A invenção do pedagógico na 6ª Bienal do Mercosul
Palavras-chave:
Bienal do Mercosul, pedagógico, enunciado.Resumo
O presente artigo é um recorte de uma pesquisa maior que objetiva problematizar o projeto pedagógico da Bienal do Mercosul e principalmente, suas ações voltadas aos professores. Esse momento de elaboração da pesquisa, que está em fase inicial, encontra-se focado na retomada histórica da Bienal do Mercosul, mais especificamente, na análise da 6ª edição do evento. Esse recorte temporal justifica-se pela centralidade que o pedagógico adquiriu, a partir da instituição da curadoria pedagógica na Bienal. Neste artigo, partindo da análise das publicações produzidas pela Fundação Bienal do Mercosul para a 6ª Bienal, objetiva-se conhecer e problematizar os usos que o termo “pedagógico” adquire, e que atuam na sua própria invenção nesse contexto. Pautado em um referencial pós-estruturalista com inspiração nos estudos desenvolvidos por Michel Foucault, o termo indicado foi metodologicamente mapeado, possibilitando olhá-lo como uma construção discursiva que adquire sentidos próprios de acordo com seus usos. Com base nas recorrências mapeadas nos materiais, concluiu-se que há três elementos produzindo o pedagógico na Bienal do Mercosul, a saber: relação entre o artista e o público, relação entre a obra e o expectador e a comunicação. Nesse sentido, o pedagógico é inventado como possibilidade de articulação e de aproximação da arte com o público, ao subsidiar um processo de comunicação que metaforicamente pode estar situado na terceira margem do rio.