É FOGO… PROCESSO CRIATIVO EM ÁREAS DE RISCO

Autores

  • Maria da Graça Muniz Lima Universidade Federal do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.19179/2319-0868.799

Palavras-chave:

processos de criação, crianças, zona de risco.

Resumo

O Rio de Janeiro, Cidade Maravilhosa, conhecida no mundo inteiro por suas belezas naturais, é também caracterizada por contrastes sociais extremos, onde a vida em comunidades de baixa renda, marginalizadas pela crescente violência, ultrapassa os limites geográficos e ganha o mundo pela voz da mídia. Nesse cenário, crianças vivenciam situações de extremo risco que se entrelaçam com demais experiências e constroem conceitos e sua visão de mundo, impactadas pelo meio em que vivem. Nas escolas públicas que atendem crianças dessas comunidades, a violência ultrapassa o cotidiano e cria registros cruzados com o imaginário em narrativas culturais ricas de expressividade. Pensar a criança, nesse contexto específico, é um desafio que ganhou destaque nos últimos anos com pesquisadores da infância dentro do cenário brasileiro. Este artigo apresenta o desenho como ferramenta de construção, que contribui no processo de estruturação do pensamento e do olhar estimulando a criatividade e a liberdade de pensar. Nossa reflexão parte do resultado da uma oficina de imagem narrativa, desenvolvida no projeto “Segundo Turno Cultural”, que atendia o “Programa Escolas do Amanhã”. Os casos relatados se deram na escola municipal Julia Lopes, localizada em Santa Teresa, com alunos em sua maioria oriundos da comunidade do Morro dos Prazeres, e na escola municipal Anne Frank, situada dentro do terreno do Palácio Guanabara, sede do governo do estado, no bairro das Laranjeiras, onde os alunos pertencem a famílias de prestadores de serviços no comércio e condomínios da região.

Biografia do Autor

Maria da Graça Muniz Lima, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Professora da Escola de Belas Artes da UFRJ. Designer, ilustradora e autora de livros
infanto-juvenis, já tendo publicado mais de 100 obras. Ganhou vários prêmios com seu
trabalho, entre eles os da FNLIJ Prêmio Luis Jardim, Prêmio Malba Tahan, Prêmio O
Melhor para o Jovem e muitos Altamente Recomendável. Foi indicada entre os finalistas
para o prêmio Jabuti muitas vezes e recebeu em 1982, 1984 e 2003 este prêmio na
categoria de ilustração. Fora do Brasil recebeu quatro vezes a Menção White Ravens da
Biblioteca de Munique na Alemanha. Alguns de seus trabalhos já viajaram por outros
países e foram publicados em catálogos Internacionais como o Catálogo de Ilustradores
da Feira de Barcelona, na Espanha; o da Feira de Frankfurt, na Alemanha, o Catálogo da
Feira da Brastslávia; e o Catálogo Brazil a Bright Blend of Colours, feito pela FNLIJ para
divulgar o trabalho dos ilustradores brasileiros.

Referências

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VIGOTSKI, L. S. Imaginação e criação na infância. São Paulo: Ática, 2009.

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Publicado

30.09.2020

Como Citar

Lima, M. da G. M. (2020). É FOGO… PROCESSO CRIATIVO EM ÁREAS DE RISCO. Revista Da FUNDARTE, 42(42), 01–19. https://doi.org/10.19179/2319-0868.799

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