n. 13-14 (7): Poéticas, Pesquisa e Docência
Editorial
É com imensa satisfação que apresentamos mais esta edição da Revista da FUNDARTE, que reúne os números 13 e 14.
Os artigos publicados contemplam várias áreas artísticas. Além das que fazem parte dos cursos de graduação do convênio UERGS/FUNDARTE, que são Artes Visuais, Dança, Música e Teatro, a revista publica um artigo sobre Cinema e outro que aborda questões a respeito do ensino da Literatura.
Como a presente edição homenageia a área do Teatro, o artigo que a abre é “O ator e a imanência”, de Tatiana Cardoso. O texto trata de questões relacionadas à manifestação do corpo do ator contemporâneo, “em estado de presentificação em direção a uma auto-referencialidade acionada através do trabalho sobre si”.
No segundo artigo, “A pesquisa em dança não deve afastar o pesquisador da experiência da dança: reflexões sobre escolhas metodológicas no âmbito da pesquisa em dança”, Mônica Dantas propõe uma discussão a respeito das escolhas metodológicas que orientaram uma pesquisa de doutorado nessa área.
Em seguida, tendo como referência artística a obra Anastácia, do artista Peciar Basiaco, Laudete Vani Balestreri e Marilda Oliveira de Oliveira, no texto “Anastácia: o eu jamais acabado”, propõem reflexões sobre questões a respeito do discurso construído em torno do sujeito.
Alexandre Silva dos Santos Filho, no artigo seguinte, intitulado “O significado estético do verdadeiro brinquedo”, faz uma reflexão sobre a dimensão estética do brinquedo, relacionando-a, entre outras questões, com a produção material e social humana.
“Cinematógrafo, cinema, cine: uma palavra, seus significados”, artigo de Fernando Fábio Fiorese Furtado, analisa alguns significados do termo cinema, desde o sonho da máquina até sua existência, tratando também de vários aspectos de seus usos e da arquitetura da sala de exibição.
Marly Ribeiro Meira propõe, através do artigo “O afeto e a criação”, uma reflexão a respeito de questões afetivas no ensino das artes, discutindo vários conceitos que relacionam arte, vida e aprendizagem.
Cibele Sastre e Juliana Vicari, em “A utilização da Motif Writing como processo de criação em dança”, apresentam esta forma simplificada de notação de movimento, como elemento gerador de tarefas para possibilidades coreográficas expressivas.
Adriane Hernandez, em seu texto “Experiência e narrativa: uma mobilização dos sentidos no encontro com a arte”, propõe uma volta à narrativa para compartilhar as experiências no campo cultural artístico em lugar da teorização abstrata dos discursos.
“No limiar das cores: fronteiras entre palavra e imagem em Fita Verde no Cabelo”, artigo de Geruza Zelnys de Almeida, aborda questões como as relações entre palavra e imagem e o ensino da literatura ligado ao aprendizado de linguagens multimídias.
Já Claudia Zimmer, no texto “Sobre uma frase e dois trabalhos: algumas aproximações”, faz algumas considerações a respeito de dois trabalhos seus: Sem título – panfletos, que consiste em uma intervenção realizada no centro de Florianópolis, em 2004, quando foram distribuídos panfletos escritos em braile, e Sem título – publicação exposição Membrana.
Em “A construção do fazer musical do professor de educação infantil”, Rosangela Duarte e Esther Beyer tratam de questões a respeito da presença da música na prática pedagógica do professor de Educação Infantil de Boa Vista, capital do estado de Roraima.
O artigo “Invenções musicais em grupo: uma questão de liberdade de criação, desafio coletivo e cooperação”, de Patrícia Fernanda Carmem Kebach, aborda a importância das atividades de criação musical nos processos de musicalização e a real construção de conhecimento a partir de trabalhos realizados em grupo com adultos.
Cristina Carvalho, com o texto “O professor na visita a espaços museais: ‘tem hora que só atrapalha’”, propõe uma reflexão a respeito da relação entre monitores e professores que, com seus alunos, visitam tais espaços.
As formas de representação da infância na História da Arte é o tema da reflexão de Aline da Silveira Becker, no artigo “Narrativas imagéticas da infância histórica: quando a arte desenha os outros infantis”, que encerra a edição.
Por fim, algumas palavras a respeito da capa desta Revista. Trata-se de uma montagem a partir de fotografias de espetáculos teatrais e trabalhos de conclusão de curso na área de teatro apresentados na FUNDARTE. O motivo da escolha foi o de homenagear, como já foi mencionado no início, esta área artística, assim como a capa de revista anterior homenageou a música, apresentando os grupos musicais da FUNDARTE.
A todos, uma boa leitura.
Marco de Araujo
Editor