E EU NÃO SOU UM EDUCADOR?

AUTOETNOGRAFIA CRÍTICA SOBRE IDENTIDADE E DIFERENÇA DE UM PROFESSOR “HOMEM” NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Autores

  • Renan Mota Silva Universidade Federal do Pará - UFPA, Belém, Pará/Brasil https://orcid.org/0000-0002-5855-5418
  • Flávia Cristina Silveira Lemos Universidade Federal do Pará - UFPA, Belém, Pará/Brasil

DOI:

https://doi.org/10.19179/rdf.v59i59.1376

Palavras-chave:

Identidade e Diferença, Educação Infantil, Autoetnografia

Resumo

Apesar da presença da temática da identidade e diferença em pesquisas sobre educação no contexto brasileiro, carece o aprofundamento destes conceitos vinculados a figura do “homem” professor na Educação Infantil. Por conta dessa herança histórico-cultural, “homens” inseridos neste exercício profissional encontram dificuldades singulares, como o estranhamento pela escolha da profissão, associação a pedofilia, questionamentos diante da orientação sexual, olhares de suspeita e o preconceito. Assim, o objetivo é mencionar as experiências no percurso de atuação profissional de um professor “homem” na Educação Infantil por meio da autoetnografia tecendo considerações sobre os conceitos de identidade e diferenças associados a estes professores.

Biografia do Autor

Renan Mota Silva, Universidade Federal do Pará - UFPA, Belém, Pará/Brasil

 Doutorando em Psicologia pelo Programa de Pós-Graduação em Psicologia - Universidade Federal do Pará (IFCH/PPGP/UFPA) atual. Mestre em Educação - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (PPGEA/UFRRJ) 2021. Possui Pós-Graduação Lato-sensu em Educação Quilombola (2019), Educação a Distância e Docência do Ensino Superior (2018) e Psicopedagogia Institucional, Clínica e Educação Infantil (2016) pela Faculdade Venda Norte do Imigrante/ES. Graduado em Licenciatura em Pedagogia (2014) pela Universidade Estácio de Sá (UNESA/ RJ). Graduando em Psicologia (atual) Faculdade Estácio de Sá Belém (FAP/PA). Membro do Conselho Editorial Científico - Membro Colaborador da Revista Acadêmico Mundo (ISSN 2318-1494); Membro Editor da Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento (ISSN 2448-0959). Avaliador nos anos de 2022 e 2023 da Revista Pedagógica do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE) da Universidade Comunitária da Região de Chapecó (UNOCHAPECÓ) - (ISSN 1984-1566). Pesquisador do Grupo de Estudos Decoloniais (GED/UFRRJ). Participante do Coletivo de Pesquisa Transversalizando: ensino, pesquisa-intervenção e extensão (UFPA). Tem trabalho publicado pela Sociedade Portuguesa de Ciências da Educação (SPCE) - Porto, Portugal; e trabalho citado pela Universidade da Coruña. Atualmente, pesquisando (Des)colonialidades como dispositivos de subjetivação no percurso da atuação profissional de um professor "homem" na Educação Infantil, com previsão de defesa de Tese de Doutorado em fevereiro/2024.

Flávia Cristina Silveira Lemos, Universidade Federal do Pará - UFPA, Belém, Pará/Brasil

Possui graduação em Psicologia/UNESP (1999). Graduada em Pedagogia, Especialista em Psicopedagogia Clínica e Institucional. Mestre em Psicologia e Sociedade/UNESP (2003). Doutora em História Cultural/UNESP (2007). Realizou pós-doutorado em Psicologia, na UFF, sob supervisão da Profa. Dra. Maria Lívia Nascimento, em 2016. Foi bolsista FAPESP no Doutorado. É professora associada III, na Graduação e no Programa de Pós-graduação em Psicologia/UFPA. Foi professora colaboradora no Programa de Pós-graduação em Educação/UFPA. Integrou a Comissão de Direitos Humanos do Conselho Federal de Psicologia (2017-2019). Integrante do Fórum sobre Medicalização da Educação e da Sociedade. Foi Conselheira Titular no Conselho Federal de Psicologia (gestão 2011-2013). Foi coordenadora do Programa de Pós-graduação em Psicologia/UFPA (gestão 2011-2013). Foi vice-coordenadora do Programa de Pós-graduação em Psicologia/UFPA (gestão 2010-2011). É Bolsista de Produtividade do CNPQ-PQ-2, desde 2012. Integra o GT ANPEPP Psicologia Política. Integra o GT Deleuze & Guattari da ANPOF. Foi membro da Diretoria Nacional da ABRAPSO (2016-2017). Integrou a Diretoria Nacional da ABEP (2017-2019) e (2019-2021). É associada à: ABRAPSO, ABPP, ABRAPEE e ABEP. Participa do Grupo Produção de subjetividade e estratégias de poder no campo da infância e juventude. Coordena o Grupo: Transversalizando. Realiza estudos sobre: Modos de subjetivação contemporâneos, práticas de medicalização e judicialização da vida; Psicologia, justiça e políticas públicas; Recepção sócio-histórica de Michel Foucault no Brasil e Filosofia da diferença; Psicologia, formação, epistemologia e história; Cidade, cultura e subjetividade; Dispositivo clínico, saúde mental e direitos de crianças e adolescentes a partir da perspectiva de Deleuze, Foucault e Guattari. Foi Assessora especial na Pró-reitoria de Extensão da UFPA, de 2018 a 2021. Coordenadora de Relações Interinstitucionais na Pró-reitoria de Extensão, desde junho de 2021.

