Pintura mural: a dimensão sensível como modo de resistência

Resumo

Resumo: O presente trabalho propõe uma reflexão acerca da dimensão do sensível nas relações em arte-educação no tempo e espaço escolar de uma instituição de educação básica da rede municipal de Santa Cruz do Sul. Contexto marcado pelo modo racional de vivenciar artes, utilitarista e decorativo, o que se configurou como um grande desafio em promover percepções poéticas de produção de sentido. A proposta iniciou com a exploração de diferentes materiais e técnicas, de modo a criar repertório mínimo para construir projetos de pintura mural. Selecionar elementos gráficos de cada aluno na elaboração do projeto sempre foi uma preocupação. Tal processo permitiu aos alunos perceberem o trabalho do colega, bem como o próprio, valorando significativamente as produções, entendendo-as como algo único e inigualável, suscitando muitas reflexões acerca da escuta sensível das aspirações dos alunos diante do diálogo com artes. A partir da proposta de elaborar pinturas nos muros da escola, todo o processo de construção de projetos para os murais buscou provocar sensações e percepções que provocassem outros modos – poético, sensível – de habitar o tempo e espaço da escola. Dinâmica que permitiu aos alunos se perceberem autores singulares de suas produções igualmente singulares, constituindo movimentos de resistência aos modos utilitaristas e redutores da experiência poética na escola.