DESENHAR, INTERAGIR, COMPREENDER
O DIAGRAMA COMO PERFORMANCE: INSCRIÇÃO, MÉTODO E RACIONALIDADE
DOI:
https://doi.org/10.19179/rdf.v65i65.1565Palavras-chave:
Imagem, diagrama, Representações epistêmicas, Arte, CiênciaResumo
O diagrama compõe-se por um conjunto de linhas e outras formas geométricas. Do seu enredamento particular sobre superfície planisférica deriva uma inscrição gráfica. É, deste modo, uma imagem. Consiste em uma categoria singular de transcrição visiva, de operação manual e agenciamento intelectual; logo, um artefato visual de inequívoco apelo cognitivo, pedagógico e epistêmico. Ao ajustar diferentes linguagens e variados saberes, em uma figuração mestiça e transdisciplinar, o diagrama institui outras modalidades de apreensão e interação com os dados da realidade. Colabora, assim, tanto para a sistematização de um juízo abstrato quanto para a sua assimilação e entendimento. O diagrama, portanto, é tessitura. Traçado móvel, dinâmico, flexível. Tal como o pensamento. É atividade, ajustamento e registro. Condensa em si a concretude empírica de uma ação, a criação de um objeto – a imagem, o esquema –, com a imaterialidade de um raciocínio projetual, supositivo, prognóstico. Em nossa comunicação – partindo das considerações de John Bender e Michael Marrinan, em “The Culture of Diagram” (2010) – fornecemos algumas das definições do diagrama, habitualmente situado entre a arte e a ciência, enfatizando o seu caráter pluridimensional, vale dizer, não apenas como a) anotação visual individual senão enquanto b) procedimento metodológico, amparado e orientado por um c) modelo particular de racionalidade.
Palavras-chaves: diagramas, imagens, representações epistêmicas.
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