 

Referências

AMARAL, A.; BURITY, J. A. Inclusão social, identidade e diferença: perspectivas pós-estruturalistas de análise social. Annablume, 2006.

BALISCEI, J.; SAITO, H. T. I. Há um homem na educação infantil! masculinidades e ações pedagógicas de cuidados e educação de crianças. Revista Gênero, v. 21, n. 2, p. 296-320, 2021. Disponível em: https://periodicos.uff.br/revistagenero/article/view/49993. Acesso em: 1 jun. 2023.

BUTLER. J. Corpos que importam: os limites discursivos do “sexo”. São Paulo: n. 1 edições, 2019.

CANDAU, V. M. Direitos humanos, educação e interculturalidade: as tensões entre igualdade e diferença. Revista Brasileira de Educação, v. 13 n. 37. p. 12-23, 2008. Disponível em: http://educa.fcc.org.br/pdf/rbedu/v13n37/v13n37a05.pdf. Acesso em: 1 fev. 2023.

DAVEL, E. P. B.; OLIVEIRA, C. A. de. A reflexividade intensiva na aprendizagem organizacional: uma autoetnografia de práticas em uma organização educacional. Organizações & Sociedade, v. 25, p. 211-228, 2018. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1984-9250852. Acesso em: 12 jan. 2023. DOI: https://doi.org/10.1590/1984-9250852

FERRARI, M. A. L. O papel da diferença na construção da identidade. Boletim de psicologia, v. 56, n. 124, p. 1-8, 2006. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0006-59432006000100002. Acesso em: 12 mar. 2023.

FERREIRA, A. B. de H. Minidicionário Aurélio: O dicionário da língua portuguesa. Editora Positivo, 2014.

FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários a prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2004.

GIFFIN, K. A inserção dos homens nos estudos de gênero: contribuições de um sujeito histórico. Ciência & Saúde Coletiva, v. 10, p. 47-57, 2005. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S1413-81232005000100011. Acesso em: 13 ago. 2022. DOI: https://doi.org/10.1590/S1413-81232005000100011

HALL, S. Quem precisa da identidade? In: TADEU, T. T. (Org). Identidade e Diferença: a perspectiva dos estudos culturais. Petrópolis, RJ: Vozes, 2012.

HALL, S. Quem precisa da identidade? Vozes, 2008.

HOOKS, B. Tudo sobre o amor: novas perspectivas. São Paulo: Elefante, 2020.

JONES, S. H.; ADAMS, T.; ELLIS, C. Handbook of Autoethnography (Coleção Queer). 2013.

LOPES, J. R. Os caminhos da identidade nas ciências sociais e suas metamorfoses na psicologia social. Psicologia & Sociedade, v. 14, n. 1, p. 7-27, 2002. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0102-71822002000100002. Acesso em: 1 jun. 2023. DOI: https://doi.org/10.1590/S0102-71822002000100002

LOURO, G. L. Gênero, sexualidade e educação. Petrópolis: vozes, 1997.

MOREIRA, A. F. B.; ARBACHE, A. P.; CARVALHO, M. D. S. Currículo, identidade e diferença: Embates na escola e na formação docente. Trevo, v. 1, n. 1, 2010. Disponível em: https://seer.ucp.br/seer/index.php/trevo/article/view/76/64. Acesso em: 1 fev. 2023.

NUNES, H. C. B. O jogo da identidade e diferença no currículo cultural da Educação Física. 2018. Tese (Doutorado em Educação) - Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2018. doi:10.11606/T.48.2018.tde-07112018-141650. Acesso em: 2023-05-22. Disponível em: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-07112018-141650/en.php. Acesso em: 1 jun. 2023.

NUNES, M. L. F. Afinal, o que queremos dizer com a expressão “diferença”? In.: NEIRA, M. G.; NUNES, M. L. F. (Org.). Educação Física Cultural: por uma pedagogia da(s) diferença(s). Curitiba: CRV, 2016.

