O Violão de Sete Cordas na Música Nativista: um ensaio etnográfico
Palavras-chave:
Etnomusicologia, nativismo, violão de sete cordas.Resumo
Esta pesquisa busca, pelo método etnográfico, analisar os processos de apropriação e uso do violão de sete cordas em um contexto musical específico – a música nativista. A incorporação de um novo instrumento ao instrumental tradicionalmente utilizado pelos artistas denominados nativistas, passa por processos de ressemantização sonora, ao carregar junto procedimentos técnico musicais advindos de outros contextos. Com a revisão bibliográfica, pretende-se expor um fio condutor apresentando o percurso percorrido pelo instrumento, da vinda da Rússia, provável local de origem, a sua chegada ao Brasil pelas mãos de ciganos russos, estabelecidos no Rio de Janeiro, no século XIX; da apropriação de músicos cariocas executantes do choro, como Dino 7 Cordas, nas primeiras décadas do século XX, a Yamandu Costa, o qual teve fundamental papel na disseminação do instrumento na música nativista. Com trabalho etnográfico pretende-se demonstrar, primeiro, como acontece a construção de um violão de sete cordas, através da observação dos métodos e técnicas utilizadas pelo luthier Eduardo Cordeiro, na cidade de Pelotas; complementando, em segundo lugar, pretende-se analisar o processo de apropriação do instrumento e a ressemantização operada por músicos executantes do sete cordas. Como universo etnográfico, a pesquisa tem como colaborador principal o violonista Egbert Parada, juntamente com os músicos integrantes do grupo que acompanha Luiz Marenco, além de outros músicos participantes dos festivais nativistas. Desta maneira, a pesquisa pretende mostrar a expansão do violão de sete cordas na música regional gaúcha, interligando sua contribuição às formas composicionais e interpretativas, analisando a implicância dessas novas concepções na música nativista.