Edições anteriores

  • Catorze Sete Meia
    2014

    Apresentação a Catorze sete meia

    Paulo Silveira

     

    Como quase todos os livros, não importando o campo de conhecimento, Catorze sete meia é fruto da sensibilidade. E ao entusiasmo que move e acompanha a sensibilidade junta-se a funcionalidade que ilustra ou figura experiências, ao mesmo tempo que iconiza o trabalho organizado em páginas. A soma da sensibilidade com a funcionalidade expressa uma equação viável, agradável de articular e encantadora em seus resultados. A proposta de oficina que o engendrou dentro de uma instituição oficial de ensino (a Fundação Municipal de Artes de Montenegro, FUNDARTE) visava uma prática pedagógica orientada ao coletivo, integrada ao exercício da visualidade dos seus integrantes, projetado no seu resultado futuro. Tudo deveria ser e acontecer com muita simplicidade, sem deixar de envolver planejamento e expectativa.

    Rápidas considerações devem ser feitas sobre o trabalho, a título de apresentação. Sobre o que é esta pequena publicação coletiva, totalmente composta por imagens, não é preciso rodeios: Catorze sete meia é um livro com estrutura integralmente fotográfica, baseada na visão pericial, tão comum aos artistas contemporâneos. Funciona aberto, com cada dupla de páginas ocupada por uma fotografia em preto e branco, obtida em investigação de um possível cenário. A conformação resultante pode parecer com a de um documento (e efetivamente esta é uma de suas dimensões instrumentais), mas o livro é primariamente um trabalho artístico, um objeto programaticamente construído para o olhar e à apreciação. Entrega-se assim ao usuário: em obra.

    Catorze sete meia assume e é bem-sucedido em seu intento estratégico, apresentando-se em plataformas complementares. Em sua versão impressa em ofsete é um livro acessível, de custo baixo, embora em tiragem limitada; e na versão em rede, virtual, a disponibilidade é universal e gratuita. A extensão comunicacional da arte contemporânea está aqui plenamente contemplada. E o que mais podemos desejar? Espera-se que o livro incentive satisfatoriamente os envolvidos, a instituição que o promove, sua editora, seus autores, seu público específico, ao mesmo tempo estimulando exercícios de criatividade em publicação artística, através de projetos factíveis que possam atender necessidades similares em outras instituições, quer oficiais, quer alternativas, exercitando a linguagem da arte.

    Maio de 2015.