o texto como material de pesquisa. Campinas: Pontes Editores.
REIS, J. A. 2002. Análise do Discurso e Arqueologia: ... é possível transitar por entremeios?.... Métis (UCS), Caxias do Sul/RS/Brasil, v. 1, n.2, p. 209-228.
RESENDE, V. M. 2012. Análise de discurso crítica como interdisciplina para a pesquisa social: uma introdução. In: MELO, I. F. (Org.). Introdução aos estudos críticos do discurso: teoria e prática. 1ed.Campinas: Pontes, v. , p. 99-112.
RESENDE, V., RAMALHO, V. 2006. Análise de discurso crítica. São Paulo: Contexto.
SILVERBLATT, I. 1987. Moon, Sun and Witches. Gender Ideologies and Class in Inca and Colonial Peru.Princeton: Princeton University Press, 304p.
TEGA, G. M. V.; CUNHA, R. B. 2015. Análise do discurso da arqueologia preventiva na Folha de S. Paulo: A Casa Bandeirista do Itaim. RUA (UNICAMP), v. 1, p. 55-69.
VAN LEEUWEN, T. 2006. Towards a semiotics of typography. Information Design Journal. London, Vol. 14, n. 2, p.139-155.
VAUGHAN, L.; SHAW, D. A new look at evidence of scholarly citation in citation indexes and from web sources. Scientometrics, v. 74, n.2, p. 317–330, 2008.
VIEIRA. J.A.; MACEDO, D. S. 2018. Conceitos-chave em Análise do Discurso Crítica. MELO, I. F.; JUNIOR, J. R. L. B.; SATO, D. T. (Org.). Análise de Discurso Crítica para linguistas e não linguistas. 1ed.São Paulo: Parábola Editorial, v. 1, p. 48-77.
WODAK, R. 2001. What CDA Is about—A Summary of Its History, Important Concepts and Its Developments. In W. R., & M. Meyer (Eds.), Methods of Critical Discourse Analysis. London: Sage Publications, p. 1-13.
WODAK, R.; MEYER, M. 2015. Critical discourse studies: History, agenda, theory and methodology. In: WODAK, R.; MEYER, M. (Eds.). Methods of Critical Discourse Studies.Sage: London, p. 1-22.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Itelmar Oliveira, Leandro Elias Canaan Mageste, Jorge Luis P. Oliveira-Costa

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Ao submeter um artigo à REVISTA da FUNDARTE e tê-lo aprovado, os autores mantem os direitos de autoria e concordam em ceder, sem remuneração, os seguintes direitos autorais à REVISTA da FUNDARTE : os direitos de primeira publicação e permissão para que esta revista redistribua esse artigo e seus dados aos serviços de indexação e referências que seus editores julguem usados.
Este trabalho está licenciado sob uma Licença Creative Commons Não Comercial 4.0 Internacional.
![]()