OLIVEIRA, D. B. Filosofia, educação e a questão de identidade e diferença. Margens, v. 2, n. 3, p. 101-121, 2016. DOI: https://doi.org/10.18542/rmi.v2i3.3014

PASSEGGI, M.; NASCIMENTO, G.; DE OLIVEIRA, R. A. M. As narrativas autobiográficas como fonte e método de pesquisa qualitativa em Educação. Revista Lusófona de Educação, n. 33, 2016, pp. 111-125. Disponível em: https://www.redalyc.org/pdf/349/34949131009.pdf. Acesso em: 10 de abr. 2023.

PIRES, V. L. Questões sobre identidade e diferença: tensão entre o mesmo e o outro. Fragmentum, n. 3, p. 11-30, 2002. Disponível em: https://periodicos.ufsm.br/fragmentum/article/download/6337/3832. Acesso em: 1 jun. 2023. DOI: https://doi.org/10.5902/6337

ROCHA, L. O.; DE ARAÚJO, S. N.; BOSSLE, F. Autoetnografia, ciências sociais e formação crítica: uma revisão da produção científica da educação física. Revista Internacional de Formação de Professores, v. 3, n. 4, p. 168-185, 2018. Disponível em: https://www.academia.edu/download/86851695/1025.pdf. Acesso em: 15 nov. 2023.

ROUANET, S. P. Identidade e diferença: uma tipologia. Sociedade e Estado, v. 9, n. 01 e 02, p. 80-84, 1994. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/sociedade/article/download/43837/33520. Acesso em: 1 jun. 2023.

RUTHERFORD, J. Identity: community, culture, difference. Lawrence & Wishart, 1990.

SANTOS, S. V. S dos. Homens na docência da educação infantil: uma análise baseada na perspectiva das crianças. Revista Brasileira de Educação, v. 26, 2021. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbedu/a/qtkR9PYWdVKHcLybqCVpc7D/?lang=pt&utm_source=researcher_app&utm_medium=referral&utm_campaign=RESR_MRKT_Researcher_inbound. Acesso em: 1 fev. 2023. DOI: https://doi.org/10.1590/s1413-24782021260077

SANTOS, S. M. A. A O método da autoetnografia na pesquisa sociológica: atores, perspectivas e desafios. Plural: Revista de Ciências Sociais, v. 24, n. 1, p. 214-241, 2017. Disponível em: https://www.redalyc.org/journal/6497/649770014013/649770014013.pdf. Acesso em: 13 mar. 2023. DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2176-8099.pcso.2017.113972

SAYÃO, D. T. Relações de gênero na creche: os homens no cuidado e educação das crianças pequenas. G.T Educação das crianças de 0 a 6 anos -G.T. 07. Santa Catarina: UFSC, 2002. Disponível em: http://pt.scribd.com/doc/6740846/O-Papel-Positivo-Do-Homem-Na-Educacao-Das-Criancas. Acesso em: 11 de mai. 2023.

SCOTT, J. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. 2012. Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/1210/scott_gender2.pdf. Acesso em:10 out. 2022.

TADEU, T. S. Documentos de identidade: uma introdução às teorias do currículo. Autêntica, 2016.

TADEU, T. S. Identidade e diferença: impertinências. Educação & Sociedade, v. 23, p. 65-66, 2002. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0101-73302002000300005. Acesso em: 1 jun. 2023. DOI: https://doi.org/10.1590/S0101-73302002000300005

VEIGA-NETO, A. Nietzsche e Wittgenstein: alavancas para pensar a diferença e a pedagogia. In: GALLO, S.; SOUZA, M. R. (Org.). Educação do preconceito: ensaios sobre poder e resistência. Campinas, Editora Alínea, 2004.

VIANNA, C. P. O sexo e o gênero da docência. Cadernos pagu, p. 81-103, 2002. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0104-83332002000100003. Acesso em: 13 ago. 2022. DOI: https://doi.org/10.1590/S0104-83332002000100003

WOODWARD, K. et al. Identidade e diferença: uma introdução teórica e conceitual. Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos culturais, v. 15, p. 7-72, 2000. Disponível em: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4284077/mod_resource/content/1/cap%C3%ADtulo%20I%20-%20Woodward%20-%20IDENTIDADE-E-DIFERENCA-UMA-INTRODUCAO-TEORICA-E-CONCEITUAL.pdf. Acesso em: 7 jan. 2023.

ZANELLO, V. Saúde mental, gênero e dispositivos: cultura e processos de subjetivação. Appris, 2018.

Publicado

19.06.2024

Como Citar

Mota Silva, R., & Silveira Lemos, F. C. (2024). E EU NÃO SOU UM EDUCADOR? AUTOETNOGRAFIA CRÍTICA SOBRE IDENTIDADE E DIFERENÇA DE UM PROFESSOR “HOMEM” NA EDUCAÇÃO INFANTIL. Revista Da FUNDARTE, 59(59), e1376. https://doi.org/10.19179/rdf.v59i59.1376

Artigos Semelhantes

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.